Resposta:
Existem muitos usos culturais, religiosos, filosóficos e culturais do símbolo do “olho que tudo vê”, que também é chamado de “Olho da Providência”. Alguns sugerem que o olho que tudo vê é baseado no “Olho de Hórus” do antigo Egito, embora a semelhança no simbolismo não necessariamente signifique significado semelhante. A representação básica é a de um olho com pálpebra com “glória”, ou raios, emanando dele em todas as direções. A versão cristã europeia também inclui uma moldura triangular ao redor do olho. De um modo geral, o olho que tudo vê é um símbolo de uma entidade onisciente – geralmente uma divindade – que pode ver tudo.
A maioria dos americanos está familiarizada com o olho que tudo vê porque aparece no verso da nota de um dólar. Lá, como parte do que é rotulado como “O Grande Selo”, o Olho da Providência aparece como a pedra angular de uma pirâmide inacabada. A base da pirâmide está inscrita com “1776” em algarismos romanos. Abaixo da pirâmide há uma faixa que diz “Novus Ordo Seclorum” (latim para “Nova Ordem dos Séculos”). Acima da pirâmide estão as palavras “Annuit Cœptis” (latim para “ele aprova o nosso empreendimento”). A ideia do Grande Selo, então, é que o Olho da Providência mostrou favor à América na fundação de uma nova era da história.
Como símbolo, o olho que tudo vê é encontrado em todo o mundo, desde a Catedral de Kazan em São Petersburgo, Rússia, até textos hieroglíficos. É usado como talismã ou amuleto protetor em muitas culturas, particularmente aquelas que apóiam a existência do “mau-olhado”, contra o qual se acredita que o “olho que tudo vê” protege. No México, o ojo de venado é um amuleto xamânico usado dessa maneira. Embora o símbolo em si não seja usado no budismo, Buda é referido como o “olho do mundo” em certos textos budistas.
Na cultura popular, o personagem Sauron de J. R. R. Tolkien em O Senhor dos Anéis é referido como o Olho Vermelho, o Olho Sem Pálpebra e o Grande Olho. A representação de Peter Jackson de Sauron em sua trilogia de filmes O Senhor dos Anéis é a de um olho de fogo que observa toda a Terra-Média. Tal representação é facilmente confundida com um uso distorcido da mitologia do “olho que tudo vê”. A indústria cinematográfica também nos deu o Tesouro Nacional, no qual o “olho que tudo vê” foi supostamente usado como símbolo da Maçonaria pelos Pais Fundadores da América. No entanto, o uso do olho em uma pirâmide inacabada nunca foi um símbolo maçônico, e o olho que tudo vê não foi usado na Maçonaria até 1797, anos após o projeto do Grande Selo ter sido finalizado.
Embora o cristianismo faça uso de muitos símbolos (a cruz e o peixe sendo os mais comuns), eles nunca foram imbuídos de nenhum poder especial. Os símbolos permanecem imagens que nos lembram das verdades cristãs básicas, e esse significado os torna importantes, mas não inerentemente poderosos. Nos contextos cristãos europeus, particularmente nos períodos medieval e renascentista, o chamado Olho da Providência dentro de uma moldura triangular era usado como símbolo da Trindade. O próprio olho pode ser considerado um símbolo da onisciência de Deus.
Então, o olho que tudo vê é um ícone que pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes, dependendo do contexto. Alguns vêem o símbolo como uma representação da Trindade; outros o tomam como uma representação de um Poder Superior ou Providência mais geral; outros ainda o veem como um ícone maçônico, um sinal conspiratório dos Illuminati ou um amuleto de boa sorte.