Respuesta:
Existem várias passagens bíblicas que são a base para a prática moderna de usar um pano de oração para auxiliar quem está orando a receber respostas positivas à sua oração. Mateus 9:20–22 conta a história de uma mulher que sofria com hemorragia severa há doze anos. Ela conseguiu tocar na orla do manto de Jesus, acreditando que este simples contato a curaria. Jesus respondeu no verso 22, dizendo a ela: "A tua fé te salvou". Em Mateus 14:34–36, o povo de Genesaré tinha um pensamento semelhante. Todos os doentes da região desejavam tocar somente na orla do manto de Jesus. Todos os que fizeram isso foram curados. Atos 19:11–12 relata como lenços que Paulo simplesmente havia tocado eram levados aos doentes, na esperança de que as pessoas seriam curadas de doenças e espíritos malignos.
É importante ressaltar que em nenhuma destas histórias na Bíblia o manto de Jesus ou o lenço de Paulo é chamado de "pano de oração". O primeiro uso moderno de um pano de oração pode ter sido pelos Mórmons. À medida que a prática se desgastou no Mormonismo, ela cresceu na igreja Pentecostal. Agora, pode-se encontrar até mesmo na Igreja Católica Romana. Às vezes, os panos são ungidos com óleo ou com o suor daqueles que oram sobre ele.
Em seu aspecto mais inocente, o pano de oração é apenas um lembrete de que um grupo de pessoas está orando por um amigo que está doente. O grupo pode orar segurando o pano e depois enviar esse pano para o amigo, que o mantém por perto para conforto. Mais preocupante é a crença de que o óleo ou o suor com que o pano de oração é ungido atuam como um ponto de transferência que permite as bênçãos de Deus entrar no recipiente. Contudo, a tendência mais perturbadora é o uso de panos de oração como meio de arrecadação de fundos entre os televangelistas do evangelho da prosperidade. Tais programas incentivam os espectadores a enviarem seu nome e endereço e, talvez, um breve pedido de oração. Em troca, o espectador recebe um pano de oração, instruções do tipo "coloque-o em sua Bíblia por uma noite" ou "coloque-o debaixo do seu travesseiro" ou "escreva seu nome nele" e um envelope para devolver o pano com uma doação substancial. Variações do pano de oração incluem um "velo de oração", uma "nuvem de oração" e moedas. Alguns panos de oração são especificamente projetados para ganho financeiro.
Não há nada teologicamente errado em enviar a alguém um lembrete tangível de que amigos estão orando. No entanto, existem dois grandes problemas potenciais com os panos de oração. Atos 19:11 destaca que o uso do pano no ministério de Paulo era "extraordinário". Os milagres são sinais de que um mestre é especificamente escolhido para revelar a Palavra de Deus. Paulo, um antigo inimigo da igreja, teria precisado de milagres extraordinários para confirmar sua nova posição como evangelista. No entanto, com a conclusão da Bíblia, não precisamos de dons de sinais para identificar os profetas de Deus. E Deus certamente não precisa de óleo ou suor para transmitir mais facilmente o poder de Seu Espírito.
Em segundo lugar, e mais preocupante, é o uso dos panos de oração como um esquema de dinheiro descarado. 2 Pedro 2:2-3a diz: "E muitos seguirão sua vida de libertinagem, e o caminho da verdade será difamado por causa deles. Movidos pela ganância, também vos explorarão com suas artimanhas"... Paulo destacou que o trabalho que um pastor realiza merece remuneração (1 Coríntios 9:14), mas em nenhum lugar a Bíblia insinua que orações e favores espirituais podem ser comprados e vendidos.