Resposta:
A consubstanciação é a visão de que o pão e o vinho da Comunhão / Ceia do Senhor são espiritualmente a carne e o sangue de Jesus, no entanto, o pão e o vinho continuam sendo efetivamente apenas pão e vinho. Nesse sentido, é diferente da transubstanciação, na qual se acredita que o pão e o vinho se tornem efetivamente o corpo e o sangue de Jesus. A transubstanciação é um dogma católico romano que remonta aos primeiros anos daquela igreja, enquanto a consubstanciação é relativamente recente, surgindo da Reforma Protestante. A consubstanciação essencialmente ensina que Jesus está "com, em e sob" o pão e o vinho, mas não é literalmente o pão e o vinho.
Martinho Lutero, o fundador da Reforma Protestante, foi um sacerdote católico romano que estava farto dos abusos da Igreja Católica Romana e queria reformá-la para que pudesse retornar às suas raízes. Lutero aprendeu tudo sobre a doutrina da transubstanciação em sua formação teológica, e essa compunha parte de seu sistema de crença, pois, como sacerdote, celebrou a Missa muitas vezes, e o dogma da transubstanciação é central para a Missa Católica Romana.
Portanto, quando a Reforma começou como uma reação aos abusos católicos romanos (como a venda de indulgências), e o movimento de reforma foi prontamente denunciado pela igreja, os líderes da Reforma eram em grande parte crentes católicos romanos que agora estavam sem igreja, uma vez que tinham sido excomungados da Igreja Católica Romana. Assim nasceu o ambiente em que os elementos da Missa, o pão e o vinho, poderiam ser examinados à luz das Escrituras. Então, em vez de transubstanciação, uma doutrina que deve ser aceita apenas pela fé, já que nenhuma mudança aparente está presente no pão e no vinho, a doutrina da consubstanciação foi formulada para explicar o que aconteceu com o pão e o vinho e por que não houve nenhuma mudança física real nesses elementos básicos.
A mudança de trans- para con- é a chave para ver o pão e o vinho como o corpo e o sangue de Jesus. O prefixo trans- significa “mudança” e diz que uma mudança ocorre; o pão se torna efetivamente o corpo de Jesus e o vinho se torna efetivamente o sangue de Jesus. O prefixo con- significa “com” e diz que o pão não se torna o corpo de Jesus, mas coexiste com o corpo de Cristo de tal forma que o pão é tanto um pão quanto o corpo de Jesus. O mesmo se aplica ao vinho. Este não se torna o sangue de Jesus, mas coexiste com o sangue de Jesus de tal forma que o vinho é ao mesmo tempo vinho e o sangue de Jesus.
Desta forma, a constituição da Hóstia, central para o serviço de adoração, se aproxima da realidade, já que a propriedade física do pão e do vinho não muda; o pão tem gosto de pão ázimo, não de carne, e o vinho tem gosto de vinho, não de sangue. No entanto, esses dois elementos essenciais, a carne e o sangue, permanecem como elementos coexistentes com o pão e o vinho, para que o ensino de Jesus, em Mateus 26:26-28 e Marcos 14:22-24, possa ser corretamente observado. A consubstanciação é aceita por algumas igrejas ortodoxas orientais e algumas outras denominações cristãs litúrgicas (episcopal e luterana, por exemplo). Mesmo entre esses grupos, a consubstanciação não é universalmente aceita.
