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Pergunta: Expiação limitada - é bíblica?

Resposta:
Por favor, note - uma vez que este artigo está na nossa série "O que é o Calvinismo?", ela apresenta uma visão completa, ou seja, dos 5 pontos do Calvinismo. Nós acreditamos que o Calvinismo de 5 pontos ou de 4 pontos é um assunto no qual os cristãos podem "concordar em discordar". Então, enquanto este artigo pode argumentar fortemente pelo Calvinismo de 5 pontos, nós não estamos de modo algum depreciando a fé ou integridade daqueles que aderem ao Calvinismo de 4 pontos. De fato, muitos de nossos escritores são calvinistas de 4 pontos. Por favor, leia também nosso artigo sobre argumentos contra a expiação limitada. E, para uma perspectiva equilibrada sobre todo o assunto, por favor, consulte nosso artigo sobre expiação ilimitada.

"Expiação limitada" é um termo usado para resumir o que a Bíblia ensina sobre o propósito da morte de Cristo na cruz e o que Sua vida, morte e ressurreição realizaram. É a terceira letra do acrônimo TULIP (Limited atonement em inglês), que é comumente usado para explicar o que são conhecidos como os cinco pontos do Calvinismo, também conhecidos como as doutrinas da graça. A doutrina da expiação limitada é claramente a mais controversa e talvez até a mais incompreendida de todas as doutrinas da graça. Porque o nome pode confundir as pessoas e fazê-las ter ideias erradas sobre o seu significado, algumas pessoas preferem usar termos como "redenção particular", "redenção definitiva", "expiação real" ou "expiação intencional". Estes termos focam corretamente no fato de que a Bíblia revela que a morte de Jesus na cruz foi intencional e teve um propósito definitivo que conseguiu realizar. No entanto, como todas as doutrinas da graça, o que é importante não é o nome atribuído à doutrina, mas quão precisamente a doutrina resume o que a Bíblia ensina sobre a natureza e propósito da morte sacrificial de Jesus na cruz.

A doutrina da expiação limitada afirma que a Bíblia ensina que a obra expiatória de Cristo na cruz foi feita com um propósito definido em mente - redimir para Deus pessoas de toda tribo, língua e nação (Apocalipse 5:9). Jesus morreu, de acordo com Mateus 1:21, para "salvar Seu povo de seus pecados”. Esta verdade é vista em muitos trechos em toda a escritura. Em João 10:15, vemos que Ele "dá a Sua vida pelas ovelhas". Quem são as ovelhas? São as pessoas escolhidas por Deus desde antes da fundação do mundo (Efésios 1:4). Estas são as mesmas pessoas que Jesus disse que lhe foram dadas pelo Pai a fim de que Ele cumprisse a vontade do Pai e não perdesse nenhuma delas e ressuscitasse todas elas no último dia (João 6:37-40). A verdade de que Jesus veio por esta razão específica é vista tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Uma das maiores passagens sobre a expiação no Antigo Testamento é Isaías 53. Nesta passagem sozinha, vemos que Ele foi "ferido pela transgressão do povo de Deus" (Isaías 53:8); que Ele iria "justificar muitos" porque "Ele levará sobre si as maldades deles" (Isaías 53:11); e que Ele de fato "levou o pecado de muitos" (Isaías 53:12). Estes versos e muitos outros falam de uma expiação que era específica em quem cobria (o povo de Deus), era substitutiva por natureza (Ele realmente carregou seus pecados na cruz), e realmente cumpriu o que Deus pretendia que fizesse (justificar muitos). Claramente, aqui está uma imagem de uma expiação intencional e definitiva. Cristo morreu não apenas para tornar a justificação uma possibilidade, mas para realmente justificar aqueles por quem Ele morreu. Ele morreu para salvá-los, não para torná-los salváveis.

