Pergunta: O que podemos aprender com o que a Bíblia diz sobre Paulo e Timóteo?
Resposta:
Timóteo era um jovem que começou a viajar com Paulo e Silas quando eles visitaram Listra durante a segunda viagem missionária (Atos 16:1). A mãe de Timóteo era judia, mas o seu pai era grego, por isso ele não havia sido circuncidado, embora tivesse sido criado para conhecer e honrar a Deus (2 Timóteo 1:5). O compromisso de Timóteo com o Senhor era tão forte que ele se permitiu ser circuncidado para não ofender os judeus religiosos que eles encontrariam (Atos 16:3). O relacionamento entre Paulo e Timóteo cresceu a ponto de Paulo se referir ao seu jovem protegido como "meu filho na fé" (1 Timóteo 1:2, 18; 2 Timóteo 1:2).
O relacionamento entre Paulo e Timóteo é um ótimo exemplo de mentoria cristã. Tanto Timóteo quanto Paulo precisavam ter as atitudes certas para que esse relacionamento de mentoria fosse bem-sucedido. Timóteo tinha de ser humilde e ensinável. Deve ter sido preciso muita fé e comprometimento de sua parte para se submeter à circuncisão. Ele era livre em Cristo. A circuncisão não era necessária para ter um relacionamento correto com Deus (Gálatas 5:6; 6:15). No entanto, Timóteo permitiu-se ser circuncidado para que pudesse ser uma testemunha mais eficaz de Cristo. Ele exemplificou as palavras de Paulo em 1 Coríntios 9:22: "Para os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de todos os meios vir a salvar alguns."
O papel de Paulo no processo de orientação era exercer paciência enquanto o jovem Timóteo crescia em sabedoria e fé. Ele passou muito tempo ensinando-o e até mesmo endereçou dois livros do Novo Testamento a Timóteo, que na época estava pastoreando a igreja em Éfeso (1 Timóteo 1:3). Paulo incluiu Timóteo nas alegrias e nas dificuldades da vida missionária (Hebreus 13:23) e o incentivou a não permitir que os outros o desconsiderassem por causa de sua juventude (1 Timóteo 4:12). Paulo exortou Timóteo com frequência a guardar a verdade que lhe havia sido confiada e a tomar cuidado para não perder sua paixão pelo ministério (1 Timóteo 1:18; 4:14; 6:20).
Timóteo provou ser tão confiável que Paulo o enviou como representante para as igrejas com as quais estava preocupado (1 Tessalonicenses 3:2; Filipenses 2:19). Timóteo tornou-se o substituto de Paulo e também levou a Paulo notícias das igrejas quando Paulo estava na prisão (1 Tessalonicenses 3:6). Paulo incluiu Timóteo como parceiro igual em seus discursos às igrejas. Suas saudações em várias epístolas começavam com palavras como "Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão com os bispos e diáconos em Filipos" (Filipenses 1:1; cf. 1 Tessalonicenses 1:1; Filemom 1:1).
Aprendemos com Paulo e Timóteo a importância de os homens mais velhos discipularem os mais jovens. Timóteo tornou-se um pilar na igreja primitiva devido ao investimento de Paulo em sua vida quando ele ainda era jovem. Paulo não protegeu seu jovem discípulo das realidades do ministério, sabendo que aprender a sofrer bem fazia parte da preparação de Timóteo (2 Timóteo 2:3; 4:5). Por sua vez, Timóteo recebeu instruções e não se esquivou das partes desagradáveis do verdadeiro discipulado. Devido ao forte relacionamento entre eles, os dois homens se beneficiaram e o evangelho se espalhou. Na história de Paulo e Timóteo, aprendemos que o discipulado é estar lado a lado no trabalho do reino, ferro afiando ferro (Provérbios 27:17), encorajando, repreendendo quando necessário e compartilhando um fardo comum por um mundo perdido (2 Timóteo 3:10-15).