Pergunta: O que a Bíblia diz sobre os relacionamentos queerplatônicos?
Resposta:
Na última década, a comunidade LGBTQ tem reconhecido e apoiado cada vez mais indivíduos que se identificam como assexuados, definidos como "uma orientação sexual na qual uma pessoa tem pouca ou nenhuma atração sexual por outras pessoas". Como prova disso, a comunidade LGBTQ atualizou suas iniciais para LGBTQIA+, em que o A representa a assexualidade. A comunidade também estendeu seu apoio aos relacionamentos queerplatônicos, um tipo de parceria não romântica que algumas pessoas assexuais praticam como alternativa ao casamento tradicional. A crescente conscientização da assexualidade na comunidade LGBTQ e na sociedade em geral também despertou interesse na perspectiva da Bíblia sobre os relacionamentos queerplatônicos.
De acordo com a definição comum, os relacionamentos queerplatônicos consistem em duas ou mais pessoas assexuadas de qualquer gênero cuja conexão emocional vai além da amizade tradicional. Embora essas parcerias sejam chamadas de "queer", às vezes incluem heterossexuais. Da mesma forma, algumas envolvem atividade sexual, embora sejam chamadas de "platônicas". A ênfase na autonomia pessoal nos relacionamentos queerplatônicos significa que o significado exato do termo pode variar.
Embora um relacionamento queerplatônico possa parecer incomum para observadores externos, o que une as pessoas que estão em tais relacionamentos não é necessariamente a forma como elas definem ou praticam sua parceria. Em vez disso, sua característica comum está em desafiar as visões convencionais de identidade, desafiar os rótulos da sociedade e rejeitar a estrutura tradicional dos relacionamentos, especialmente o casamento como a Bíblia o define.
Os relacionamentos queerplatônicos geralmente excluem a atividade sexual; no entanto, a maioria envolve afeto físico, como segurar as mãos e outras formas de toque não sexual. Os participantes desses relacionamentos geralmente buscam companheirismo emocional e intimidade. Eles podem rejeitar relacionamentos românticos tradicionais, mas também não querem ficar sozinhos.
Embora a Bíblia não mencione especificamente os relacionamentos queerplatônicos, o que ela ensina sobre o casamento e a homossexualidade deixa claro que essas parcerias são pecaminosas. O casamento serve a um propósito sagrado no plano de Deus para indivíduos, famílias e sociedade - um propósito que os relacionamentos queerplatônicos distorcem. Deus criou o casamento para consistir em um homem biológico e uma mulher biológica (Gênesis 2:24; Mateus 19:4-6), com a união de um homem e uma mulher formando o relacionamento íntimo mais importante entre adultos. No entanto, quando o pecado entrou no mundo, ele não apenas minou o relacionamento entre maridos e esposas, mas também levou a perversões ilícitas do casamento e de suas bênçãos.
Os relacionamentos queerplatônicos que incluem atividade sexual violam os padrões morais de Deus. Primeiro, a Bíblia é clara em sua condenação da homossexualidade (Gênesis 19:1-13; Levítico 18:22; 20:13; Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6:9; 1 Timóteo 1:10), tornando pecaminosos os relacionamentos queerplatônicos que incluem sexo entre pessoas do mesmo sexo biológico. Em segundo lugar, os relacionamentos queerplatônicos que envolvem atividade sexual entre parceiros do sexo oposto, sejam eles monogâmicos ou poligâmicos, também violam os padrões de justiça de Deus porque o sexo ocorre fora do casamento.
Além disso, relacionamentos queerplatônicos celibatários ou não sexuais são pecaminosos mesmo que não incluam atividade sexual. Embora ser tentado a um comportamento ilícito não seja pecado (por exemplo, Lucas 4:1-13), ceder à tentação pode envolver mais do que apenas ações. Por exemplo, o décimo mandamento proíbe a cobiça (Êxodo 20:17; cf. Tiago 4:2), uma proibição que se concentra no desejo interno e não nos comportamentos externos que ele pode provocar, como o adultério (sétimo mandamento) ou o roubo (oitavo mandamento). A Bíblia também condena várias outras condições internas, independentemente de levarem ou não a ações: amargura (Deuteronômio 29:18; Hebreus 12:15), maquinação (Gênesis 37:18; Provérbios 24:9) e ódio (1 João 3:15) são exemplos. Os ensinamentos de Jesus sobre a luxúria afirmam ainda que o pecado pode ocorrer mesmo sem o envolvimento em um comportamento físico (Mateus 5:28).
Aqueles que participam de relacionamentos queerplatônicos não sexuais são culpados de ter intenções e desejos pecaminosos que desafiam os padrões morais de Deus (por exemplo, Salmo 139:20; Tiago 1:14-15). Ecoando esse conceito, Paulo ensina que uma "a mentalidade da carne é inimiga de Deus", afirmando que o estado interno de uma pessoa pode ser pecaminoso, e não apenas seus comportamentos e ações (Romanos 8:7). Além disso, esses relacionamentos também ficam aquém dos padrões morais de Deus para a solteirice, que incluem maior serviço a Ele e contentamento com Ele (1 Coríntios 7:7-40).
Os cristãos tiveram que navegar cuidadosamente pela interseção entre os ensinamentos bíblicos e as proclamações LGBTQ desde que a comunidade queer ganhou destaque nas décadas de 1980 e 1990. Agora a igreja deve oferecer uma resposta bíblica aos relacionamentos queerplatônicos. Embora Deus instrua os cristãos a amar todas as pessoas, isso não significa aprovar relacionamentos, comportamentos ou desejos que Ele proibiu de forma inequívoca. Tomar uma posição contra o pecado e, ao mesmo tempo, amar aqueles que estão escravizados a ele exige oração e sabedoria e envolve a confiança de que Deus continua a resgatar graciosamente as pessoas de modos de vida profanos por meio de Seu Filho, Jesus Cristo (1 Coríntios 6:11).