A doutrina da expiação limitada também reconhece que a Bíblia ensina que a morte de Jesus na cruz foi uma expiação substitutiva pelos pecados. Muitos teólogos usam a palavra "vicária" para descrever a expiação de Cristo. Esta palavra significa "agir em nome de" ou "representar outro" e é usada para descrever "algo realizado ou sofrido por uma pessoa com os resultados sendo vantajosos ou benéficos para outra". A expiação vicária de Cristo significa que Ele estava agindo como um representante para um grupo específico de pessoas (os eleitos) que receberiam um benefício direto (a salvação) como resultado de Sua morte. Este conceito é claramente visto em 2 Coríntios 5:21: "Daquele que não tinha pecado Deus fez um sacrifício pelo pecado em nosso favor, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." Se Jesus realmente tomou o meu lugar e carregou o meu pecado na cruz como a Bíblia ensina, então eu nunca poderei ser punido por esse pecado. Para a expiação de Cristo ser verdadeiramente uma expiação substitutiva ou vicária, ela deve realmente garantir uma salvação real para todos por quem Cristo morreu. Se a expiação apenas torna a salvação uma possibilidade, então ela não pode ser uma expiação vicária. Se Cristo agiu como um substituto verdadeiro e real para aqueles por quem Ele morreu, então todos por quem Ele morreu serão salvos. Dizer que Cristo morreu uma morte vicária no lugar de todos os pecadores, mas que nem todos os pecadores serão salvos, é uma contradição.

Quatro palavras ou aspectos diferentes da expiação são claramente vistos na Escritura, e cada um nos ajuda a entender a natureza e extensão da expiação. Estas quatro palavras são resgate, reconciliação, propiciação e substituição. Todos estes quatro aspectos da expiação de Cristo falam de Cristo como tendo realmente realizado algo em Sua morte. Um estudo destes quatro termos em seus contextos bíblicos leva à conclusão óbvia de que não se pode acreditar em uma expiação verdadeiramente universal sem também exigir a salvação universal. Se se acredita em uma expiação ilimitada enquanto se nega a salvação universal, acaba-se com uma redenção que deixa os homens não totalmente livres ou realmente redimidos, uma reconciliação que deixa os homens ainda estranhos a Deus, uma propiciação que deixa os homens ainda sob a ira de Deus, e uma morte substitutiva que ainda faz o próprio pecador ajudar a pagar a dívida de seu pecado. Todos estes aspectos do trabalho expiatório de Cristo tornam-se, então, nada mais do que uma possibilidade que depende do homem para torná-los uma realidade.

Mas isso não é o que a Bíblia ensina. Ela ensina que aqueles que são redimidos por Cristo são verdadeiramente livres e sua dívida foi totalmente paga. Ela ensina que aqueles que são reconciliados com Deus são realmente reconciliados e o muro de separação que existia entre eles e Deus foi derrubado (Colossenses 2:14). Ela ensina que a morte de Cristo na cruz foi um sacrifício que satisfaz plenamente a ira de Deus. Ela também ensina que Cristo foi de fato um substituto, um redentor parente, que agiu no lugar e em favor de Seu povo. Quando Jesus morreu na cruz, Ele disse: "Está consumado" (João 19:30), e a palavra grega traduzida por "consumado" é teleō, que foi usada para indicar que uma dívida havia sido totalmente paga. E isto é exatamente o que Jesus realizou na cruz. "E a vós, quando ainda estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos pecados; e, apagando a escrita de dívida, que nos era contrária e constava contra nós em seus mandamentos, removeu-a do nosso meio, cravando-a na cruz" (Colossenses 2:13-14).

Um mal-entendido comum sobre a doutrina da expiação limitada é que esta visão de alguma forma diminui ou limita o valor da expiação de Cristo. No entanto, exatamente o oposto é verdadeiro. A expiação limitada reconhece corretamente que a morte de Cristo foi de valor infinito e não falta em nada. De fato, ela é de tal valor que, se Deus assim o desejasse, a morte de Cristo poderia ter salvado todos os membros da raça humana. Cristo não teria que sofrer mais nem fazer nada diferente para salvar todos os seres humanos que já viveram do que Ele fez ao garantir a salvação dos eleitos. Mas esse não era o propósito de Deus ao enviar Cristo para a cruz. O propósito de Deus na expiação era que Jesus garantisse para sempre a salvação daqueles que o Pai lhe havia dado (Hebreus 7:25). Portanto, embora a expiação de Cristo tenha sido limitada em sua intenção ou propósito, ela foi ilimitada em seu poder.

