Resposta:
O adultério é a atividade sexual voluntária entre uma pessoa casada e outra pessoa que não seja seu cônjuge. É a adulteração do casamento pela adição de uma terceira pessoa.
A Bíblia inicia o seu ensino sobre o casamento com o modelo de Adão e Eva: um homem e uma mulher, marido e mulher, unidos por Deus (Gênesis 2:24; Marcos 10:7-9). O adultério é proibido no sétimo mandamento: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14). O fato de a proibição ser simplesmente declarada sem qualquer explicação indica que o significado do adultério era bem compreendido na época em que Moisés deu a lei. As Escrituras são consistentes quanto à proibição do adultério.
Apesar da clareza do modelo original de casamento e da proibição do adultério, a humanidade pecadora desenvolveu maneiras de tentar confundir as linhas da moralidade.
A poligamia é uma maneira pela qual a proibição do adultério foi contornada até certo ponto. A poligamia não é tecnicamente adultério, embora adultere o plano original de Deus para o casamento. No Antigo Testamento, a poligamia era permitida por Deus, mas nunca endossada por Ele. A poligamia não era considerada adultério porque, embora uma terceira pessoa (ou talvez uma quarta, quinta, etc.) fosse adicionada ao casamento, as mulheres adicionais foram legalmente incluídas no casamento. Um polígamo que se envolvesse em atividade sexual com qualquer pessoa que não fosse sua esposa legal ainda estaria cometendo adultério. Como a poligamia é geralmente ilegal nos países modernos hoje, uma terceira pessoa não pode ser legalmente incluída no casamento.
O divórcio e o novo casamento são outra forma de contornar a proibição do adultério. Se um homem casado tem um caso, ele está cometendo adultério. No entanto, se ele se divorciar de sua esposa e se casar com a outra mulher, ele mantém sua posição "legal". Na maioria das sociedades modernas, isso se tornou a norma.
Jesus põe fim a essas duas "estratégias": "Quem repudiar a sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério" (Lucas 16:18). E, “quem repudiar a sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério” (Marcos 10:11-12). Para Jesus, o divórcio não contorna a proibição do adultério. Se um homem casado vê outra mulher, a deseja sexualmente, se divorcia de sua esposa e se casa com a outra mulher, ele ainda está cometendo adultério. Visto que o vínculo matrimonial deve durar toda a vida, o divórcio não exime a pessoa da responsabilidade de ser fiel ao cônjuge original. (Em uma nota semelhante, reconhecemos que em alguns casos a Escritura permite o divórcio, e quando o divórcio é permitido, o novo casamento também é permitido sem que seja considerado adultério.)
Jesus levou a proibição do adultério ainda mais longe do que a Lei Mosaica: "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não cometa adultério.’ Eu, porém, lhes digo: todo o que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério com ela no seu coração" ( Mateus 5:27-28). Portanto, mesmo que um homem tente "legalmente" evitar o adultério buscando o divórcio, ele já é culpado por causa da concupiscência em seu coração que o levou a dar esses passos. Se um homem "legalmente" traz outra mulher para o casamento, tornando-o um casamento polígamo, ele ainda é culpado de adultério devido à luxúria em seu coração que o motivou a se casar com outra esposa. Mesmo que um homem ou uma mulher simplesmente se entregue a pensamentos lascivos (a pornografia é extremamente problemática), então ele ou ela está cometendo adultério mesmo que não haja contato físico extraconjugal. Esta explicação de Jesus evita todas as nuanças sobre "quão longe é demais" com alguém que não seja um cônjuge e evita a necessidade de definir o que realmente é "sexo". A luxúria, não o sexo, é o limite do adultério.
Provérbios 6 dá fortes advertências contra o adultério, fornecendo "instrução e repreensões... Eles o protegerão da mulher perversa e das lisonjas da mulher estranha" (versículos 23-24). Salomão diz,
"Não cobice no coração a sua formosura,
nem se deixe seduzir pelo seu olhar...
mas a adúltera anda à caça de uma vida preciosa.
Poderá alguém carregar fogo no colo,
sem que as suas roupas se incendeiem?
Ou andará alguém sobre brasas,
sem que os seus pés se queimem?
Assim será com o que se aproximar da mulher do seu próximo;
não ficará sem castigo todo aquele que tocar nela" (versículos 25-29).
O adultério é mortalmente sério e carrega as consequências de Deus. “Quem comete adultério não tem juízo; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa” (Provérbios 6:32; cf. 1 Coríntios 6:18 e Hebreus 13:4).
Uma pessoa que vive em adultério aberto e impenitente prova que não conheceu verdadeiramente a Cristo. No entanto, o adultério também não é imperdoável. Qualquer pecado que um cristão comete pode ser perdoado quando o cristão se arrepende, e qualquer pecado que um incrédulo comete pode ser perdoado quando essa pessoa vem a Cristo pela fé. "Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros.... herdarão o Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (1 Coríntios 6:9-11). Observe que na igreja de Corinto havia ex-adúlteros, mas eles haviam sido lavados de seus pecados, santificados e justificados.