Resposta:
Duas pessoas têm o nome Gade na Bíblia. A primeira é o sétimo filho de Jacó e antepassado da tribo de Gade, uma das doze tribos de Israel. A segunda é um profeta na época do rei Davi.
Jacó tinha quatro esposas: Raquel, Lia, Bila e Zilpa. A mãe de Gade era Zilpa, serva de Lia. Zilpa também era a mãe de Aser. Quando Gade nasceu, Lia escolheu seu nome, que significa "boa sorte" em hebraico: "Zilpa, serva de Lia, deu à luz um filho a Jacó. Então Lia disse: "Afortunada! E deu-lhe o nome de Gade" (Gênesis 30:10-11).
Pouco se escreve sobre o filho de Jacó, Gade, na Bíblia. Ele viajou com sua família de Padã-Arã para Canaã e teria participado da conspiração fraterna para matar o irmão mais novo, José. Mais tarde, Gade viajou com seus irmãos para o Egito para comprar alimentos durante a fome. Os irmãos foram reconhecidos por José, que agora era vizir de todas as terras do Egito. José salvou sua família, perdoou seus irmãos e os trouxe de volta para viver no Egito. A Bíblia nos conta que Gade foi pai de sete filhos: Zifiom, Hagui, Suni, Ezbom, Eri, Arodi e Areli (Gênesis 46:16).
Antes da morte de Jacó, o patriarca reuniu seus doze filhos para pronunciar bênçãos sobre eles. Para a tribo de Gade, Jacó fez uma profecia que incluía um interessante jogo de palavras envolvendo o nome Gade. Jacó elogiou Gade, prevendo que a tribo conteria tropas corajosas que expulsariam os invasores e perseguiriam vitoriosamente os inimigos de Israel: "Gade, guerrilheiros o atacarão; mas ele, por sua vez, os atacará por trás" (Gênesis 49:19). Em hebraico, a pronúncia de Gade é muito parecida com a pronúncia das palavras traduzidas como "ataque" e "bando de salteadores".
No final dos 40 anos de peregrinação de Israel no deserto, quando o povo se preparava para entrar na Terra Prometida, a tribo de Gade pediu para se estabelecer a leste do rio Jordão, juntamente com Rúben e a meia tribo de Manassés. Essas tribos possuíam uma quantidade substancial de gado, e o território a leste do Jordão era desejável para a criação de rebanhos. Morando em uma posição limítrofe a leste do Jordão, era particularmente importante que Gade cumprisse a profecia de Jacó e fosse corajoso e forte. Caso contrário, Israel ficaria vulnerável a ataques inimigos repentinos.
Antes de morrer, Moisés também abençoou as tribos de Israel. Ele comparou Gade a um leão e celebrou a bondade do Senhor ao ampliar o território de Gade: "Bendito aquele que faz Gade aumentar. Ele habita como a leoa e despedaça o braço e o alto da cabeça" (Deuteronômio 33:20).
Logo após o Êxodo, Gade contava com 45.650 pessoas (Números 2:14-15). Na época do segundo censo nas planícies de Moabe, o número havia diminuído para 40.500 (Números 26:18).
Outro homem chamado Gade na Bíblia apareceu como contemporâneo do rei Davi. Ele era um profeta e vidente que aconselhava Davi. Quando Davi fugiu de Saul, Gade o aconselhou a voltar para a terra de Judá (1 Samuel 22:5). Depois que Davi pecou ao fazer um censo, Gade o repreendeu e ofereceu uma opção de punição, e Davi escolheu uma praga (2 Samuel 24:11-14). Gade aconselhou o rei Davi a construir um altar na eira de Araúna, o jebuseu, no dia em que a praga terminasse (2 Samuel 24:18-19). Gade também ajudou a organizar a música levítica (2 Crônicas 29:25). Em 1 Crônicas 29:29, diz-se que Gade escreveu uma parte da história da vida do rei Davi.
Um último Gade, um deus cananeu da fortuna, é mencionado em algumas traduções como um ídolo que Israel adorava. Isaías 65:11 fala sobre os "que abandonais o SENHOR, que vos esqueceis do meu santo monte, que preparais uma mesa para a Fortuna, e que misturais vinho para o Destino", e o versículo 12 prediz o julgamento deles. Outras traduções colocam "Gade" no lugar de "Fortuna" nessa passagem.