Resposta:
Nabal é digno de nota pela breve interação que teve com Davi enquanto este fugia do rei Saul. O relato de Davi e Nabal encontra-se em 1 Samuel 25. Nabal era do clã de Calebe, e seu nome significa "tolo" - um fato que sugere que Nabal pode ter sido um apelido que ele ganhou por seu comportamento "duro e mau" (versículo 3). Nabal morava perto da cidade de Maom, na região montanhosa da Judeia, e possuía milhares de ovelhas e cabras que pastoreava perto do Carmelo. Nabal era extremamente rico; no entanto, o seu maior patrimônio era a sua bela e inteligente esposa, Abigail.
Em sua busca para ficar um passo à frente do assassino Saul, Davi adquiriu um número significativo de homens que viajavam com ele e acreditavam em seu destino como o futuro rei de Israel. Eles se sustentavam defendendo fazendas e cidades de invasores e ladrões. Era prática comum que um rico proprietário de terras fornecesse sustento para os homens que guardavam sua propriedade. Portanto, Nabal não deveria ter ficado surpreso por Davi ter pedido a Nabal provisões para seus homens (1 Samuel 25:4-9).
Um homem honesto e nobre teria ficado feliz em oferecer provisões aos homens corajosos que haviam guardado seus pastores, rebanhos e ovelhas por semanas. Um jovem que trabalhava para Nabal descreveu os homens de Davi como aqueles que "nos serviram de proteção ao redor, tanto de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles cuidando as ovelhas" (1 Samuel 25:16). Mas Nabal não era um homem honesto e nobre. Ele respondeu ao pedido de Davi com arrogância e desdém: "Quem é Davi? Quem é o filho de Jessé? Hoje em dia, há muitos servos que fogem do seu senhor. Tomaria eu o meu pão, a minha água e a carne do animal que abati para meus tosquiadores, e os daria a homens que não sei de onde vêm?" (versículos 10-11).
Para agravar o ultraje da declaração de Nabal, havia o fato de que, como homem influente em Israel, Nabal sabia quem era Davi. O profeta Samuel havia ungido Davi como o próximo rei vários anos antes, e notícias como essa não ficavam escondidas em uma nação minúscula como Israel (1 Samuel 16:12-13). Mas o narcisismo e a arrogância de Nabal fizeram com que ele enviasse um insulto ao futuro rei de Israel. Nabal se recusou a lidar de forma justa com Davi e fechou seu coração a qualquer generosidade.
Em resposta à irritação de Nabal, Davi preparou seus homens para a batalha contra a casa de Nabal (1 Samuel 25:12-13). Em um ato de graça e coragem, a esposa de Nabal, Abigail, interveio em favor do marido. Ela enviou uma recompensa de suprimentos para o acampamento de Davi sem o conhecimento de Nabal (versículos 18-19). Depois, procurou Davi pessoalmente, humilhando-se e pedindo misericórdia. Seu raciocínio rápido salvou Nabal e sua propriedade da retribuição de Davi. Sua beleza gentil e suas humildes desculpas acalmaram Davi, e ele cancelou a retaliação planejada (versículo 35). Os negócios de Davi com Nabal estavam no fim, mas o Senhor ainda não havia terminado com ele. A vingança pertence ao Senhor (Romanos 12:19).
Quando Abigail voltou para casa, seu marido estava dando um banquete e estava bêbado. Quando Nabal ficou sóbrio na manhã seguinte, Abigail contou-lhe o que havia feito para apaziguar Davi. Ao ouvir a notícia, Nabal teve um derrame ou ataque cardíaco e ficou paralisado. Ele permaneceu assim por dez dias, e então a Bíblia diz que "o Senhor feriu Nabal e ele morreu" (1 Samuel 25:38). Raramente a Bíblia usa essa terminologia para indicar que a morte de uma pessoa foi resultado de um ato direto de Deus. Mas, no caso de Nabal, essa era a verdade. Sua maldade contínua e impenitente, culminando em seu desafio aberto ao ungido do Senhor, foi julgada por Deus.
Nabal é um exemplo do Antigo Testamento do tipo de pessoa que Romanos 1:28-32 descreve: cheio de maldade, ganância, insolência e arrogância. Bêbado, caluniador e hostil aos que estavam fora de seu círculo, Nabal é o epítome do que Deus odeia. O destino de Nabal deve ser um aviso para todos nós. Deus não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7). Colhemos o que plantamos. Gálatas 6:8 diz: "Pois quem semeia para a sua carne, da carne colherá ruína; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna." Nabal viveu para agradar a si mesmo, mas no final de sua vida não tinha nada que contasse para a eternidade. Em última análise, o que importa é apenas o prazer de Deus. Quando vivemos para agradar ao Senhor, somos beneficiados não apenas nesta vida, mas por toda a eternidade (Mateus 6:19-20).