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Pergunta

O que foi a Reforma Protestante?

Resposta


A Reforma Protestante foi uma revolta teológica generalizada na Europa contra os abusos e o controle totalitário da Igreja Católica Romana. Reformadores como Martinho Lutero na Alemanha, Ulrich Zwingli na Suíça e João Calvino na França protestaram contra várias práticas antibíblicas da Igreja Católica e promoveram um retorno à sã doutrina bíblica. O evento precipitante da Reforma Protestante é geralmente considerado como sendo a afixação, por Lutero, das suas Noventa e Cinco Teses na porta da Igreja de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517.

Como pano de fundo para a história do Protestantismo e da Reforma, é importante compreender a reivindicação católica da sucessão apostólica. Esta doutrina diz que a linhagem dos papas católicos romanos se estende através dos séculos, desde o apóstolo Pedro até quem quer que seja o papa atual. Esta cadeia ininterrupta de autoridade faz da Igreja Católica Romana a única igreja verdadeira e dá ao papa preeminência sobre todas as igrejas em todo o mundo.

Devido à sua crença na sucessão apostólica e na infalibilidade do papa (quando fala ex cathedra), os católicos colocam o ensino e a tradição da Igreja num nível igual ao da própria Escritura. Esta é uma das principais diferenças entre católicos romanos e protestantes e foi uma das questões fundamentais que levaram à Reforma Protestante.

Mesmo antes da Reforma Protestante, havia focos de resistência a algumas das práticas antibíblicas da Igreja Católica Romana, mas eram relativamente pequenos e isolados. Os lolardos, os valdenses e os petrobrussianos tomaram posição contra certas doutrinas católicas. Antes mesmo de Lutero pegar um martelo e ir para a Igreja da Capela, havia homens que defendiam a reforma e o verdadeiro evangelho. Entre eles estavam John Wycliffe, um teólogo inglês e professor de Oxford que foi condenado como herege em 1415; Jan Hus, um padre da Boêmia que foi queimado na fogueira em 1415 por sua oposição à Igreja de Roma; e Girolamo Savonarola, um frade italiano que foi enforcado e queimado em 1498.

A oposição ao falso ensino da Igreja Católica Romana atingiu o auge no século XVI, quando Lutero, um monge católico romano, desafiou a autoridade do papa e, em particular, a venda de indulgências. Em vez de atender ao apelo à reforma, a Igreja Católica Romana insistiu e procurou silenciar os Reformadores. Eventualmente, novas igrejas emergiram da Reforma, formando quatro divisões principais do protestantismo: os seguidores de Lutero iniciaram a Igreja Luterana, os seguidores de Calvino iniciaram a Igreja Reformada, os seguidores de John Knox iniciaram a Igreja Presbiteriana na Escócia (usando a doutrina calvinista) e, mais tarde, os reformadores na Inglaterra iniciaram a Igreja Anglicana.

No cerne da Reforma Protestante estavam quatro questões básicas: Como uma pessoa é salva? Onde está a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual é a essência da vida cristã? Ao responder a estas perguntas, os reformadores protestantes desenvolveram o que seria conhecido como os “Cinco Solas” (sola sendo a palavra latina para “somente”). Estes cinco pontos essenciais da doutrina bíblica separam claramente o protestantismo do catolicismo romano. Os reformadores resistiram às exigências que lhes foram feitas para renegarem essas doutrinas, até ao ponto da morte. As cinco doutrinas essenciais da Reforma Protestante são as seguintes:

1 - Sola Scriptura, “Somente as Escrituras”. A Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras, e somente as Escrituras, são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e tradições da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero declarou tão eloquentemente quando foi ordenado que renegasse os seus ensinamentos: “A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou me retratar de nada, pois não é seguro nem certo ir contra a consciência. Deus me ajude. Amém."

2 - Sola Gratia, “Salvação Somente pela Graça”. A salvação é prova do favor imerecido de Deus; somos resgatados da ira de Deus somente pela Sua graça, não por qualquer obra que façamos. A bênção de Deus em Cristo é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos leva a Cristo, libertando-nos da nossa escravidão ao pecado e elevando-nos da morte espiritual para a vida espiritual.

3 - Sola Fide, “Salvação Somente pela Fé”. Somos justificados somente pela fé em Cristo, não pelas obras da Lei. É pela fé em Cristo que a Sua justiça nos é imputada como a única satisfação possível do padrão perfeito de Deus.

4 - Solus Christus, “Somente em Cristo”. A salvação é encontrada somente em Jesus Cristo; ninguém e nada mais pode salvar. A morte substitutiva de Jesus na cruz é suficiente para a nossa justificação e reconciliação com Deus Pai. O evangelho não foi pregado se a redenção de Cristo não for declarada e se a fé na Sua ressurreição não for solicitada.

5 - Soli Deo Gloria, “Somente para a Glória de Deus”. A salvação é de Deus e foi realizada por Deus somente para Sua glória. Como cristãos, devemos engrandecê-lo sempre e viver as nossas vidas na Sua presença, sob a Sua autoridade e para a Sua glória.

Estas cinco doutrinas importantes são a razão da Reforma Protestante. Elas estão no centro do apelo dos Reformadores para que a igreja retorne ao ensino bíblico. Os Cinco Solas são tão importantes hoje na avaliação de uma igreja e dos seus ensinamentos como eram no século XVI.

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