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Pergunta: É errado forçar uma conversão? Que papel a coerção deve desempenhar na religião?

Resposta:
Conversão forçada é o uso de pressão, força ou ameaça para fazer com que alguém abandone suas crenças por aquelas de outra religião. A conversão forçada resulta na adoção de uma religião diferente (ou no abandono de toda religião) sob ameaça. A conversão forçada é proeminente em algumas religiões, cultos e governos totalitários, mas é fácil de abordar do ponto de vista cristão.

Em termos simples, a conversão forçada é errada. Aumentar as fileiras de uma religião não deve envolver nenhum tipo de coerção. Muitas vezes, a conversão forçada nem mesmo funciona: aqueles que são forçados a se converter a uma religião diferente podem agir como convertidos externamente, mas secretamente permanecem leais à sua religião anterior.

É impossível se tornar um cristão como resultado de força ou coação. Pode ser possível forçar alguém a participar de uma cerimônia religiosa ou a dizer palavras em uma oração, mas ser cristão não tem a ver com cerimônia ou orações superficiais. Trata-se de nascer de novo pelo Espírito de Deus, e nenhuma pressão humana pode forçar a mão do Espírito. Deus conhece o coração. A regeneração não pode ser imposta externamente.

Alguns líderes religiosos da história pegaram a espada para obrigar as pessoas a se juntarem a eles, mas não Jesus. Ele entregou Sua vida e nos convida a segui-Lo. Seu reino funciona de forma diferente daquela a que o mundo está acostumado. Jesus disse a Pilatos: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Entretanto, o meu reino não é daqui" (João 18:36).

A conversão forçada também contradiz o livre-arbítrio que Deus concedeu a cada um de nós. Estendemos o convite a todos para serem salvos, mas não os constrangemos. Reconhecemos que as pessoas devem se arrepender e crer por conta própria, à medida que o Espírito Santo trabalha em seus corações (veja João 16:8). Jesus fez alusão ao livre-arbítrio do pecador ao falar a uma Jerusalém rebelde: "Quantas vezes eu quis ajuntar teus filhos, ... e não quiseste" (Lucas 13:34, grifo do autor).

Em Atos 16, Paulo e Silas encontram um homem na cidade grega de Filipos que faz uma pergunta importante sobre a salvação. Sabemos pelo menos três coisas sobre esse homem: ele era um carcereiro, era pagão e estava desesperado. Ele estava à beira do suicídio quando Paulo o deteve. E foi então que o homem perguntou: "Que devo fazer para ser salvo?" (Atos 16:30).

O próprio fato de o homem fazer a pergunta mostra que ele reconheceu sua necessidade de salvação - ele via apenas a morte para si mesmo e sabia que precisava de ajuda. O fato de ele perguntar a Paulo e Silas mostra que ele acreditava que eles tinham a resposta. Essa resposta veio de forma rápida e simples: "Creia no Senhor Jesus Cristo e você será salvo" (Atos 16:31). A passagem continua mostrando que a vida do homem começou a mostrar uma diferença imediatamente. Observe que a conversão do homem foi baseada na fé ("Crer"). Ele teve de confiar em Jesus e nada mais. Sua fé incluía a crença de que Jesus morreu pelo pecado e ressuscitou, porque essa era a mensagem que Paulo e Silas estavam pregando (veja Romanos 10:9-10 e 1 Coríntios 15:1-4). A salvação do carcereiro de Filipos não foi uma conversão forçada; pelo contrário, foi baseada em seu desejo pessoal e na escolha de depositar sua fé em Cristo.

Para nos convertermos ao cristianismo, precisamos acreditar que Jesus é o Filho de Deus que morreu pelo pecado e ressuscitou. Devemos concordar com Deus que somos pecadores que precisam de salvação e devemos confiar somente em Jesus para salvar. Quando fazemos isso, Deus promete nos salvar e nos dar o Espírito Santo, que nos fará novas criaturas. Ser cristão é ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo que resulta no perdão dos pecados e na eternidade no céu. Algo assim não pode ser forçado. A verdadeira religião não é forçada.



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