Pergunta
O evangelismo de porta em porta é um método eficaz?
Resposta
Sempre que se fala em evangelismo de porta em porta, as pessoas invariavelmente pensam nas Testemunhas de Jeová e, em menor escala, nos santos dos últimos dias (mórmons). Enquanto apenas uma pequena parte dos mórmons realiza um trabalho missionário de dois anos, espera-se que todas as Testemunhas de Jeová (batizadas ou não) participem do trabalho de porta em porta. Elas são chamadas de "publicadores". Elas precisam relatar suas atividades, que incluem o número de horas gastas mensalmente indo de casa em casa e conduzindo estudos bíblicos com pessoas interessadas.
Em 2012, com 7,5 milhões de publicadores, as Testemunhas de Jeová viram mais de 260.000 pessoas serem batizadas em sua organização. Em média, são necessárias 6.500 horas de atividade para gerar um novo batismo. Com base nisso, o evangelismo de porta em porta é uma atividade que consome muito tempo.
Jesus encarregou Seus seguidores de fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a obedecer a tudo o que Ele havia ordenado (Mateus 28:19-20; Marcos 16:15). A Grande Comissão não é uma opção - é um mandato. Se ao menos mais cristãos estivessem tão preparados para compartilhar o evangelho quanto as Testemunhas de Jeová estão para promover seus ensinamentos! Mas será que o evangelismo de porta em porta é o caminho?
Como Jesus e Seus discípulos faziam seu trabalho? Não parece que eles iam de porta em porta, sem serem convidados. Sim, Jesus enviou Seus seguidores em pares para preparar o caminho para que Ele pregasse em cidades e vilarejos distantes, mas Ele não os instruiu a bater de porta em porta. Em Lucas 10:5-7, Jesus dá estas instruções: "Ao entrarem numa casa, digam primeiro: 'Paz seja nesta casa!' Se houver ali uma pessoa que ama a paz, sobre ela repousará a paz de vocês; se não houver, a paz voltará sobre vocês. Fiquem na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque o trabalhador é digno do seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa." Os discípulos de Jesus não andavam de casa em casa, sem serem convidados, mas podiam entrar em uma casa onde fossem bem recebidos e ficar com aquela família, falando-lhes de Cristo.
Depois que Jesus falou com a mulher samaritana junto ao poço, ela ficou tão impressionada com o que Jesus lhe disse que voltou para sua cidade e convenceu muitos a voltarem com ela para conhecer esse Jesus de Nazaré. "Muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do testemunho da mulher." Eles persuadiram Jesus a ficar com eles por dois dias, e muitos outros se tornaram crentes (João 4:1-31, 39-42). Jesus e Seus discípulos não foram primeiro à aldeia samaritana.
Até onde sabemos, os primeiros cristãos também não iam de porta em porta. Os primeiros cristãos judeus em Jerusalém falavam no templo todos os dias (Atos 2:46) e ensinavam nas casas uns dos outros sempre que possível (Atos 5:42). O apóstolo Paulo certamente falava de Cristo a estranhos no mercado (Atos 17:17), mas isso é o mais próximo de bater de porta em porta que vemos nas Escrituras.
Não há nada de errado em ir de porta em porta. Isso pode produzir resultados, e somos gratos por qualquer alma que venha a Cristo. Mas não há precedente bíblico explícito para esse método específico.
Provavelmente, o método mais eficaz de evangelismo é falar pessoalmente com amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Esse é o tipo de evangelismo que Filipe exemplifica em João 1:45-46. Quando os cristãos fazem amizade com outras pessoas e desenvolvem um relacionamento de confiança com elas, eles ganham o direito de serem ouvidos. Convidar outras pessoas para ir à igreja ou participar de estudos bíblicos semanais na casa de outros cristãos é outra boa maneira de compartilhar o evangelho. A maneira como vivemos também é importante. Uma vida de piedade diz muito aos não-crentes sobre o poder transformador do amor de Deus.
Um bom exemplo bíblico de evangelismo é o da jovem judia capturada e levada para a Síria como serva da esposa de Naamã. A fé da menina no Deus de Eliseu a levou a falar espontaneamente sobre seus milagres. Sua fé e sua preocupação com a saúde de Naamã resultaram não apenas na cura de Naamã, mas também na fé em Yahweh (2 Reis 5:1-19).
Todos os cristãos precisam estar preparados para compartilhar as boas novas com os outros (1 Pedro 3:15). Talvez nem todos sejamos professores e pregadores, mas todos devemos ser tão gratos por termos sido salvos que desejamos contar aos outros e explicar o que Deus fez por pecadores como nós. Quer estejamos indo de porta em porta, deixando folhetos em um restaurante ou participando de evangelismo de amizade, devemos compartilhar o evangelho. Jesus ordena isso, o dever exige isso e a gratidão nos motiva a fazê-lo.
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