Resposta:
A vestimenta desempenhou um papel importante na história do relacionamento de Deus com a humanidade e é claramente apresentada de Gênesis (3:7) a Apocalipse (22:14). A vestimenta externa às vezes simboliza realidades internas e, na Bíblia, geralmente tem um significado espiritual.
A primeira menção de vestimenta está no Jardim do Éden. Quando Adão e Eva pecaram, seus olhos foram abertos (Gênesis 3:6-7), ou seja, perceberam que estavam nus. A vergonha que sentiam levou-os a confeccionar as primeiras roupas: costuraram folhas de figueira para tentar cobrir o corpo. Assim, desde o início, as roupas simbolizam a necessidade de cobrir o nosso pecado e a nossa vergonha. Deus, em Sua misericórdia, matou um animal e fez roupas para Adão e Eva com a pele do animal (Gênesis 3:21). Esse ato de Deus serve como uma imagem da nossa incapacidade de expiar efetivamente o nosso próprio pecado. O fato de que um animal teve que morrer - sangue teve que ser derramado - para cobrir a vergonha de Adão e Eva é um prenúncio do sacrifício final de Cristo. Nossa incapacidade de cobrir o nosso próprio pecado tornou necessário que o Filho de Deus viesse à terra para fazer por nós o que não podemos fazer por nós mesmos (Filipenses 2:6-8; Tito 3:5).
Ao longo da história humana, estilos e cores de roupas têm sido indicadores de status, riqueza, posição e gênero de uma pessoa. A Bíblia contém muitos exemplos de vestimentas usadas para comunicar coisas diferentes. Os reis usavam vestes reais para se distinguirem dos plebeus (2 Crônicas 18:9; Ester 6:8; 1 Reis 22:30). O pano de saco, um material grosseiro e desconfortável de usar, era usado em momentos de dor e luto para simbolizar a dor interior que alguém sentia pela perda de um ente querido (Joel 1:8), para mostrar arrependimento (Jonas 3:5) ou lamentar uma tragédia política (Joel 1:13; 2 Reis 19:1). As prostitutas tinham uma certa maneira de se vestir e podiam ser reconhecidas por suas roupas (Gênesis 38:14-15; Provérbios 7:10). Cintos de couro eram um sinal de pobreza ou ascetismo; tanto Elias quanto João Batista usavam cintos de couro (2 Reis 1:8; Marcos 1:6). Na Lei de Moisés, homens e mulheres foram ordenados a usar apenas roupas apropriadas para o seu sexo (Deuteronômio 22:5), porque usar roupas do sexo oposto transmitia rebelião contra o desígnio de Deus.
Em toda a Bíblia, roupas brancas simbolizam a pureza. Na Transfiguração, as roupas de Jesus “tornaram-se brancas como a luz” (Mateus 17:2). No livro de Apocalipse, Jesus descreve as vestes daqueles que foram considerados dignos de governar com Ele em Seu reino eterno: as vestes são brancas (Apocalipse 3:18; 4:4; 6:11; 7:9). Jesus geralmente é visto vestido de branco em visões proféticas (Daniel 7:9; Marcos 9:2). E os anjos são freqüentemente descritos como vestindo vestes brancas (Mateus 28:3; João 20:12).
A roupa é uma das necessidades básicas da vida (1 Timóteo 6:8). Jesus ensinou aos Seus seguidores, aqueles que buscam o Seu reino em primeiro lugar, a não se preocuparem em ter roupas para vestir porque Aquele que veste a erva do campo também vestirá Seus filhos (Mateus 6:28-33). O padrão universal para o vestuário é a modéstia: "Da mesma forma, que as mulheres, em traje decente, se enfeitem com modéstia e bom senso, não com tranças no cabelo, ouro, pérolas ou roupas caras, porém com boas obras, como convém a mulheres que professam ser piedosas" (1 Timóteo 2:9-10). As boas obras que nascem de uma vida comprometida com o Senhor valem muito mais do que ternos caros e marcas famosas.
A roupa tem sido uma parte importante da história humana e se originou como uma resposta ao pecado da humanidade. A roupa é algo bom por causa da necessidade de manter o corpo coberto, tanto para proteção quanto para modéstia. Deus julgou aqueles que "expôs a nudez" dos outros indevidamente (Êxodo 20:26; Levítico 18:6; Isaías 47:3). Nas Escrituras, a nudez é quase sempre associada ao pecado sexual e/ou vergonha. Não apenas nossas roupas eternas são significativas, mas Deus também considera nossas roupas terrenas significativas.