Pergunta: "Inclusivismo versus exclusivismo - o que a Bíblia diz?"
Resposta:
A fé pessoal em Jesus é o único caminho para o céu (exclusivismo), ou a morte de Jesus também trouxe a salvação para alguns que não acreditam (inclusivismo)? Esta questão é frequentemente colocada por não-cristãos quando confrontados pela primeira vez com as afirmações do cristianismo bíblico. Muitos céticos alegam que não é razoável que Deus exija fidelidade a Jesus Cristo para receber o perdão dos pecados. Nas últimas décadas, muitos cristãos começaram a optar por uma resposta diferente daquela que tradicionalmente tem sido dada pela maioria dos cristãos. A tendência é para o “inclusivismo”.
O inclusivismo é a visão de que as pessoas realmente se apropriam do dom da salvação de Deus apenas com base na obra expiatória de Jesus Cristo, mas que o pecador não precisa crer explicitamente no evangelho para realmente receber essa salvação. O inclusivismo ensina que o cristianismo é a única religião verdadeira (incluindo a crença de que Cristo é o único Salvador das pessoas), mas que essa salvação pode ser disponibilizada por outros meios que não a fé explícita em Cristo. O inclusivista acredita que os adeptos de outras religiões e até os ateus podem ser salvos ao responderem à revelação de Deus na criação ou através dos elementos verdadeiros contidos em sua religião não-cristã.
Os inclusivistas rapidamente ressaltarão que qualquer pessoa salva é, de fato, salva por Jesus Cristo, mas o pecador não precisa crer que Cristo é o Salvador para receber essa salvação. Os inclusivistas às vezes se referem a essas pessoas como “cristãos anônimos”. Os inclusivistas referem-se a vários textos bíblicos na tentativa de sustentar o seu ponto de vista; no entanto, o seu argumento principal é mais filosófico do que exegético (derivado diretamente das Escrituras). A questão do destino final dos não evangelizados é frequentemente levantada por inclusivistas, juntamente com questões relacionadas à salvação de crianças, deficientes mentais e outros que são impedidos de fazer uma escolha racional a favor ou contra Cristo.
O “exclusivismo” ou “restritivismo” é a visão cristã evangélica tradicional que trata da salvação de não-cristãos. Esta é a visão de que um pecador só pode ser salvo por uma fé consciente e explícita no evangelho de Jesus Cristo. Os exclusivistas argumentam que uma resposta positiva à revelação geral é simplesmente insuficiente para garantir a salvação de uma perspectiva bíblica. Os exclusivistas se utilizam de várias escrituras para apoiar a sua visão, incluindo João 14:6; João 3:16–18; e Romanos 10:13–15.
Parece que uma leitura direta desses textos revela que a Escritura inspirada está claramente ensinando o exclusivismo cristão (que alguém deve colocar sua fé em Cristo para ser salvo). É importante salientar que pode haver exceções a este princípio (como a morte de bebês ou crianças de tenra idade que ainda não se desenvolveram o suficiente para compreender o seu pecado e fazer uma escolha racional de confiar em Cristo). Segundo Samuel 12:23 afirma que o filho recém-nascido do rei Davi foi para o céu após a morte. Isaías 7:15–16 também sugere uma idade de responsabilidade moral: “Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis.”
Essas exceções não minariam de forma alguma a posição do exclusivismo cristão. Em vez disso, mostram a infinita misericórdia de Deus ao prover salvação para aqueles que de outra forma não a alcançariam. Nossa posição é que a fé explícita em Cristo é necessária para todos os pecadores capazes de realmente confiar em Cristo e crer no evangelho. Os exclusivistas cristãos acreditam que os textos bíblicos usados para apoiar o inclusivismo estão longe de ser convincentes e que os textos usados pelos exclusivistas são, de fato, claros. É difícil ver como os escritores inspirados poderiam ter deixado mais claro que a fé explícita em Cristo é necessária para a salvação (para aqueles que são capazes disso). Também é importante ressaltar que o exclusivista cristão não necessariamente acredita que o não evangelizado será condenado por não acreditar em um Jesus do qual nunca ouviu falar. Em vez disso, tal pessoa seria julgada por sua falha em responder à mensagem da revelação geral e por pecar contra a lei moral de Deus que havia sido escrita no coração.
No final, podemos ter certeza de que Deus não julgará ninguém injustamente. Os não evangelizados só serão julgados com base nos pecados que cometeram voluntariamente. O exclusivismo cristão certamente deve fornecer à igreja motivação mais do que suficiente para evangelizar todas as pessoas na Terra, pois, literalmente, o destino eterno delas está em jogo. Deus simplesmente não nos informou de nenhum plano de apoio que Ele possa ter para aqueles que não ouvem o evangelho nesta vida. Devemos supor que não há nenhum.