Pergunta
Quem era Nabucodonosor?
Resposta
Nabucodonosor II foi rei da Babilônia de aproximadamente 605 a.C. até aproximadamente 562 a.C. Ele é considerado o maior rei do Império Babilônico e a ele é atribuída a construção dos Jardins Suspensos da Babilônia. O nome de Nabucodonosor é mencionado cerca de 90 vezes na Bíblia, tanto na literatura histórica quanto na profética das Escrituras Hebraicas. Nabucodonosor recebe a maior atenção no livro de Daniel, aparecendo como o personagem principal, ao lado de Daniel, nos capítulos 1 a 4.
Na história bíblica, Nabucodonosor é mais famoso pela conquista de Judá e pela destruição de Judá e Jerusalém em 586 a.C. Judá havia se tornado um estado tributário da Babilônia em 605 a.C., mas se rebelou em 597 a.C. durante o reinado de Joaquim e depois novamente em 588 a.C. durante o reinado de Zedequias. Cansado das rebeliões e vendo que Judá não havia aprendido a lição quando invadiu, conquistou e deportou Judá em 597, Nabucodonosor e seu general, Nebuzaradã, destruíram completamente o templo e a maior parte de Jerusalém, deportando a maioria dos moradores restantes para a Babilônia. Com isso, Nabucodonosor serviu como instrumento de julgamento de Deus sobre Judá por sua idolatria, infidelidade e desobediência (Jeremias 25:9).
A história secular registra Nabucodonosor como um rei brutal, poderoso e ambicioso, e a Bíblia, em sua maior parte, concorda com isso. No entanto, o livro de Daniel dá uma visão adicional de seu caráter. O capítulo 2 de Daniel registra que Deus deu a Nabucodonosor um sonho sobre os reinos que surgiriam depois do seu. No sonho, Nabucodonosor era uma "cabeça de ouro" em uma estátua, com as partes descendentes do corpo, compostas de prata, bronze, ferro e ferro misturado com argila, representando os reinos menos poderosos que viriam depois dele. Nabucodonosor exigiu que os astrólogos e sábios interpretassem seu sonho sem que ele lhes contasse e, quando não conseguiram, Nabucodonosor ordenou que todos os astrólogos e sábios fossem mortos. Daniel se manifestou e, por meio de um milagre de Deus, interpretou o sonho de Nabucodonosor. O rei então promoveu Daniel a um de seus conselheiros mais influentes. É interessante notar que, quando Daniel interpretou seu sonho, Nabucodonosor declarou: "Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este mistério" (Daniel 2:47).
Em Daniel 3, Nabucodonosor criou uma estátua de ouro de si mesmo e exigiu que todo o povo se curvasse diante dela sempre que a música tocasse. Os três amigos de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego, recusaram-se, e o rei mandou jogá-los em uma fornalha ardente. Milagrosamente, Deus os protegeu e, quando eles saíram da fornalha, Nabucodonosor proclamou: "Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou seu anjo e livrou seus servos, que confiaram nele e frustraram a ordem do rei, preferindo entregar os seus corpos a cultuar ou adorar outro deus, senão o seu Deus. Por isso, eu decreto que todo povo, nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego seja despedaçado, e as suas casas se tornem um monte de entulho; porque não há outro deus que possa livrar desta maneira" (Daniel 3:28-29).
No capítulo 4 de Daniel, Nabucodonosor recebe outro sonho de Deus. Daniel interpretou o sonho para Nabucodonosor e o informou que o sonho era um aviso para que o rei se humilhasse e reconhecesse que seu poder, riqueza e influência vinham de Deus, e não de sua própria criação. Nabucodonosor não deu atenção à advertência do sonho e, por isso, Deus o julgou conforme o sonho havia declarado. Nabucodonosor ficou louco por sete anos. Quando a sanidade do rei foi restaurada, ele finalmente se humilhou diante de Deus. Em Daniel 4:3, Nabucodonosor declara: "Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino que dura para sempre, e o seu domínio é de geração em geração." Nabucodonosor continuou em Daniel 4:34-37: "Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu e voltou a mim o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre; porque o seu domínio é um domínio eterno, e o seu reino é de geração em geração. E todos os moradores da terra são considerados nada; e ele age no exército do céu e entre os moradores da terra segundo a sua vontade; ninguém pode deter a sua mão, nem lhe dizer: Que fazes? No mesmo tempo, voltou a mim o meu entendimento; e voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor, para a glória do meu reino. Os meus conselheiros e os meus nobres me procuraram; e fui restabelecido no meu reino, e minha grandeza se tornou ainda maior. Portanto, eu, Nabucodonosor, agora louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são corretas, e os seus caminhos, justos, e ele pode humilhar aqueles que vivem orgulhosamente."
As exclamações de Nabucodonosor registradas no livro de Daniel levaram algumas pessoas a considerar a possibilidade de que Nabucodonosor tenha se tornado um crente no único Deus verdadeiro. A história registra que Nabucodonosor era um seguidor dos deuses babilônicos Nabu e Marduque. É possível que Nabucodonosor tenha renunciado a esses falsos deuses e, em vez disso, tenha adorado apenas o único Deus verdadeiro? Sim, é possível. Se não fosse isso, Nabucodonosor se tornou um henoteísta, acreditando em muitos deuses, mas adorando apenas um Deus como supremo. Com base em suas palavras registradas em Daniel, definitivamente parece que Nabucodonosor se submeteu ao único Deus verdadeiro. Outra evidência é o fato de que Deus se refere a Nabucodonosor como "meu servo" três vezes no livro de Jeremias (Jeremias 25:9; 27:6; 43:10). Nabucodonosor foi salvo? Em última análise, essa não é uma pergunta que possa ser respondida dogmaticamente. Seja qual for o caso, a história de Nabucodonosor é um exemplo da soberania de Deus sobre todos os homens e da verdade de que "o coração do rei é como a corrente de águas nas mãos do SENHOR: ele o dirige para onde quer" (Provérbios 21:1).
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