Outro mal-entendido comum sobre a doutrina da expiação limitada é que ela de alguma forma diminui o amor de Deus pela humanidade. No entanto, novamente, exatamente o oposto é verdadeiro. De todas as doutrinas da graça, a doutrina da expiação limitada, quando corretamente entendida, amplia o amor de Deus; não o diminui. A expiação limitada reforça o amor intensivo de Deus que é revelado na Bíblia. Deus ama Seu povo com um amor que os salva de seu pecado, ao contrário do amor da visão de expiação ilimitada que vê o amor de Deus como sendo mais geral por natureza. Na visão da expiação ilimitada, Ele ama a todos em geral, mas não salva ninguém em particular e, de fato, deixa a questão de sua salvação a critério do homem. Qual é mais amoroso, um amor que realmente salva as pessoas ou um amor que torna a salvação "possível" para aqueles que estão mortos em transgressões e pecados e incapazes de escolher a Deus?

Um dos principais argumentos usados contra a expiação limitada é que, se Cristo não expiou os pecados de todos no mundo e se Deus só pretendia salvar os eleitos, como se explica as numerosas passagens bíblicas que indicam a oferta gratuita do evangelho para "quem quer que venha"? Como Deus pode oferecer salvação a todos, incluindo aqueles que Ele não elegeu ou predestinou para serem salvos? Como podemos entender o paradoxo que ocorre porque a Bíblia ensina que Deus pretende que apenas os eleitos sejam salvos, mas, por outro lado, a Bíblia também declara inequivocamente que Deus oferece livre e sinceramente salvação a todos que acreditam? (Ezequiel 33:11; Isaías 45:22; 55:1; Mateus 11:28; 23:37; 2 Pedro 3:9; Apocalipse 22:17) A solução para este paradoxo é simplesmente um reconhecimento de tudo o que a Bíblia ensina. 1) O chamado do evangelho é universal no sentido de que, quem quer que o ouça e acredite nele será salvo. 2) Por causa de todos estarem mortos em transgressões e pecados, ninguém acreditará no evangelho e responderá com fé a menos que Deus primeiro torne vivos aqueles que estão mortos em suas transgressões e pecados (Efésios 2:1-5). A Bíblia ensina que "quem acredita" terá a vida eterna e, em seguida, explica por que alguns acreditam e outros não.

Outro argumento contra a expiação limitada aponta para as passagens na Bíblia que falam da expiação de Cristo de uma forma mais geral ou ilimitada. Por exemplo, em 1 João 2:2 João diz que Cristo é a propiciação pelos pecados do "todo o mundo". Da mesma forma, em João 4:42 Jesus é chamado o "Salvador do mundo" e em João 1:29 diz-se que Ele "tira o pecado do mundo". Outros versículos que parecem indicar uma visão ilimitada da expiação incluem 2 Coríntios 5:14-15: "Ele morreu por todos" e 1 Timóteo 2:6: "Ele se deu como resgate por todos" (embora Mateus 20:28 e Marcos 10:45 digam que Cristo veio para "dar Sua vida como resgate por muitos"). Aqueles que acreditam na expiação ilimitada usam tais versículos para afirmar que, se Cristo morreu por todos e tira os pecados do mundo, então Sua expiação não pode ser limitada apenas aos eleitos. No entanto, esses versículos se conciliam facilmente com os muitos outros versículos que apoiam a doutrina da expiação limitada simplesmente reconhecendo que, muitas vezes, a Bíblia usa as palavras "mundo" ou "todos" em um sentido limitado. Eles não significam automaticamente "todo indivíduo no mundo inteiro". Isso fica evidente quando apenas alguns versículos são considerados. Em Lucas 2:1 está registrado que "saiu um decreto da parte de César Augusto para que o mundo inteiro fosse recenseado", e Lucas 2:3 diz: "Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade". Mas, claramente, não está falando de todo indivíduo no mundo todo. O decreto de César não se aplicava aos japoneses, chineses ou a incontáveis outras pessoas em todo o mundo.

Da mesma forma, os fariseus, estando consternados com a crescente popularidade de Jesus, disseram: "Vejam como todo o mundo está indo atrás dele!" Todos no mundo seguiram Jesus? Ou o "mundo" estava limitado a uma pequena área da Palestina onde Jesus pregava?

