Pergunta: O que a Bíblia diz sobre a predeterminação?
Resposta:
Na teologia, a predeterminação é o ato de Deus em que Ele preordenou cada evento ao longo da eternidade. Tudo, desde o vôo de um pardal até o caminho de um furacão, foi destinado a ocorrer por Deus na eternidade passada da maneira exata como ocorre. Quando uma folha cai de uma árvore, segue o curso exato que Deus planejou para ela desde o galho até o solo quando Ele criou o universo; quando um pato desliza sobre a superfície de um lago, a altura e o espaçamento das ondas que ele faz foram todos preordenados por Deus. Aquele que sustém o universo (Colossenses 1:17) tem um plano, e o Seu plano está sendo cumprido.
A predeterminação também é chamada de determinação causal; quando Deus é aquele que determina, pode também ser chamada de determinação teológica. A predestinação está relacionada à predestinação, embora o último termo geralmente seja específico para a escolha de Deus de quem seria salvo (veja Romanos 8:30).
Toda profecia revela o fato da predestinação. Daniel 11, por exemplo, contém dezenas de profecias detalhadas sobre eventos futuros na Pérsia, Grécia, Egito e outras nações. Três vezes, a frase no tempo determinado é usada (Daniel 11:27, 29, 35). Portanto, todas essas coisas acontecerão (é uma certeza), e acontecerão no tempo determinado - designado por quem? Por Deus em Sua predestinação.
Também em Daniel 11 temos a profecia do “rei voluntarioso” sobre o anticristo: “O rei fará conforme bem entender; ele se exaltará e se engrandecerá sobre todo deus, e dirá coisas terríveis contra o Deus dos deuses; e será próspero, até que se cumpra a indignação; pois aquilo que está determinado será feito” (verso 36). Observe a última frase: o que foi determinado deve acontecer. Os eventos que Daniel vê devem acontecer. Por que devem acontecer? Eles foram determinados (por Deus) para acontecer.
Alguns argumentam que a profecia simplesmente revela o conhecimento prévio de um Deus onisciente sem implicar a Sua determinação. Em outras palavras, Deus pode ver o futuro sem escolhê-lo. O contra-argumento é que, se Deus vê um evento futuro e afirma que isso acontecerá, esse evento essencialmente foi predestinado porque, se não acontecer ou se algo diferente acontecer em seu lugar, Deus é ou ignorante ou mentiroso. Se Deus profetiza, acontecerá; o curso está definido; o destino está selado. Além disso, Daniel 11:36 claramente fala de predestinação com relação ao “tempo da ira”.
Um problema óbvio que surge em relação à predestinação é a ideia do livre-arbítrio do homem. Se Deus predestinou todas as coisas, então os humanos não são nada mais do que peças de jogo passivas movidas pela Mão Divina? Não, a Bíblia também ensina a responsabilidade humana, que sugere o livre-arbítrio. Jesus disse: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! Pois é inevitável que eles venham; mas ai do homem por meio de quem o escândalo vier!” (Mateus 18:7). Quando Jesus diz que os pecados “devem vir”, Ele está se referindo à predestinação. Quando Ele pronuncia um ai naqueles através dos quais os pecados vêm, Ele fala de responsabilidade pessoal. De alguma forma incompreensível, a predestinação de Deus não nega a nossa responsabilidade nas escolhas que fazemos. Deus é soberano, mas nossas escolhas são reais.
Atos 4:27-28 é outra passagem que reflete a predestinação de Deus. A igreja primitiva em Jerusalém ora: "Pois, nesta cidade, eles de fato se aliaram contra o teu santo Servo Jesus, a quem ungiste; não só Herodes, mas também Pôncio Pilatos com os gentios e os povos de Israel; para fazer tudo o que a tua mão e a tua vontade predeterminaram que se fizesse." Há várias declarações notáveis nesta oração: O “poder” e a “vontade” de Deus estavam envolvidos em “decidir de antemão” o que aconteceria. Essa é a predeterminação. Jesus é o “ungido” ou “escolhido”. Essa é a predeterminação. Ainda mais impressionante é o que foi predestinado: a conspiração perversa de Herodes e Pilatos e da multidão para matar Jesus. O Filho de Deus foi crucificado, mas esse ato perverso é coberto pela predestinação de Deus. Não é de admirar que a oração comece com “Senhor Soberano” (versículo 24).
José reconheceu a predestinação de Deus no Egito quando perdoou seus irmãos por sua maldade para com ele: “Certamente planejastes o mal contra mim. Porém Deus o transformou em bem, para fazer o que se vê neste dia, ou seja, conservar muita gente com vida” (Gênesis 50:20). A intenção do homem é diretamente contrastada com a intenção de Deus em relação ao mesmo evento.
A crença na predestinação deixa Deus ser Deus:
"Eu sou o primeiro, e sou o último,
e além de mim não há Deus.
Quem é como eu? Que o proclame e o exponha diante de mim!
Quem tem anunciado desde os tempos antigos as coisas futuras?
Que nos anuncie o que ainda acontecerá.
Não vos assusteis, nem temais!
Por acaso não vos declarei há muito tempo? Não vos anunciei?
Sois as minhas testemunhas! Por acaso há outro Deus além de mim?
Não, não há Rocha! Não conheço nenhuma" (Isaías 44:6-8)
Parte do que identifica Deus como o Soberano é o fato de Ele ter proclamado “há muito tempo” o que acontecerá.
A Escritura ensina que a predestinação de Deus resulta na glória de Deus. Deus predestinou a crucificação de Cristo, com o resultado de que a salvação é possível e Deus é glorificado. Deus predestinou o abuso de José, com o resultado de que muitas vidas foram salvas (e Deus foi glorificado). Deus predestinou que Jonas pregasse em Nínive e, apesar das ideias de Jonas em contrário, ele pregou lá, com o resultado de que toda a cidade se arrependeu (e Deus foi glorificado). Deus predestinou os eventos da sua vida também, e Ele será glorificado em você.