Resposta:
Há muita discussão sobre a lei e seu lugar em nossa salvação. Embora muitos cristãos digam alegremente "amém" à verdade bíblica da salvação pela graça por meio da fé, o que dizer da lei? Ela também não pode nos salvar? A resposta da Bíblia é "não". Aqui estão algumas passagens que exploram a relação entre a lei e a nossa salvação:
Hebreus 10:1-4: "Ora, sendo a lei sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas boas, jamais pode aperfeiçoar os que vêm apresentar suas ofertas por meio dos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano. Se não fosse assim, não teriam deixado de ser oferecidos? Pois, se os adoradores tivessem sido purificados de uma vez por todas, nunca mais teriam consciência do pecado. Porém, por meio desses sacrifícios se faz recordação dos pecados a cada ano, pois é impossível que o sangue de touros e de bodes apague pecados."
Romanos 3:20: "Porque ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei; pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado."
Gálatas 2:16: "Sabemos, contudo, que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo. Nós também temos crido em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da lei, pois ninguém será justificado pelas obras da lei."
Gálatas 3:10: "Pois todos os que são das obras da lei estão debaixo de maldição. Porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece na prática de todas as coisas escritas no livro da lei."
Gálatas 5:4: "Vós, que vos justificais pela lei, estais separados de Cristo; caístes da graça."
Então, por que a lei não pode nos salvar? Primeiro, vamos considerar o propósito da lei. Longe de ser um sistema de salvação, a lei revela nossa natureza pecaminosa e nossa responsabilidade perante Deus, conforme mencionado em Romanos 3:20. Paulo detalha esse ponto em Romanos 7:7: "Que diremos? A lei é pecado? De modo nenhum. Contudo, eu não conheceria o pecado se não fosse pela lei; porque eu não conheceria a cobiça, se a lei não dissesse: Não cobiçarás."
A lei, por si só, é boa e revela a perfeição moral de Deus, mas seu principal objetivo é expor nosso fracasso moral. Embora os seres humanos já fossem pecadores antes de a lei ser dada, ela diagnosticou nosso estado pecaminoso como um exame médico revela uma doença. Entretanto, assim como um exame não pode oferecer uma cura, a lei não é a solução para nossa pecaminosidade.
É um erro pensar que Deus salvou as pessoas por meio da lei antes da chegada de Cristo. Romanos 4:3 desmascara essa noção ao destacar que Abraão foi justificado pela fé, não pela lei. Mesmo depois que Deus deu a lei, o sistema de sacrifício continuou a cobrir o pecado das pessoas, indicando que o problema do pecado persistia e simbolizando o sacrifício final que estava por vir (Hebreus 10:11). A expiação temporária por meio de animais seria desnecessária se os seres humanos pudessem ser salvos por meio da obediência à lei. Personagens do Antigo Testamento como Abraão, Moisés e Davi depositaram sua fé no Deus que conheciam e confiavam nas promessas que Ele fez. Seus pecados foram finalmente expiados na cruz (Romanos 3:25-26; Hebreus 9:15).
Além disso, a lei não pode salvar porque não tem o poder de transformar. O Espírito Santo é Aquele que nos transforma quando depositamos nossa fé em Cristo (João 3:5-6; Tito 3:5). O cristianismo se distingue de outras religiões que ensinam que a salvação (em suas inúmeras formas) é obtida por meio de obras. Os adeptos de outras religiões são obrigados a se esforçar para manter as regras e, inevitavelmente, não conseguem. Eles então desistem ou se aprofundam na justiça própria. No cristianismo, a salvação é pela graça por meio da fé, levando a um relacionamento com Deus que molda nosso estilo de vida. Em vez de dependermos de nosso desempenho, confiamos no desempenho e na expiação de Cristo.
A lei é perfeita e boa, mas não pode nos salvar. Pelo contrário, ela revela que somos pecadores que precisam de um Salvador. A salvação é encontrada somente no nome de Jesus (Atos 4:12).