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Pergunta: O que significa dizer que, no princípio, Deus criou os céus e a terra (Gênesis 1:1)?

Resposta:
O significado de Gênesis 1:1 é bem articulado pelo apologista Frank Turek em seu livro Roubando de Deus (NavPress, 2014). Ele afirma: "O maior milagre da Bíblia é o primeiro versículo: 'No princípio, Deus criou os céus e a terra'. Se esse versículo for verdadeiro, então todos os outros versículos da Bíblia são, no mínimo, críveis" (p. 187 em inglês).

O ato de Deus de moldar o mundo forma a base do cristianismo. Se um Ser Divino criou este mundo, então esse Ser seria o centro de nossa existência. Da mesma forma que criamos coisas para fins específicos, esse Ser teria uma razão para criar o mundo e a humanidade. Nosso principal objetivo deve ser descobrir a revelação correta desse Ser e nos alinharmos com os Seus desejos.

Muitos outros versículos bíblicos apóiam o conceito de que Deus criou o mundo no princípio. Um exemplo é Colossenses 1:16: "Porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam poderes; tudo foi criado por ele e para ele." (Veja também Salmo 33:6; Hebreus 11:3; João 1:3).

A Bíblia considera Gênesis 1:1 como um fato estabelecido, que se alinha com o argumento cosmológico para a existência de Deus. Ao combinar fatos científicos e raciocínio filosófico, pode-se concluir razoavelmente que o universo teve um início e uma causa. O argumento cosmológico pode ser resumido da seguinte forma:

1. Tudo o que começa a existir tem uma causa.

2. O universo começou a existir.

3. Portanto, o universo teve uma causa.

As duas primeiras afirmações são incontroversas. A premissa 1 baseia-se na lei da causalidade, que afirma que todo evento tem uma causa. A segunda afirmação é apoiada por evidências como a segunda lei da termodinâmica, o universo em expansão e a teoria do big bang. Os filósofos, tanto do passado quanto do presente, também apresentaram pontos de vista sobre o início do universo, sendo o argumento cosmológico kalam de William Lane Craig um exemplo moderno popular.

O principal ponto de discórdia está na terceira afirmação. Devemos afirmar que Deus é a Primeira Causa do universo? Mais uma vez, podemos nos inspirar em Frank Turek, que argumenta:

Se o espaço, o tempo e a matéria tiveram um início, então a causa deve transcender o espaço, o tempo e a matéria. Em outras palavras, a causa deve ser sem espaço, atemporal e imaterial. Essa causa também deve ser extremamente poderosa para criar o universo a partir do nada. E deve ser um agente pessoal para escolher criar, já que uma força impessoal não tem capacidade de escolher criar nada. Os agentes criam. As forças impessoais, que chamamos de leis naturais, simplesmente governam o que já foi criado, desde que os agentes não interfiram (ibid., p. 2).

A implausibilidade de algo surgir do nada também dá suporte ao primeiro versículo da Bíblia. Se o universo não é eterno, então ou ele surgiu do nada ou foi criado por um Ser autoexistente chamado Deus. A última hipótese é mais razoável, especialmente quando se consideram outras evidências, como o ajuste fino, a moralidade objetiva e a complexidade irredutível das células.

Portanto, podemos dizer razoavelmente que a primeira frase da Bíblia é verdadeira e que o Deus Criador se alinha com a visão de mundo teísta. A veracidade da afirmação de que Deus criou os céus e a Terra também torna os milagres possíveis. Gênesis 1:1 estabelece a base para outras verdades.



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