Então, deve ser facilmente perceptível que a frase "todos" ou "todo o mundo" não significa necessariamente todos os indivíduos. Compreender esse fato básico permite que alguém considere cada uma dessas passagens aparentemente universais em seus contextos, e, ao fazer isso, torna-se aparente que elas não apresentam qualquer conflito com a doutrina da expiação limitada.

Outro argumento contra a expiação limitada é que ela é um obstáculo para a pregação do evangelho e para o evangelismo. Aqueles que usam este argumento dirão que se um evangelista não pode dizer que "Cristo morreu por você", então sua eficácia na apresentação do evangelho será limitada. Ou eles dirão que, se apenas os eleitos serão salvos, por que o evangelho deveria ser pregado? Mais uma vez, estas objeções são facilmente tratadas. O evangelho deve ser pregado a todos porque ele é o poder de Deus para a salvação de todos os que creem (Romanos 1:16), e é o meio que Deus ordenou pelo qual os eleitos serão salvos (Romanos 10:14-17). Além disso, o evangelista não precisa dizer ao incrédulo especificamente que "Cristo morreu por seus pecados". Tudo o que ele precisa proclamar é que Cristo morreu para pagar a penalidade pelo pecado e prover um meio para os pecadores serem reconciliados com um Deus santo. Creia nele, e você será salvo.

Os princípios da graça, e especificamente o princípio da expiação limitada, fortalecem o evangelismo ao invés de dificultá-lo. Abraçar essas maravilhosas verdades bíblicas nos permite declarar com ousadia e clareza as boas novas do evangelho, sabendo que o poder não está na nossa apresentação ou na capacidade do público de entendê-lo ou vontade de acreditar nele, mas repousa inteiramente em um Deus todo-poderoso que decidiu salvar pessoas de todas as tribos, línguas e nações. Crer em uma expiação ilimitada, por outro lado, apresenta muitos problemas lógicos e bíblicos. Primeiro, se a expiação fosse realmente ilimitada, todas as pessoas seriam salvas, pois todos os seus pecados, incluindo o pecado da incredulidade, teriam sido pagos por Cristo na cruz. No entanto, o universalismo é claramente antibíblico, pois a Bíblia deixa muito claro que nem todas as pessoas são ou serão salvas. Portanto, tanto os arminianos quanto os calvinistas acreditam em algum tipo de expiação limitada. O arminiano limita a eficácia da expiação ao dizer que Cristo morreu por todas as pessoas, mas nem todas as pessoas serão salvas. Sua visão da expiação limita seu poder pois apenas torna a salvação uma possibilidade e não realmente salva ninguém. Por outro lado, o calvinista limita a intenção da expiação ao afirmar que a expiação de Cristo foi por pessoas específicas (os eleitos) e que assegurou completamente a salvação daqueles por quem ele morreu. Portanto, todos os cristãos acreditam em algum tipo de expiação limitada. A questão, então, não é se a Bíblia ensina uma expiação limitada, mas como ou em que sentido a expiação é limitada. A potência da expiação é limitada no sentido de que apenas torna a salvação uma possibilidade, ou seu poder para salvar é ilimitado e efetivamente resulta na salvação daqueles a quem Deus pretendeu salvar (os eleitos, suas ovelhas)? Quem limita é Deus ou o homem? A graça soberana de Deus e seu propósito determinam o sucesso ou o fracasso definitivo da obra redentora de Cristo, ou a vontade do homem decide se as intenções e propósitos de Deus serão realizados?

