Pergunta
Os Julgamentos das Bruxas de Salém eram bíblicos?
Resposta
Um período sombrio no início da história americana, os julgamentos das bruxas de Salém foram uma série de audiências e julgamentos para processar pessoas acusadas de bruxaria nos condados de Essex, Suffolk e Middlesex, Massachusetts, entre fevereiro de 1692 e maio de 1693. Centenas de pessoas foram detidas, presas e julgadas pelo crime de bruxaria, e dezenove delas foram enforcadas. Uma delas foi esmagada por pedras pesadas e pelo menos outras cinco morreram na prisão. Inúmeras razões sociais, religiosas, psicológicas e políticas foram apresentadas como fatores que contribuíram para os eventos bizarros, mas uma coisa é certa: os Julgamentos das Bruxas de Salém não foram bíblicos sob várias perspectivas.
Alguns defensores desse tipo de ação apontam para os mandamentos do Antigo Testamento, como Êxodo 22:18: "Não permitirás que uma feiticeira viva", ou Levítico 20:27: "O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro certamente será morto", como justificativa para os julgamentos. Eles diriam que, como Deus ordenou a morte de qualquer pessoa considerada culpada, somos obrigados a cumprir essas ordens hoje. Se esse fosse o caso, teríamos dificuldade em entender o que aconteceu em Atos 19:19. Enquanto Paulo ministrava em Éfeso, muitos que haviam praticado bruxaria trouxeram seus livros e os queimaram, confessando seus atos pecaminosos. Em vez de apedrejar essas pessoas, Paulo as acolheu quando elas confessaram e se arrependeram de seus pecados. Da mesma forma, Simão, o feiticeiro, em Atos 8:9, não foi apedrejado, mas foi repreendido por Pedro.
Por que Pedro e Paulo não obedeceram aos mandamentos de Deus do Antigo Testamento? Em primeiro lugar, a Lei foi dada à nação de Israel como a base de uma teocracia. Israel foi a única nação em toda a história a estar legal e politicamente sob a autoridade direta de Deus. Ele não estabeleceu originalmente um rei para governá-los, mas declarou ser o único rei verdadeiro (1 Samuel 10:19). Na época de Jesus e dos apóstolos, Israel não era mais uma nação soberana e não podia mais cumprir todas as leis que Deus lhes havia dado. Quando Jesus foi apresentado para ser crucificado diante de Pilatos, os líderes judeus tiveram de obter permissão do governador romano para executar seus planos. Em segundo lugar, nesta era da igreja, não estamos mais sob a Lei, mas sob a graça (Romanos 6:14). Isso não nos dá uma desculpa para pecar, mas abre a porta da misericórdia para qualquer pessoa que confesse e abandone seu pecado, não importa quão grave seja esse pecado.
Outro motivo pelo qual os julgamentos das bruxas de Salém não eram bíblicos é a maneira como foram realizados. Os relatos históricos dos julgamentos deixam bem claro que a maioria dos acusados foi realmente vítima de histeria em massa, ciúme mesquinho ou fofoca. Poucas provas foram apresentadas para verificar as acusações feitas, e as que foram apresentadas eram boatos ou circunstanciais. Na maioria dos casos, era a palavra de uma pessoa contra outra e, uma vez feita a acusação, a palavra da vítima era rejeitada. Os responsáveis pelos julgamentos eram, na maioria dos casos, provavelmente mais culpados de pecado do que os acusados. Mentiras, fofocas e calúnias eram a regra da época, e Deus certamente não era honrado em nada do que era feito ali. 1 Coríntios 13:4-7 é uma acusação contra aqueles que realizaram os julgamentos das bruxas de Salém, mostrando que eles não tinham o amor de Deus dentro de si.
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