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Pergunta: Qual é o significado de um portão da cidade na Bíblia?

Resposta:
Além de fazer parte da proteção de uma cidade contra invasores, os portões da cidade eram locais de atividade central nos tempos bíblicos. Era nos portões da cidade que se faziam importantes transações comerciais, que se reuniam os tribunais e que se anunciavam os anúncios públicos. Dessa forma, é natural que a Bíblia fale com frequência de "sentar-se no portão" ou das atividades que ocorriam no portão. Em Provérbios 1, a sabedoria é personificada: "Clama do alto dos muros e profere suas palavras à entrada das portas e na cidade" (versículo 21). Para divulgar suas palavras para o maior número possível de pessoas, a Sabedoria foi para os portões.

A primeira menção de um portão de cidade é encontrada em Gênesis 19:1. Foi no portão de Sodoma que o sobrinho de Abraão, Ló, cumprimentou os visitantes angelicais de sua cidade. Ló estava lá com outros homens importantes da cidade, discutindo as questões do dia ou se envolvendo em importantes negócios cívicos.

Na Lei de Moisés, os pais de um filho rebelde eram instruídos a levá-lo ao portão da cidade, onde os anciãos examinariam as evidências e julgariam (Deuteronômio 21:18-21). Isso afirma que o portão da cidade era fundamental para a ação da comunidade.

Outro exemplo importante é encontrado no livro de Rute. Em Rute 4:1-11, Boaz reivindicou oficialmente a posição de resgatador ao se reunir com os anciãos da cidade no portão de Belém. Lá, foram resolvidas as questões legais relacionadas ao seu casamento com Rute.

Enquanto Israel lutava contra os filisteus, o sacerdote Eli esperava no portão da cidade por notícias sobre a arca e para saber como seus filhos estavam se saindo na batalha (1 Samuel 4:18).

Quando o rei Davi governava Israel, ele ficava diante de suas tropas para dar instruções do portão da cidade (2 Samuel 18:1-5). Depois que seu filho Absalão morreu, Davi ficou de luto, mas acabou voltando ao portão da cidade com seu povo (2 Samuel 19:1-8). A aparição do rei no portão sinalizava que o luto havia terminado e que o rei estava novamente se ocupando com os afazeres do governo.

O portão da cidade também era importante em outras culturas antigas. Ester 2:5-8 registra que alguns dos servos do rei conspiraram no portão do rei para assassiná-lo. Mardoqueu, um importante judeu da Pérsia, ouviu a conspiração e relatou o fato a Ester, que deu a notícia ao rei (Ester 2:19-23). Os oficiais da corte persa foram identificados como estando "à porta do palácio real" (3:3).

Controlar os portões dos inimigos era conquistar a cidade deles. Parte da bênção do Senhor para Abraão foi a promessa de que "a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos" (Gênesis 22:17).

Quando Jesus prometeu edificar Sua Igreja, Ele disse: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18). A compreensão das implicações bíblicas de "portas" nos ajuda a interpretar as palavras de Jesus. Como um portão era um lugar onde os governantes se reuniam e davam conselhos, Jesus estava dizendo que todos os planos malignos do próprio Satanás jamais venceriam a Igreja.



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