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Pergunta

Quais são os temas cristãos em Príncipe Caspian?

Resposta


Neste segundo livro da série de sete volumes "Crônicas de Nárnia", de C. S. Lewis - embora seja o quarto livro da série cronológica - Pedro, Lucy, Edmundo e Susana são convocados mais uma vez para sua amada Nárnia, quando o jovem Príncipe Caspian procura recuperar seu lugar de direito no trono. À medida que a história se desenrola, descobrimos que a verdadeira identidade de Caspian foi mantida em segredo por um tio maligno, mas o professor de Caspian, Dr. Cornelius, quebra seu voto de silêncio ao revelar a verdadeira herança de Caspian e os maravilhosos segredos do passado dourado de Nárnia. Uma guerra civil irrompe quando o Príncipe Caspian desafia os malfeitores que roubaram sua coroa.

Príncipe Caspian é uma história clássica do bem contra o mal, ambientada em uma época em que os verdadeiros narnianos que acreditam em Aslan e o seguem - representativos daqueles que seguem Cristo - são levados à clandestinidade, tanto física quanto simbolicamente. O pequeno grupo de crentes é forçado a se esconder no Monte Aslan, "um enorme monte que os narnianos ergueram em tempos muito antigos sobre um lugar mágico, onde havia, e talvez ainda haja, uma pedra muito mágica". Essa Pedra acaba sendo a Mesa de Pedra na qual Aslan foi sacrificado para redimir o traidor Edmundo em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, a referência mais óbvia ao sacrifício redentor de Cristo na cruz. Aqui está uma imagem dos crentes ao longo dos séculos que foram insultados e perseguidos por sua fé, muitas vezes tendo que se esconder das forças do mal que tentavam destruí-los. A descrição do Monte Aslan lembra as catacumbas de Roma, onde os crentes do mundo antigo viviam e morriam durante as perseguições romanas. Claramente, um dos temas do Príncipe Caspian é a necessidade contínua de os cristãos calcularem o custo de seguir a Cristo, mesmo até a morte, se necessário.

Outro tema é a diferença gritante entre crentes e descrentes, simbolizada pelos antigos narnianos - aqueles que permaneceram fiéis a Aslan -, os telmarinos e alguns anões, especialmente Nikabrik. Os antigos narnianos são caracterizados como aqueles que "acreditam em contos de fadas". O rei Miraz, que usurpou o trono do jovem Caspian, o repreende: "Isso é tudo bobagem, para bebês... Só serve para bebês, ouviu? Você está ficando velho demais para esse tipo de coisa". Até mesmo Trumpkin, o anão que acaba se convencendo da realidade de Aslan, diz logo no início: "Mas quem acredita em Aslan hoje em dia?" Trumpkin muda de ideia, ou melhor, muda para ele, quando encontra o grande Aslan cara a cara. Após esse importante encontro, Trumpkin se torna um verdadeiro filho de Nárnia e continuará a sê-lo até o próximo livro, A Cadeira de Prata. Lewis está traçando um paralelo com a vida cristã, no sentido de que a nossa fé sempre será ridicularizada e zombada por aqueles que a verão como tolice. Paulo nos lembra que "a palavra da cruz é insensatez para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus" (1 Coríntios 1:18).

Talvez o tema mais óbvio seja representado pela jornada de Lucy na história. Sua luta retrata a luta de todos os cristãos que precisam seguir o caminho da fé e da obediência, mesmo diante da oposição. Lucy precisa ir contra seus amigos e familiares para seguir Aslan (Jesus), que aparece para ela em uma noite e a convoca a segui-lo no caminho para o Monte Aslan, um caminho que os outros não podem, ou não querem, ver. Quando eles se recusam a segui-la, seu coração fica partido, mas ela abandona Aslan para ficar com o grupo. Quando Aslan aparece para ela pela segunda vez, Ele é compassivo e amoroso com ela, mas deixa claro para ela, por meio de sua própria consciência, que deveria tê-lo seguido, custe o que custar. Ela percebe seu erro e recebe dEle a força de que precisa: "Lucy enterrou a cabeça em sua crina para se esconder do rosto dele. Mas devia haver magia em sua crina. Ela podia sentir a força do leão entrando nela. De repente, ela se levantou. "Desculpe-me, Aslan", disse ela. Agora estou pronta."

Lucy agora tinha a coragem de seguir Aslan, mesmo que fosse a única a fazê-lo. "'Espero', disse Lucy com voz trêmula, 'que todos vocês venham comigo. Porque - porque eu terei de ir com ele, quer alguém vá ou não." Essa é uma lição comovente para cristãos de todas as idades, mas especialmente para as crianças. O heroísmo de Lucy ao decidir seguir Aslan em todas as circunstâncias terríveis dos três primeiros livros ensina às crianças três lições inestimáveis: contar o custo de seguir Cristo (Lucas 14:26-33); os perigos e as provações inerentes à vida cristã (Tiago 1:12; Apocalipse 2:10); e a fidelidade de nosso Salvador, que nos levará para casa e de quem nada pode nos separar (2 Tessalonicenses 3:3; Hebreus 10:23; Romanos 8:38-39).

Outro tema em Príncipe Caspian é a universalidade de questionar o tempo e os propósitos de Deus. Várias vezes os personagens principais se perguntam por que Aslan não vem e intervém em suas lutas, por que não conseguem vê-lo e por que Ele está ausente de Nárnia há tanto tempo. Mas a fé deles, e a nossa, é edificada exatamente por essas circunstâncias até que aprendamos, como o salmista nos diz: "Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito" (Salmo 18:30). Se os caminhos de Deus são "perfeitos", então podemos confiar que tudo o que Ele faz e o momento que Ele escolhe também são perfeitos. No final, é o Rei Supremo Pedro que proclama: "Não sabemos quando Ele agirá. No tempo dEle, sem dúvida, não no nosso. Enquanto isso, Ele gostaria que fizéssemos o que pudermos por nós mesmos". Como cristãos, o que "fazemos" é viver pela fé no Filho de Deus, que nos amou e se entregou por nós (Gálatas 2:20).

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