Resposta:
A Bíblia menciona duas mulheres chamadas Ada. A primeira Ada era a esposa de Lameque e mãe de Jabal e Jubal (Gênesis 4:19-20). Ela também é a segunda mulher mencionada na Bíblia, sendo a primeira Eva (Gênesis 3:20).
A segunda Ada foi uma das três mulheres cananeias que Esaú tomou como esposas (Gênesis 36:2). Essa Ada era filha de Elom, o hitita, e se tornou a mãe do filho primogênito de Esaú, Elifaz (Gênesis 36:15). De Elifaz veio Amaleque, o pai dos amalequitas, inimigos de Israel (Números 14:45).
Geralmente, quando a Bíblia menciona o nome de uma mulher, é porque ela foi importante no plano de Deus. Nas culturas patriarcais antigas, as mulheres eram frequentemente vistas como pouco mais do que uma propriedade do marido para gerar filhos. Muitas vezes, Deus inspirou os escritores humanos a incluírem nomes de mulheres nas genealogias, o que elevou o status delas para todos os que mais tarde leriam sobre elas.
A primeira Ada, esposa de Lameque, era digna de nota por ser a mãe de Jabal, o ancestral dos fazendeiros nômades. Seu outro filho mencionado, Jubal, era músico, e seus descendentes eram conhecidos por fabricar e dominar instrumentos musicais (Gênesis 4:20). O marido de Ada cometeu um assassinato e se gabou para Ada de seu feito (versículos 23-24)
A segunda Ada, esposa de Esaú, é importante porque, assim como as outras esposas de Esaú, ela era de Canaã. Esse fato angustiou profundamente os pais de Esaú, Isaque e Rebeca, que ordenaram a seu filho mais novo, Jacó: "Não tomes mulher dentre as cananeias" (Gênesis 28:1).
Depois que Jacó roubou o direito de primogenitura de Esaú, Rebeca sabia que tinha de afastar Jacó de seu irmão, então usou as esposas cananeias de Esaú como desculpa: "E disse Rebeca a Isaque: Estou aborrecida da vida, por causa das mulheres dos heteus; se Jacó tomar mulher dentre as filhas desta terra, mulheres dos heteus como estas, por que deveria eu ainda viver?" (Gênesis 27:46).
Ada e as outras esposas de Esaú provavelmente introduziram a idolatria e as práticas pagãs na vida de Isaque e Rebeca. Isaque, o filho da promessa (Gênesis 17:16, 19), deveria ser o pai de uma grande nação, um povo separado para a adoração ao Senhor (Gênesis 22:17). Era de extrema importância que seu outro único filho, Jacó, não se casasse com as tribos cananeias, mas tomasse uma esposa de seu próprio povo. Jacó fez isso e se tornou o pai das dez tribos de Israel (Gênesis 35:11-12, 23-26).
A Ada de Esaú representa a contaminação mundana que a transigência traz. Esaú era fraco em caráter e moral. Ele estava disposto a vender sua herança divina por uma tigela de ensopado (Gênesis 25:32-34). E casou-se com mulheres como Ada, que estavam fora do plano de Deus. Esse pecado espelhava o pecado de seu avô Abraão, que também teve um filho fora do plano de Deus. Esse pecado tem causado danos incalculáveis no mundo desde então (Gênesis 16:3-4; 25:18). E os filhos e netos de Ada também se tornaram inimigos da descendência de Jacó. Ada deve ser um lembrete para nós de que fazer amizade com o mundo nunca é uma opção para o povo de Deus (veja Tiago 4:4).