Pergunta: Qual é a boa confissão em 1 Timóteo 6:12?
Resposta:
1 Timóteo 6:12 declara: "Trava o bom combate da fé. Apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas." Esse versículo faz parte da carta pessoal de Paulo a Timóteo e fornece instruções sobre como viver e liderar. Vamos nos concentrar no conceito de "a boa confissão" que Timóteo fez.
A "boa confissão" refere-se a uma declaração pública de fé. É interessante notar que, no versículo seguinte, Paulo menciona que Jesus também fez uma boa confissão: "Diante de Deus, que dá vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão, eu te exorto" (1 Timóteo 6:13).
Em João 18:37, encontramos os detalhes da confissão de Jesus: "Então, tu és um rei? Jesus respondeu: És tu que dizes que sou um rei. Foi para isso que nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Aqui, a verdade não se refere meramente a um conjunto de preceitos das Escrituras, mas à personificação da verdade no próprio Jesus (João 14:6). Quando Jesus afirmou dar testemunho da verdade, Ele estava, em essência, dando testemunho de Si mesmo.
Assim, a boa confissão dá testemunho de Jesus, como enfatiza Romanos 10:9-10: "Porque, se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo; pois com o coração é que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação."
A palavra grega para "crença" é pistis, que também denota confiança em algo. Uma confissão adequada de Jesus surge da confiança em Sua ressurreição, intrinsecamente ligada ao Seu sacrifício na cruz por nossos pecados. Não há ressurreição sem a crucificação.
As cruzadas evangelísticas modernas geralmente apresentam declarações públicas com chamadas ao altar. Embora as chamadas ao altar possam ser benéficas, elas devem ser oferecidas a indivíduos que se entendem como pecadores que precisam de um Salvador. Vamos a Cristo para nos reconciliarmos com Deus, não por dinheiro, uma vida confortável ou até mesmo boa saúde. Embora tenhamos a promessa de uma futura libertação do sofrimento, da doença e da dor (Apocalipse 21:4), a principal missão de Jesus foi nos levar ao Pai, não conceder uma utopia física na Terra. Portanto, o evangelho deve servir de base para todo chamado ao altar.
Da mesma forma, a oração do pecador, usada como uma fórmula para orientar alguém a fazer uma confissão, deve ser tratada com cuidado. A oração do pecador não é uma declaração mágica e, por si só, não salva. Jesus nos salva pela fé. A oração do pecador deve ser uma declaração externa da transformação interior que ocorreu, e deve ser acompanhada pelo evangelho.
Uma vez que tenhamos acreditado e feito publicamente uma boa confissão, como Timóteo, somos chamados a "tomar posse da vida eterna" e viver de forma consistente com nossas crenças.