Resposta:
Simão, o Zelote, era um dos discípulos de Jesus. De modo geral, um zelote é qualquer pessoa que apóia fervorosamente uma determinada causa. PETA, Greenpeace e NOW podem ser consideradas organizações repletas de fanáticos.
No contexto do Novo Testamento, os zelotes eram um partido zeloso pela independência judaica e pela expulsão do domínio romano. Eles esperavam conseguir isso incitando o povo à rebelião, expulsando os romanos de Israel e estabelecendo uma teocracia mosaica. Eles também eram conhecidos por atacar os judeus que simpatizavam com Roma. Tanto Josefo quanto o Talmude tinham uma visão negativa do fanatismo dos zelotes.
Simão, o Zelote, é mencionado quatro vezes no Novo Testamento, em lugares onde os nomes dos discípulos são listados, mas além disso não há nenhuma informação sobre ele (Mateus 10:4; Marcos 3:18; Lucas 6:15; Atos 1:13). A Bíblia Almeida 21 o relaciona como "Simão, o cananeu" em Mateus 10:4 - o termo cananeu aqui é um termo político, não uma referência a um local regional. Em geral, presume-se que ele é chamado de "Simão, o Zelote" porque, quando Jesus o chamou, ele era membro do movimento político dos zelotes. Se for esse o caso, o uso contínuo da designação não esclarece se ele continuou ou não a ser zeloso pela independência dos judeus enquanto era discípulo. De qualquer forma, podemos presumir que suas prioridades mudaram quando ele se submeteu aos ensinamentos de Jesus, que incluíam "dar a César o que é de César" (Mateus 22:21) e uma ênfase no reino de Deus, que não era deste mundo e não foi estabelecido pelo uso da violência e da força das armas (João 18:36). Simão também teria sido informado pela revelação de Jesus de que o templo seria destruído e Jerusalém seria completamente invadida pelos gentios (Lucas 21:5-6, 20-24). Manter o "apelido" de "zelote" pode ter sido simplesmente uma maneira de distingui-lo do outro Simão (que mais tarde veio a ser conhecido como Pedro) do grupo de Jesus. Talvez, em anos posteriores, ele fosse conhecido por ser zeloso com o evangelho. A tradição diz que Simão, o Zelote, pregou o evangelho na Pérsia e acabou sendo morto por se recusar a sacrificar ao deus sol.
É interessante notar que Jesus chamou outro discípulo, Mateus, que era cobrador de impostos (Mateus 9:9) e que teria trabalhado diretamente para Roma ou para as autoridades judaicas que governavam com a bênção de Roma. Mateus, o publicano, e Simão, o zelote, eram de extremos opostos do espectro político. Por causa de sua maior fidelidade a Jesus, eles eram irmãos e colaboradores do evangelho. É lamentável que hoje muitos crentes pareçam estar mais comprometidos com um partido político ou um ponto de vista político do que com Cristo, a igreja, o evangelho e o Reino de Deus.