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Pergunta: O que é a teologia escolástica?

Resposta:
Hoje, a teologia escolástica, ou escolasticismo, é frequentemente usada como um termo depreciativo que significa algo como "especulação sobre tópicos teológicos obscuros e triviais" ou "ênfase excessiva numa doutrina tradicional". A pergunta mais frequentemente usada para resumir esta visão da teologia escolástica é "Quantos anjos podem dançar na cabeça de um alfinete?" De fato, os teólogos escolásticos medievais especulavam sobre tais coisas, mas geralmente havia uma questão teológica ou filosófica maior envolvida.

A teologia escolástica é essencialmente uma abordagem sistemática, acadêmica e interdisciplinar à teologia que se desenvolveu durante a Idade Média. O escolasticismo surgiu com o aparecimento da universidade, a redescoberta dos métodos clássicos de aprendizagem e a crescente disponibilidade de livros impressos. Na universidade, os alunos podiam estudar assuntos que de certa forma estavam separados de questões e situações da "vida real" que surgiriam na igreja ou no povoado. Este cenário acadêmico poderia se prestar a uma investigação e especulação teológicas que pareciam não ter aplicação no "mundo real" e não decorriam de qualquer necessidade urgente.

A teologia escolástica procurava aplicar a lógica e a razão às Escrituras e apresentar a verdade como um todo internamente consistente. Ao fazer isso, o escolasticismo preparou o terreno para a apologética dos dias modernos. Retirando ideias de Aristóteles, Platão, Sócrates e outros, o escolasticismo organizou e sistematizou o aprendizado anterior e estabeleceu um método de ensino eficiente para preservar esse conhecimento. O escolasticismo é, em grande parte, a razão pela qual temos acesso direto a essas ideias antigas hoje. Os escritos do movimento escolástico na Idade Média influenciaram filósofos como René Descartes e John Locke.

No treinamento de teologia escolástica, o professor de teologia frequentemente fazia uma pergunta e pedia aos alunos para reunir evidências a favor e contra ela. Eventualmente, o professor daria o que ele acreditava ser a resposta definitiva para a pergunta e depois criticaria as evidências que haviam sido oferecidas. Além disso, as questões e problemas teológicos eram ordenados sistematicamente para formar um “sistema” de teologia (teologia sistemática) que interagia com outras disciplinas, como a ciência e a filosofia. (Os sistemas escolásticos modernos também interagem com disciplinas como a psicologia e a sociologia, e até disciplinas mais específicas, como a ciência política e a criminologia.) Tomás de Aquino foi um dos teólogos escolásticos mais conhecidos, devido aos seus métodos e ao sistema que ele produziu.

Os reformadores frequentemente ridicularizavam a teologia escolástica, mas na realidade o que eles mais frequentemente rejeitavam eram as conclusões do escolasticismo romano católico. Os próprios reformadores empregavam alguns dos mesmos métodos de investigação e educação teológica, produzindo obras protestantes e reformadas de teologia sistemática.

Em alguns círculos, a teologia sistemática ainda é menosprezada ou vista com suspeita. Porém, se o "sistema" não tenta fazer as evidências se ajustarem ao sistema, mas é antes desenvolvido com base nas evidências bíblicas, então pode ser um empreendimento útil.



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