Pergunta
Qual é o entendimento católico do batismo?
Resposta
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (ou CIC), o batismo com água é o primeiro sacramento e dá acesso aos outros sacramentos requeridos. É também o ato que perdoa pecados, concede re-nascimento espiritual e faz de alguém um membro da Igreja (CIC, 1213). A Igreja Católica também acredita que Jesus requer o batismo de alguém para receber a vida eterna.
Os católicos veem o batismo como o meio pelo qual alguém recebe o Espírito Santo. O sacramento é chamado de “porta da vida no Espírito” (CIC, 1213). A "lavagem da regeneração" em Tito 3:5 é interpretada como uma lavagem literal com água e está associada ao rito do batismo. O mesmo é válido para a menção de Jesus de ser "nascido da água" em João 3:5. Até mesmo não-católicos que foram batizados são considerados "justificados pela fé no batismo" (CIC, 1271) porque o batismo integra todos a Cristo.
De acordo com o catolicismo, um longo processo precede qualquer esperança de "salvação". São requeridos uma “proclamação do Senhor, aceitação do Evangelho implicando conversão, profissão de fé, o próprio batismo, a efusão do Espírito Santo e admissão à comunhão eucarística” (CIC, 1229). O batismo é necessário porque, segundo o catolicismo, “Pelo batismo, todos os pecados são perdoados, o pecado original e todos os pecados pessoais” (CIC, 1263).
O CIC 1274 ensina que, “O Espírito Santo marca-nos no batismo com o selo do Senhor para o dia da redenção”. No entanto, não há segurança neste selo, pois o cristão batizado deve ser "fiel" para manter o selo "até o fim". Só então ele "poderá deixar esta vida na esperança da ressurreição."
Os católicos praticam o batismo infantil, que consideram um dom da graça de Deus. Bebês e crianças pequenas são “batizados na fé da Igreja” (CIC, 1282). Quanto às crianças que morreram sem batismo, alguns católicos acreditam que elas vão para o Limbo, um lugar na fronteira entre o céu e o inferno. Limbo nunca foi um ensinamento oficial da Igreja, no entanto. Oficialmente, a Igreja ”pode apenas confiá-los à misericórdia de Deus” e ”esperar que haja um caminho de salvação para as crianças que morreram sem Batismo” (CIC, 1261).
Os católicos usam versículos como Lucas 18:15–16 e 1 Coríntios 1:16 para apoiar a prática do batismo infantil. Contudo, essas passagens são mal interpretadas. A Bíblia não ensina o batismo infantil. Em Lucas 18, os pais estão trazendo seus filhos para que Jesus possa tocá-los, e os discípulos os repreenderam por isso. Cristo disse aos Seus discípulos: "Deixai que as crianças venham a mim e não as impeçais, porque o reino de Deus é dos que são como estas." O Senhor não disse nada sobre batizar bebês aqui; Ele apenas disse para não proibir as crianças de O seguirem. Tirar um ensinamento sobre o batismo deste versículo está errado.
Em 1 Coríntios 1, Paulo fala de uma família (uma casa) que foi batizada. Ele diz no versículo 16: "Batizei também a família de Estéfanas." Sabemos se havia bebês ou crianças muito pequenas na casa de Estéfanas? Não. Não sabemos as idades de ninguém da casa, e é imprudente basear uma doutrina em suposições.
Então, temos algumas diferenças-chave na doutrina católica do batismo em comparação com a Escritura. Uma é que a Bíblia diz para sermos batizados uma vez que passamos a ter fé e nos arrependemos de nossos pecados (Atos 2:38; Marcos 16:15–17); ninguém deveria ser batizado "na fé da Igreja", na fé de seus pais, etc. A Bíblia diz que recebemos o Espírito Santo quando temos fé em Cristo (Efésios 1:13–14; Gálatas 3:2–3). Não há outra maneira de receber a Cristo a não ser pela fé. Obras, até mesmo a obra do batismo, não são a razão pela qual uma pessoa é salva (Tito 3:5).
Os católicos ensinam que uma pessoa batizada começa a participar da vida eterna no momento do batismo, mas eles também ensinam que ela perde essa "vida eterna" e o Espírito Santo quando peca. A Bíblia diz que um cristão pode "entristecer" o Espírito Santo, mas o "selo" que o Espírito coloca em nós não pode ser quebrado (Efésios 4:30).
Em todos os casos de batismo no Novo Testamento, o ato sempre seguiu a fé e confissão de uma pessoa em Cristo, junto com o arrependimento (por exemplo, Atos 8:35–38; 16:14–15; 18:8; e 19:4–5). O batismo não é o que nos dá salvação. O batismo é um ato de obediência após a fé.
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