Resposta:
O rei Josafá foi o quarto rei de Judá sob a monarquia dividida, filho de Asa. Somos apresentados a ele pela primeira vez em 1 Reis 15:24, mas não nos é dito nada além de que ele sucedeu Asa. Mais tarde, 1 Reis 22:42 nos diz que ele tinha 35 anos de idade quando começou seu reinado e que reinou 25 anos (de 873 a 848 a.C.). 1 Reis 22 faz um breve relato de seu reinado e 2 Crônicas 17-22 faz um relato mais abrangente.
Espiritualmente, Josafá começou seu reinado de forma positiva. Segundo Crônicas 17:3-6 faz este elogio: "O SENHOR estava com Josafá, porque andou conforme os primeiros caminhos de Davi, seu antepassado, e não seguiu os baalins; ao contrário, buscou o Deus de seu antepassado, e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel. Por isso, o SENHOR confirmou o reino em sua mão; e todo o Judá trouxe presentes a Josafá; e ele teve muita riqueza e glória. Seu coração se despertou para seguir os caminhos do SENHOR, e ele tirou de Judá os altares das colinas e os postes-ídolos." Além disso, Josafá enviou homens por todo o reino para ensinar ao povo a Lei de Deus (2 Crônicas 17:7-9).
Militarmente, Josafá fortificou suas defesas, principalmente contra o reino do norte de Israel (2 Crônicas 17:1-3). As nações vizinhas temiam Judá e traziam tributos (2 Crônicas 17:10-19).
Depois de fazer as pazes com Israel, Josafá aparentemente tentou entrar em contato com Acabe, o rei de Israel. Acabe foi um dos reis mais perversos de Israel, e Josafá não podia desconhecer seu caráter. Primeiro Reis 22 e 2 Crônicas 18 relatam o seguinte: Acabe pede a Josafá que o ajude a atacar a Síria. Josafá, sabiamente, pede que consultem o Senhor sobre o assunto. Acabe reúne 400 de seus profetas que incentivam o ataque. Josafá reconhece que esses não são profetas genuínos do Senhor, e a troca que se segue entre Josafá e Acabe é quase cômica: "Mas Josafá insistiu: Não há aqui outro profeta do SENHOR a quem possamos consultar? Então, o rei de Israel disse a Josafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar o SENHOR, Micaías, filho de Inlá; mas eu o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Então, Josafá disse: Não fale o rei assim. Então, o rei de Israel chamou um oficial e disse: Traze-me depressa Micaías, filho de Inlá."
Então, Micaías é convocado, e a pergunta é feita. Micaías responde com grande ironia: "Ataca e serás bem-sucedido, porque o SENHOR a entregará nas mãos do rei. O rei lhe disse: Quantas vezes terei que te fazer jurar que não me falarás senão a verdade em nome do SENHOR? Então ele disse: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o SENHOR: Estes não têm senhor; volte cada um em paz para sua casa. E o rei de Israel disse a Josafá: Eu não te disse que ele não profetizaria o bem a meu respeito, mas somente o mal?" (1 Reis 22:15-18).
Apesar do que parece ser um reconhecimento de que Micaías fala em nome do Senhor, Josafá se junta a Acabe no ataque. Acabe é morto, e Josafá escapa por pouco. Quando Josafá volta para casa, é repreendido por um profeta do Senhor por sua colaboração com Acabe: "Mas Jeú, filho de Hanani, o vidente, foi ao encontro do rei Josafá e lhe disse: Devias ajudar o ímpio e amar aqueles que odeiam o SENHOR? Por isso virá sobre ti grande ira da parte do SENHOR. Porém, alguma virtude se acha em ti, porque tiraste os postes-ídolos da terra e dispuseste o coração para buscar a Deus" (2 Crônicas 19:2-3).
Josafá continua a fazer reformas, nomeando juízes em toda a terra para lidar com as disputas e encarregando-os de fazer julgamentos justos e temer o Senhor (2 Crônicas 19:4-11).
Em 2 Crônicas 20, uma aliança de nações decide marchar contra Judá. Josafá busca o Senhor e pede a todo o Judá que jejue (versículo 3). Por meio de um homem chamado Jaaziel, o Senhor diz a Josafá que livrará Judá sem lutar (versículos 14-17). Josafá sai para a batalha com cantores liderando o caminho, cantando louvores ao Senhor. A aliança de nações se volta uma contra a outra e começa a se matar (versículos 22-23). Os homens de Judá passam três dias recolhendo os despojos de guerra que foram abandonados por seus inimigos (versículo 25).
Embora Josafá tenha iniciado seu reinado removendo os lugares altos idólatras, no final de seu reinado ainda havia lugares altos que não haviam sido removidos (1 Reis 22 e 2 Crônicas 20). Josafá começou bem, mas sua diligência diminuiu e a adoração de ídolos voltou. 1 Reis 22:41-50 e 2 Crônicas 20:35-37 registram um empreendimento conjunto de construção de navios que Josafá tentou fazer com o perverso rei Acazias de Israel. Josafá, que já havia sido castigado por uma aliança com Acabe, é mais uma vez confrontado por um profeta com uma advertência. Parece que Josafá deu ouvidos à advertência e não permitiu que os homens de Acazias navegassem com os judeus, mas o julgamento ainda assim aconteceu: a frota naufragou e o investimento insensato de Josafá com Acazias se mostrou inútil.
Josafá ainda é considerado um rei bom e piedoso, mas seu reinado terminou de forma bastante ruim. Ele continuou tentando construir uma aliança com Israel, embora os reis de Israel fossem obviamente perversos. Josafá adorava o Senhor e liderava seu povo na busca do Senhor, mas o coração do povo nunca foi totalmente transformado. Eles voltaram às práticas pagãs. O rei Josafá não conseguiu transmitir sua fé a seu filho Jeorão, que reinou depois dele. Jeorão começou matando todos os seus irmãos e depois fez uma aliança com Israel casando-se com a filha de Acabe (2 Crônicas 21:4-6).