Um grande problema com a expiação ilimitada é que ela transforma a redenção em apenas um ato potencial ou hipotético. Uma expiação ilimitada significa que o sacrifício de Cristo não é efetivo até que o pecador faça sua parte e tenha fé. Nessa visão, a fé do pecador é o fator determinante para saber se a expiação de Cristo realmente realiza algo. Se a doutrina da expiação ilimitada for verdadeira, então temos Cristo morrendo por pessoas que o Pai sabia que não seriam salvas e temos Cristo pagando a penalidade pelos pecados de pessoas que também teriam que pagar a penalidade pelo mesmo pecado. De fato, isso torna Deus injusto. Ou Deus pune as pessoas pelos pecados pelos quais Cristo expiou, ou a expiação de Cristo foi de alguma forma insuficiente, pois não cobre adequadamente todos os pecados daqueles por quem Ele morreu. O problema com essa visão se torna ainda mais claro quando se considera que na época em que Cristo morreu na cruz já havia pecadores que haviam morrido e enfrentariam a ira de Deus no inferno por seu pecado. Logicamente, não faz sentido para Deus Pai ter Cristo expiando os pecados de pessoas que já estavam sofrendo a ira de Deus por seu pecado. Onde está a justiça em punir Cristo pelos pecados daqueles que já estavam sendo punidos por seus pecados? Novamente, isso também mostra que uma expiação ilimitada não pode ser uma expiação vicária e substitutiva.

Ainda outro problema com uma visão ilimitada da expiação é que ela diminui a justiça de Deus e destrói a base da garantia do crente. Um aspecto importante da certeza do crente é que Deus é justo e que Ele não pode punir o pecado duas vezes. Portanto, o pecado que é coberto pelo sangue de Cristo nunca pode ser atribuído à conta do pecador. No entanto, isso é a que uma expiação universal leva. Cristo é punido pelos pecados daqueles que não são salvos, e então eles também são punidos no inferno pelos mesmos pecados.

A expiação ilimitada diz que, embora Cristo faça muito para trazer a salvação ao seu povo, sua morte na cruz não garantiu realmente essa salvação para ninguém. A morte de Cristo não é suficiente por si só para salvar pessoas perdidas e, para que sua obra expiatória seja eficaz, há um requisito que os próprios pecadores devem cumprir. Esse requisito é a fé. Para o homem ser salvo, ele deve acrescentar sua fé ao trabalho expiatório de Cristo na cruz. Portanto, a eficácia da expiação é limitada pela fé ou falta dela no homem. Por outro lado, a expiação limitada acredita que a morte e ressurreição de Cristo asseguram realmente a salvação do seu povo. Embora Deus requeira fé do seu povo, a morte de Cristo até mesmo pagou pelo pecado da nossa incredulidade e, portanto, sua morte cumpre todos os requisitos para a nossa salvação e fornece tudo o que é necessário para assegurar a salvação do povo de Deus, incluindo a fé para crer. Isso é verdadeiro amor incondicional, uma salvação que é somente pela graça em Cristo. Não é necessário acrescentar mais nada a Cristo para se obter a salvação - uma expiação tão suficiente que assegura tudo o que é necessário para a salvação, incluindo a fé que Deus nos dá para crer (Efésios 2:8).

A expiação limitada, como todos os princípios da graça, sustenta e glorifica a unidade da Trindade, pois Pai, Filho e Espírito Santo trabalham em conjunto para o propósito da salvação. Essas doutrinas se constroem mutuamente. A doutrina da depravação total estabelece o que a Bíblia ensina sobre a condição espiritual do homem não regenerado e nos deixa com a pergunta "Quem pode ser salvo?" A doutrina da eleição incondicional responde à pergunta ao declarar a escolha soberana de Deus em escolher para salvar as pessoas apesar de sua depravação e baseado unicamente na escolha soberana de Deus para redimir para si pessoas de todas as tribos, línguas e nações. Em seguida, a doutrina da expiação limitada explica como Deus pode ser perfeitamente justo e, mesmo assim, redimir essas pessoas pecadoras e reconciliá-las consigo mesmo. A única solução para a depravação do homem foi Deus prover um Redentor que agiria como seu substituto e que sofreria a ira de Deus pelos seus pecados. Ele fez isso na morte de Cristo, que, tendo sido crucificado, completamente e totalmente "apagando a escrita de dívida,... pregando-a na cruz" (Colossenses 2:13-14). Isso leva a outra pergunta: como um pecador espiritualmente morto e inimigo de Deus pode ter fé no trabalho expiatório de Cristo na cruz? Essa pergunta é respondida pela doutrina da graça que é conhecida como a graça irresistível, o "I" no acrônimo TULIP (irresistible grace em inglês).



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