Pergunta: Por que Nabucodonosor mudou o nome de Daniel para Beltessazar?
Resposta:
Nabucodonosor foi rei da Babilônia de 605 a.C. a cerca de 563 a.C. e foi o responsável pela mudança do nome de Daniel para Beltessazar. O rei Nabucodonosor havia conquistado Judá, destruindo Jerusalém em 586 a.C., um evento que havia sido profetizado pelo profeta Jeremias (Jeremias 25:9). Alguns dos habitantes de Judá foram levados de volta à Babilônia como cativos, inclusive alguns filhos de famílias reais e nobres, para serem integrados à sociedade babilônica (Daniel 1:3-4). Entre os que foram levados estavam quatro meninos, com cerca de 14 anos de idade na época, chamados Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Todos esses quatro nomes hebraicos tinham significados ligados à fé em Deus. Mas, ao chegarem à Babilônia, seus nomes foram mudados: "O chefe dos oficiais lhes deu outros nomes: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abednego" (Daniel 1:7). Os nomes dos meninos foram mudados como uma forma de incentivá-los a esquecer o Deus e as tradições de sua terra natal e se conformar com os costumes e os deuses da Babilônia. Era uma assimilação forçada; Nabucodonosor queria que Daniel e seus amigos "se conformassem com o padrão deste mundo" (Romanos 12:2), e a mudança de nome era um passo em direção a esse objetivo.
Cada nome dado a Daniel e seus amigos tinha um significado associado a uma divindade babilônica diferente. Abednego significa "servo de Nebo", por exemplo. Beltessazar, o nome dado a Daniel, significa "Bel protege sua vida". O significado do nome Daniel é "Deus é meu juiz". O sufixo do nome de Daniel (e de Misael) é -el, que se refere a Elohim, um dos nomes do Deus de Israel. Azarias e Hananias têm o sufixo -iah ou -yah, que é a abreviação de Yahweh, o nome da aliança de Deus (veja Isaías 26:4).
Milagrosamente, Deus manteve esses jovens vivos, embora eles se recusassem a se conformar com a doutrinação, a dieta e a religião da Babilônia. Daniel e seus companheiros pediram para serem alimentados com legumes em vez da comida ilegal do rei, e seu desejo foi atendido com a condição de que sua saúde não fosse prejudicada. Deus os fez prosperar fisicamente mais do que os outros, por causa de sua obediência que honrava a Deus (Daniel 1:8-16). Eles não se curvaram diante do ídolo da Babilônia, a imagem de Nabucodonosor, e foram condenados à morte, mas Deus os salvou do meio de uma fornalha de fogo ardente (Daniel 3:23-27). No final, Nabucodonosor foi forçado a reconhecer o milagre e decretou que o povo da Babilônia honrasse o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego (versículos 28-29).
Depois que as maravilhas de Deus foram mostradas a ele, o próprio Nabucodonosor reconheceu o verdadeiro nome de Daniel e honrou o Deus de Israel, escrevendo: "Por fim, veio à minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, conforme o nome do meu deus, e que tem o espírito dos deuses santos" (Daniel 4:8). Anos mais tarde, a rainha da Babilônia ainda se referia a Daniel pelo seu nome hebraico, embora soubesse da tentativa de Nabucodonosor de mudá-lo: ela falava dele como "Daniel, a quem o rei chamou Beltessazar" (Daniel 5:12).