Resposta:
Senaqueribe foi o rei da Assíria que reinou de aproximadamente 720 a.C. a 683 a.C. Os arqueólogos descobriram os restos de seu palácio em Khorsebad, perto da antiga cidade de Nínive (Jonas 1:1-3). Durante o reinado do rei Ezequias em Judá, Senaqueribe invadiu Judá, com o objetivo de conquistar Jerusalém (2 Reis 18:13). A Assíria já havia conquistado o reino do norte de Israel em 722 a.C. e levado o povo cativo. Segundo Reis 18:12 diz: "...porquanto não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, violaram a sua aliança e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado; não o ouviram, nem o fizeram." Agora, sob o comando de Senaqueribe, a Assíria também estava pronta para conquistar Judá.
Os homens do rei Senaqueribe primeiro atacaram quarenta e seis das cidades fortificadas de Judá e as capturaram (Isaías 36:1). Em seguida, cercaram Jerusalém. Desesperado, Ezequias enviou ouro e prata como oferta de paz à Assíria, na esperança de apaziguar Senaqueribe, sedento de poder (2 Reis 18:13-16). O Senhor mandou dizer a Ezequias que Senaqueribe não pisaria na cidade de Jerusalém (Isaías 37:33), por isso Ezequias permaneceu firme e se recusou a ceder às ameaças arrogantes do rei assírio (2 Reis 18:28-35; 2 Crônicas 32:17). Ele ordenou aos cidadãos aterrorizados de Jerusalém que não respondessem às provocações dos homens de Senaqueribe do lado de fora do muro (2 Reis 18:36). Em vez disso, Ezequias encorajou o povo no Senhor: "Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá" (2 Crônicas 32:7-8).
Ezequias enviou mensageiros ao profeta Isaías para saber o que Deus dizia sobre o assunto. Como Senaqueribe havia blasfemado contra o Senhor em suas ameaças contra Jerusalém, Isaías disse aos mensageiros do rei: "Dizei isto a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não temas por causa das palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria blasfemaram de mim. Eis que meterei nele um espírito, e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e nela eu o farei cair morto à espada" (2 Reis 19:5-7).
Ezequias recebeu a mensagem de Isaías com alegria, mas Senaqueribe enviou a Ezequias uma carta de sua autoria: "Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue nas mãos do rei da Assíria. Já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria a todas as terras, como as destruíram totalmente; e crês tu que te livrarias? Porventura, os deuses das nações livraram os povos que meus pais destruíram, Gozã, Harã e Rezefe e os filhos de Éden, que estavam em Telassar? Onde está o rei de Hamate, e o rei de Arpade, e o rei da cidade de Sefarvaim, de Hena e de Iva?" (2 Reis 19:10-13). O rei Senaqueribe tinha uma longa lista de vitórias para se gabar, mas cometeu o erro de pensar que o Deus de Israel era igual aos deuses das nações que ele havia derrotado.
O rei Ezequias levou a carta arrogante que recebeu de Senaqueribe para o templo, onde a estendeu diante do Senhor. Em seguida, orou: "Ó Senhor, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. Inclina, ó Senhor, o ouvido e ouve; abre, Senhor, os olhos e vê; ouve todas as palavras de Senaqueribe, as quais ele enviou para afrontar o Deus vivo" (2 Reis 19:15-16). Ezequias reconheceu que a Assíria era poderosa, mas sabia que Deus era mais poderoso: "Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todas as nações e suas terras e lançaram no fogo os deuses deles, porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso, os destruíram. Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu és o Senhor Deus" (versículos 17-19).
O profeta Isaías mandou dizer a Ezequias que, por causa das provocações blasfemas de Senaqueribe sobre o Deus de Israel, o próprio Senhor lutaria por eles e destruiria Senaqueribe e seus exércitos. Senaqueribe não estava apenas desafiando Israel; ele estava desafiando o Deus vivo. Naquela noite, o anjo do Senhor matou 185.000 pessoas no acampamento assírio. Quando Senaqueribe viu a carnificina, abandonou a conquista de Jerusalém e fugiu para Nínive. Ele nunca pisou em Jerusalém, exatamente como Isaías havia dito.
Como nos lembra o Salmo 139:7-12, ninguém pode se esconder do Senhor. Um dia, quando Senaqueribe estava adorando no templo de seu deus, seus próprios filhos o mataram com uma espada (2 Reis 19:36-37). Assim, a profecia de Isaías do versículo 7 foi cumprida.
A vitória passiva de Ezequias sobre Senaqueribe é outro exemplo da promessa do Senhor de lutar por Seu povo (Êxodo 14:14; 1 Samuel 17:47; cf. 2 Reis 19:34). Enquanto eles O honrassem e obedecessem a Seus mandamentos, o Senhor seria seu Defensor. Muitas vezes, Ele permitiu que enfrentassem uma oposição maior do que seus recursos a fim de demonstrar Seu poder e amor. O Senhor ainda procura aqueles que O honrem para que Ele possa se mostrar forte em favor deles (2 Crônicas 16:9). O relato do cerco fracassado de Senaqueribe termina com o seguinte: "Assim, livrou o Senhor a Ezequias e os moradores de Jerusalém das mãos de Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos os inimigos; e lhes deu paz por todos os lados" (2 Crônicas 32:22). Mais uma vez, o Senhor demonstrou a Judá e a todos que invocam Seu nome que "a batalha é do Senhor" (1 Samuel 17:47).