Resposta:
No Jardim do Éden, quando Adão pecou ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, esse ato de desobediência produziu um efeito grave e duplo no resto da humanidade. O primeiro efeito foi o pecado original e o segundo foi o pecado imputado.
Adão, como o cabeça da raça humana, fez com que todas as pessoas depois dele nascessem em uma condição caída ou um estado pecaminoso. Este efeito do pecado de Adão é conhecido como pecado original e é muitas vezes referido como pecado herdado. Todos os seres humanos herdaram uma natureza pecaminosa através do ato original de desobediência de Adão (Romanos 5:12-14).
Além de receber uma natureza decaída, todas as pessoas que vieram depois de Adão foram creditadas com a culpa do pecado de Adão (Romanos 5:18). Esse é o significado do pecado imputado. Uma imputação é atribuir ou creditar por algo. O pecado imputado é a culpa de Adão atribuída ou creditada a nós. Todos os humanos são contados como tendo pecado em Adão e, portanto, merecendo a mesma punição pelo pecado que Adão. O pecado imputado afeta a nossa posição diante de Deus (somos culpados, condenados), enquanto o pecado original afeta o nosso caráter (somos moralmente arruinados). Tanto o pecado original quanto o imputado nos tornam sujeitos ao julgamento de Deus.
O termo imputar é usado tanto legal quanto financeiramente e significa “designar qualquer ação, palavra ou coisa como creditada na conta de outra pessoa”. Biblicamente, o pecado de Adão foi imputado a todos os seus descendentes, e eles devem ser tratados como culpados. Isso não significa que são pessoalmente culpados do pecado de Adão, apenas que o pecado dele foi creditado em sua conta e, portanto, cada pessoa participa da culpa e penalidade dessa transgressão original.
A pena para o pecado é a morte. Estamos sujeitos à morte espiritual, ou seja, separação de Deus nesta vida presente, devido ao pecado imputado: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:1-3). Se persistirmos neste estado de separação de Deus, o resultado é a segunda morte, que é eterna (Apocalipse 20:11-15).
A morte física também é uma penalidade pelo pecado imputado: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). A culpa do pecado de Adão foi diretamente imputada ou transmitida a toda a família humana, de modo que todas as pessoas estão agora sujeitas à morte (Romanos 6:23).
O apóstolo Paulo ensina o pecado imputado em várias passagens: “...pela ofensa de um só, morreram muitos”, “... por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens”, “... pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores” (Romanos 5:15, 18, 19), e “em Adão, todos morrem” (1 Coríntios 15:22).
A boa notícia em relação ao pecado original e imputado é que Deus já tinha um remédio, um plano soberano de salvação, mesmo antes de Adão pecar no Jardim.
O remédio para o pecado imputado é a obra expiatória de Jesus Cristo: “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos” (Romanos 5:19). No momento em que um pecador crê em Jesus e aceita o Seu dom da salvação, a justiça de Cristo é creditada em sua conta: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:22). Os crentes possuem a justiça imputada.
Assim como todas as pessoas estão em Adão, todos os crentes estão em Cristo. Estar em Cristo significa que a Sua justiça agora é nossa. Através da morte sacrificial de Cristo na cruz, o pecado da humanidade foi imputado a Cristo. Jesus tomou sobre Si a penalidade por nossos pecados: “...o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Romanos 4:25).
Os crentes ainda não são aperfeiçoados em justiça. No entanto, eles são revestidos da justiça imputada de Cristo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). Jesus respondeu às exigências da justiça por nossos pecados e satisfez os requisitos da Lei (Romanos 3:25-26; Colossenses 2:14).