Pergunta: "Quem são os mortos em Cristo em 1 Tessalonicenses 4:16?"
Resposta:
Antes de identificar os “mortos em Cristo”, devemos observar o contexto em que esta frase se encontra. O contexto imediato é 1 Tessalonicenses 4:13-18, que trata da questão do que acontecerá na volta do Senhor Jesus. Os leitores de Paulo estavam preocupados que, quando Cristo voltasse, aqueles que morreram antes disso, de alguma forma, perderiam algo. O propósito principal desta passagem é confortar aqueles crentes que perderam seus entes queridos crentes.
A mensagem desta passagem é uma de esperança. Os cristãos têm uma esperança que os incrédulos não têm quando perdem entes queridos. Há esperança além do túmulo para os cristãos, e parte dessa esperança está no retorno de Cristo, aqueles que já morreram “ressuscitarão primeiro”. Depois disso, os cristãos que ainda estiverem vivos serão transformados. Ambos os grupos serão “arrebatados” e encontrarão o Senhor nos ares. Paulo conclui esta seção com uma admoestação para encorajar outros com esta esperança.
Nesta passagem, Paulo usa o eufemismo comum do sono para se referir àqueles que morreram em Cristo, ou seja, os crentes. Paulo quer confortar os seus leitores que aqueles cristãos que morreram antes do retorno de Cristo não perderão nada. É por isso que ele abre esta seção dizendo: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (v. 13).
Então, para responder à pergunta, os mortos em Cristo são aqueles crentes que morreram antes da segunda vinda de Cristo. (Vale à pena ressaltar que se 1 Tessalonicenses 4 está se referindo à segunda vinda ou ao arrebatamento é uma questão de debate). Os crentes, vivos ou mortos, pertencem a Cristo. Obtemos linguagem semelhante do apóstolo em sua primeira carta aos Coríntios quando ele escreve: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Coríntios 15:23). Os mortos em Cristo se aplicam não apenas ao público original de Paulo, mas a todos os crentes que morreram no que pode ser chamado de período “interadventos”, ou o tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.
Outra questão que pode surgir nesse contexto é o que acontece com os crentes quando morrem? Certamente Paulo usa o sono para se referir ao estado deles, mas será que isso significa que os crentes experimentam (por falta de uma palavra melhor) um estado inconsciente semelhante ao sono até a futura ressurreição? Aqueles que defendem essa posição, chamada de sono da alma, a baseiam em passagens como 1 Tessalonicenses 4:13-18. Mas deve-se notar que “sono” como usado aqui é um eufemismo. Não se destina a transmitir o sono real. De fato, a experiência do crente após a morte e antes do fim dos tempos quando Cristo retornar é uma comunhão consciente e feliz com o Senhor. Paulo sugere isso em versículos como 2 Coríntios 5:6-8 e Filipenses 1:23.
Na morte, o corpo jaz em repouso na sepultura esperando a ressurreição do último dia, mas a alma vai estar em casa com o Senhor. Esta é a doutrina do estado intermediário. Os crentes experimentam em um sentido provisório as recompensas que os aguardam no céu, enquanto os incrédulos experimentam o sabor do seu tormento eterno no inferno (Lucas 16:19-31).