Resposta:
Zorobabel era neto do rei Joaquim de Judá (1 Crônicas 3:17) e, portanto, descendente de Davi. Nascido na Babilônia durante o exílio (entre 587 e 539 a.C.), Zorobabel viajou para Judá depois que o rei Ciro II permitiu que os cativos da Judéia retornassem à sua terra natal para reconstruir o templo (Esdras 1:1-4; 6:3-5, 8-10). O profeta Ageu identifica Zorobabel como o governador de Judá após o exílio (Ageu 1:1; 2:2, 21).
Zorobabel é listado na Bíblia como um ancestral de Jesus Cristo (Mateus 1:12-13; Lucas 3:27). A identidade do pai de Zorobabel é um tanto confusa. Todas as referências na Bíblia, com exceção de uma, citam Sealtiel como o seu pai (Esdras 3:2, 8; 5:2; Neemias 12:1; Ageu 1:1, 12-14; 2:2, 23; Mateus 1:12-13; Lucas 3:27). Isso faria do rei Joaquim seu avô. Mas em 1 Crônicas 3:19, Pedaías, irmão de Sealtiel, é apontado como pai de Zorobabel. Uma solução possível é que Sealtiel era casado, mas morreu antes de ter um filho. De acordo com a lei do casamento levirato, seu irmão Pedaías pode ter ficado com a viúva de Sealtiel, tornando Pedaías o pai biológico de Zorobabel. Outra proposta é que tanto Sealtiel quanto Pedaías tiveram filhos chamados Zorobabel. Uma solução final sugere que o texto em 1 Crônicas contém um erro de escriba.
Zorobabel é um nome babilônico que significa "descendência da Babilônia". Como governador de Judá, Zorobabel foi nomeado como um dos líderes iniciais que supervisionaram a reconstrução do templo de Jerusalém com a ajuda de Josué, o sumo sacerdote (Esdras 3:2-3, 8). Depois de um período de cerca de quatorze meses para se estabelecerem, o povo judeu começou a reconstruir com seriedade. Não demorou muito para que surgisse a oposição dos adversários vizinhos e, por fim, o trabalho foi paralisado por ordem do rei Artaxerxes (Esdras 4:1-24). Apenas a fundação do templo havia sido concluída.
Os alicerces mostraram que esse novo templo seria muito menor do que o original de Salomão, para a decepção daqueles que se lembravam da estrutura anterior: "Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em altas vozes quando à sua vista foram lançados os fundamentos desta casa" (Esdras 3:12). O profeta Ageu falou sobre a decepção deles: "Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos" (Ageu 2:3-4). Zacarias também disse ao povo para não desprezar "o dia das coisas pequenas" (Zacarias 4:10), porque Deus tinha grandes planos para esse novo templo.
Após um atraso de dezessete anos, sob o comando do próximo rei da Pérsia, Dario, os judeus receberam permissão para continuar a reconstrução. Três anos e meio após o início do segundo esforço, o templo foi concluído em 516 a.C.
Em uma das visões de Zacarias, ele recebeu palavras que certamente encorajaram Zorobabel: "E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; porque ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela. E a palavra do Senhor veio novamente a mim, dizendo: As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa; também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o Senhor dos Exércitos me enviou a vós" (Zacarias 4:6-9).
Como descendente do rei Davi, Zorobabel foi identificado com o Messias vindouro pelos profetas contemporâneos, Ageu e Zacarias. O povo judeu começou a ver Zorobabel como sua grande esperança de reviver a realeza davídica e de se libertar dos persas.
Ageu declarou que Deus usaria Zorobabel para derrubar e destruir reinos: "Veio a palavra do Senhor segunda vez a Ageu, ao vigésimo quarto dia do mês, dizendo: Fala a Zorobabel, governador de Judá: Farei abalar o céu e a terra; derribarei o trono dos reinos e destruirei a força dos reinos das nações; destruirei o carro e os que andam nele; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, um pela espada do outro. Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, filho de Salatiel, servo meu, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar, porque te escolhi, diz o Senhor dos Exércitos" (Ageu 2:20-23).
Como um selo de autoridade real, o "anel de sinete" é uma metáfora messiânica. Em Jeremias 22:24-25, Deus disse que se Joaquim (o avô de Zorobabel) fosse o Seu anel de sinete, Ele o rejeitaria. Assim, Ageu estava dizendo que, por meio de Zorobabel, Deus reverteria a maldição que havia pronunciado sobre Joaquim. Deus colocaria o neto do rei iníquo como um anel de sinete em Seu dedo. Da mesma forma, as palavras "naquele dia" apontam para um futuro cumprimento messiânico da mensagem de Ageu.
Embora o templo de Zorobabel fosse menor do que o de Salomão, Deus prometeu uma glória maior: "A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos", disse o Senhor (Ageu 2:9). A glória concedida ao templo de Zorobabel veio séculos depois, quando Jesus Cristo, o Filho de Deus, entrou nos pátios do templo. O templo de Salomão nunca recebeu a visita do Messias, mas o de Zorobabel, sim.
Curiosamente, mesmo antes de o templo ser concluído e dedicado, o nome de Zorobabel desaparece do registro bíblico. É possível que Zorobabel tenha retornado à Babilônia logo após terminar seu trabalho no templo, ou pode ser que os persas temessem uma revolta judaica e tenham mandado remover ou executar Zorobabel. Independentemente disso, Zorobabel é reverenciado como um dos grandes heróis da Bíblia, trabalhando para reconstruir a casa de adoração do Senhor e brilhando como um farol para o Messias vindouro.
Embora o templo que Zorobabel ajudou a reconstruir fosse pequeno em comparação com o tamanho e a grandiosidade do templo de Salomão, ele foi muito mais antigo do que este. De fato, o templo de Zorobabel ainda estava de pé 500 anos depois, quando o Messias prometido, Jesus Cristo, entrou em seus átrios.