Resposta:
Doegue, o edomeu, é mencionado pela primeira vez em 1 Samuel 21:7 e descrito como servo do rei Saul. Doegue é chamado de pastor-chefe de Saul, o que provavelmente significa que ele era o responsável por todos os servos que cuidavam dos animais de Saul. Doegue era edomeu, não hebreu. Israel estava em guerra com Edom, portanto Doegue pode ter entrado a serviço de Saul como cativo ou traidor de seu povo (1 Samuel 14:47).
Doegue era um homem mau. Embora fingisse servir a Israel, ele servia apenas a si mesmo. Certo dia, enquanto Davi fugia de Saul, ele parou para buscar ajuda no tabernáculo em Nobe, e aconteceu que Doegue também estava no tabernáculo naquele dia, "detido diante do Senhor" (1 Samuel 21:7). Pode ser que Doegue estivesse no tabernáculo porque era sábado, e ele não podia ir mais longe sem violar a lei; ou pode ser que ele estivesse lá para oferecer um sacrifício para completar um voto ou para ser purificado cerimonialmente. Independentemente do motivo pelo qual Doegue estava lá, esse foi um encontro fatídico com Davi.
No tabernáculo, o sacerdote Aimileque deu a Davi e seus homens alguns pães consagrados da mesa dos pães da proposição (1 Samuel 21:6) e a espada de Golias (versículos 8-9). Doegue testemunhou tudo isso e mais tarde contou a Saul sobre o paradeiro de Davi: "Vi o filho de Jessé chegar a Nobe, para falar com Aimeleque, filho de Aitube. Aimeleque consultou o SENHOR em favor dele e lhe deu mantimento; e também lhe deu a espada de Golias, o filisteu" (1 Samuel 22:9-10). Ao compartilhar essas informações enquanto Saul estava em um estado de espírito petulante, Doegue colocou todos os sacerdotes do Senhor em perigo. O rei Saul convocou Aimileque e sua família e, quando eles se apresentaram diante do rei, acusou-os de traição. "Então o rei disse aos da sua guarda que estavam com ele: Virai-vos e matai os sacerdotes do SENHOR, porque eles também estão do lado de Davi e sabiam que ele fugia, e não me contaram. Mas os servos do rei se recusaram a levantar as mãos para matar os sacerdotes do SENHOR" (versículo 17).
Os guardas israelitas de Saul se recusaram a assassinar os sacerdotes ungidos por Deus, então o rei recorreu a Doegue, o edomeu, e disse-lhe que os matasse. O perverso Doegue pode ter visto isso como uma oportunidade de se tornar íntimo do rei, então assassinou oitenta e cinco sacerdotes, mas não parou por aí. Doegue continuou a matança, exterminando toda a população de Nobe, a cidade onde Davi havia buscado ajuda: "Ele também atacou os moradores de Nobe, cidade desses sacerdotes; ele matou homens e mulheres, meninos e criancinhas de peito, e até os bois, jumentos e ovelhas" (1 Samuel 22:19).
Um sacerdote, filho de Aimileque, escapou e correu para se juntar ao grupo de homens de Davi. Ele contou a Davi o que havia acontecido. Triste, Davi respondeu: "Naquele dia, quando Doegue, o edomeu, estava ali, eu sabia que ele não deixaria de contar tudo a Saul. Eu sou a causa da morte de todos os da casa de teu pai. Fica comigo, não temas; porque quem procura a minha morte também procura a tua; comigo estarás em segurança" (1 Samuel 22:22-23).
Doegue, o edomeu, era um homem egoísta, sanguinário e inimigo de Deus. Após o incidente em Nobe, Davi escreveu o Salmo 52: "Ó homem poderoso, por que te glorias na maldade? O amor fiel de Deus subsiste em todo o tempo....Tu preferes a maldade em vez do bem e a mentira em lugar da verdade" (Salmo 52:1, 3). A destruição é prometida para os Doegues do mundo: "Deus também te esmagará para sempre; ele te arrebatará e te arrancará da tua habitação; e te eliminará da terra dos viventes" (versículo 5). Por outro lado, o homem que segue o Senhor tem esperança no futuro: "Mas eu sou como oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de Deus para sempre e eternamente" (versículo 8).
