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Pergunta

A teologia feminista é bíblica?

Resposta


O termo feminismo em si está sujeito a muitas interpretações diferentes, com variados níveis de apoio bíblico. No entanto, a "teologia feminista" apresenta uma série de grandes problemas. Por favor, note que existem temas dentro do feminismo que a Bíblia apoia fortemente. O ponto aqui não é que todas as ideias feministas ou pró-femininas são inerentemente antibíblicas - algumas são extremamente bíblicas. O ponto é que reinterpretar a Bíblia em nome do empoderamento feminino ou de uma agenda feminista-política é um exercício defeituoso e insustentável.

Em primeiro lugar, adicionar qualquer descritor filosófico à teologia é automaticamente suspeito. Implica que a teologia está sendo interpretada com a intenção deliberada de apoiar uma ideologia; que a ideologia vem primeiro. Isso é contraproducente, já que devemos ajustar nossa filosofia para condizer com as palavras de Deus, e não o contrário. Quando alguém exalta a "teologia X", está distorcendo a interpretação teológica para apoiar a "X". Este é o caso da chamada teologia feminista, um termo usado para descrever diversas tentativas de alterar a Bíblia para uma conclusão preferida.

A teologia feminista abrange diferentes níveis e áreas. Quatro temas são mais frequentemente desafiados em nome do empoderamento feminino. São eles: o uso de linguagem masculina para Deus, a submissão feminina no casamento, a ordenação de mulheres e os direitos reprodutivos. Os defensores da teologia feminista podem apontar para um apoio legítimo para pelo menos parte de suas ideias. O problema surge quando o que a Bíblia diz é distorcido, tirado de contexto ou até mesmo ignorado em nome da interpretação feminista.

A teologia feminista frequentemente critica o uso de pronomes masculinos para Deus. Segundo esta posição, referir-se a Deus como "Ele", "Dele" ou "Pai" rebaixa o status das mulheres. Como alguns defensores diriam, "Se Deus é um homem, então os homens são deuses". A alternativa é se referir a Deus apenas usando termos neutros de gênero, como o Divino, ou equilibrar os termos ofensivos com equivalentes femininos, como Ela, Dela e Mãe.

Nesse caso, no entanto, a teologia feminista está contra algo que a Bíblia em si não diz. A Bíblia não apresenta Deus como literalmente, biologicamente masculino. Nem indica que as mulheres são moralmente ou espiritualmente inferiores. A escolha de Deus de se referir a Si mesmo usando palavras masculinas de forma alguma sugere que os homens são superiores às mulheres. Além disso, a Bíblia não "equilibra" a terminologia masculina e feminina com relação a Deus. Deus às vezes é descrito usando ilustrações femininas (Salmos 57:1; Isaías 42:14; 66:13), mas Ele nunca é chamado de palavras de gênero feminino. Quando Deus se refere a Si mesmo, Ele sempre o faz usando termos masculinos. A melhor interpretação é que há algo peculiar ao papel de "Pai" que descreve melhor a relação pretendida de Deus conosco, mais do que o papel de "Mãe". Mudar as palavras de Deus apenas para satisfazer uma preferência neutra de gênero é uma forma perigosa de edição bíblica.

A submissão das esposas a seus maridos também é um alvo da teologia feminista. Dado que a Bíblia aconselha os cristãos a "se sujeitarem uns aos outros" (Efésios 5:21) e indica que homens e mulheres são espiritualmente iguais (Gálatas 3:28), a teologia feminista afirma que as mulheres não devem, na verdade, "se submeter" a seus maridos. Alguns vão tão longe a ponto de afirmar que a submissão matrimonial torna as mulheres inferiores aos homens.

Mais uma vez, este aspecto da teologia feminista não só desafia o que a própria Bíblia diz, mas também cria contradições teológicas. Se o mandamento de se "submeter uns aos outros" for levado ao extremo, como sugere a teologia feminista, então as crianças deveriam esperar submissão de seus pais. Da mesma forma, se uma pessoa não pode ser subordinada a outra sem ser inferior, significaria que Jesus Cristo não é de fato Deus, nem igual a Deus, visto que se submeteu à vontade do Pai (Lucas 22:42). Há um mandamento bíblico para as esposas se submeterem aos maridos. É claro que a Bíblia também diz que os maridos devem amar suas esposas "como Cristo amou a igreja" (Efésios 5:25-26), o que significa amá-las humildemente (Filipenses 2:8), sacrificialmente (Gálatas 2:20) e com um coração de servo (João 13:4-5, 14-15). A Bíblia não dá aos homens licença para serem tiranos sobre suas esposas, mas prescreve papéis únicos e importantes para homens e mulheres.

A ordenação de mulheres como pastoras ou sacerdotisas é outra área onde a teologia feminista entra em conflito com os ensinamentos bíblicos sólidos. Usando os mesmos argumentos gerais acima, a teologia feminista afirma que as mulheres devem assumir as mesmas posições de liderança espiritual que os homens, sem distinção de papéis. Claro, essa afirmação depende menos da interpretação da Bíblia do que da rejeição flagrante de seu ensino como ultrapassado ou inválido. O papel das mulheres na igreja e no lar não é inferior ao dos homens em nenhum sentido, mas esse papel não inclui a liderança (1 Timóteo 2:12). A Bíblia não sugere que os homens nunca podem aprender com uma mulher ou serem guiados por uma, mas indica que títulos como "sacerdotisa" e "pastora" não podem ser legitimamente reivindicados por mulheres.

Talvez o ataque menos baseado biblicamente da teologia feminista envolve o conceito de "direitos reprodutivos", um termo comum, mas extremamente enganador. Em princípio, "direitos reprodutivos" significariam que uma mulher tem o direito de escolher se quer ter filhos e com quem. Colocado deste modo, é um conceito biblicamente sólido. No entanto, na prática, o termo direitos reprodutivos é quase sempre um eufemismo para o direito ao aborto sob demanda. Mais uma vez, para apoiar esse ramo da teologia feminista, muito do que a Bíblia diz tem que ser abandonado diretamente. A morte de crianças não nascidas sob o disfarce de "direitos reprodutivos" é patentemente antibíblica.

Alguns aspectos da teologia feminista são reinterpretações ou interpretações errôneas de ideias bíblicas. A linguagem inclusiva de gênero e o significado exato da "submissão" matrimonial são temas controversos e às vezes nebulosos. No entanto, a ordenação de mulheres exige uma rejeição quase completa da autoridade bíblica. E o aborto sob demanda, sem dúvida, é totalmente incompatível com qualquer abordagem honesta das Escrituras.

A Bíblia valoriza, protege e apoia as mulheres. Aspectos do feminismo que empoderam as mulheres podem facilmente encontrar apoio na Palavra de Deus. A teologia feminista, que busca reformular a Bíblia de acordo com uma agenda política ou uma preferência pessoal, não pode.

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