Pergunta
Quais são os exemplos bíblicos de interpretação de sonhos?
Resposta
Na Bíblia vemos vários exemplos em que Deus fala com as pessoas por meio de sonhos. Alguns, como o sonho de Jacó da escada que leva ao céu, eram mais ou menos literais. Outros, como aquele sobre os feixes de trigo do jovem José, precisavam de mais interpretação.
Os sonhos de José de autoridade sobre a sua família (Gênesis 37:5-11)
José era filho de Jacó e Raquel, a esposa favorita de Jacó. Ele também era o filho favorito de seu pai e o mais mimado entre os seus irmãos mais velhos. José teve dois sonhos que contribuíram para que seus irmãos guardassem rancor contra ele. O primeiro sonho foi que ele e seus irmãos estavam amarrando feixes de trigo no campo, mas quando o feixe dele se levantou, os feixes de seus irmãos se inclinaram para ele. Em outro sonho, o sol, a lua e onze estrelas se curvaram diante de José. Seus irmãos e seu pai rapidamente interpretaram os sonhos como significando que um dia estariam sob a autoridade de José. Seus irmãos ficaram ainda com mais inveja dele, mas seu pai, depois de inicialmente repreender José, considerou calmamente a possibilidade. Anos mais tarde, depois que os irmãos de José o venderam para traficantes de escravos e José passou de escravo a prisioneiro para o segundo em comando do Faraó, os sonhos se tornaram realidade. Os irmãos e o pai de José estavam realmente sob a autoridade de José quando foram até ele para comprar grãos durante uma terrível fome (Gênesis 45).
Os sonhos do copeiro e do padeiro (Gênesis 40)
Entre os sonhos de glória futura e promoção de José, ele passou um tempo em uma prisão egípcia com o copeiro e o padeiro-chefe do faraó. O copeiro sonhou que encontrou três ramos cheios de uvas e que as espremeu no copo de Faraó. O padeiro sonhou que tinha três cestos cheios de bolos na cabeça, mas que os pássaros comiam do cesto mais alto. José interpretou corretamente os sonhos como significando que em três dias o copeiro seria solto e retornaria ao seu posto, mas o padeiro seria executado.
Os sonhos de Faraó sobre a abundância e a fome (Gênesis 41:1-36)
Dois anos depois de José ter interpretado o sonho do copeiro, ele foi chamado para fazer o mesmo pelo governante do Egito. Faraó sonhou com sete vacas feias e magras comendo sete vacas gordas e saudáveis. Então ele sonhou com sete espigas finas e murchas que devoravam sete espigas cheias. José disse ao Faraó que os dois sonhos transmitiam a mesma mensagem de Deus: a terra do Egito teria sete anos extraordinariamente prósperos, seguidos por sete anos de terrível fome. Ele também disse que o faraó deveria acumular o máximo que pudesse durante os anos de abundância para vender durante os anos de fome. Faraó encarregou José desse plano, e foi assim que José passou a ter autoridade sobre seu pai e irmãos quando eles ficaram sem comida.
O sonho da derrota dos midianitas (Juízes 7:13-14)
Gideão pode ter sido o juiz mais relutante de todo o Israel. Deus o encarregou de levantar um exército para derrotar os midianitas, mas Deus reduziu as forças para escassos 300 homens. A fim de fortalecer a determinação de Gideão, Deus o enviou para os arredores do acampamento inimigo onde ouviu dois soldados conversando. Um deles sonhou que um pão de cevada entrou no acampamento e destruiu uma tenda. O outro, inacreditavelmente, interpretou o sonho como indicando que o israelita Gideão derrotaria os midianitas: “Deus entregou nas mãos dele os midianitas e todo este arraial" (Juízes 7:14). Gideão encheu-se de coragem, seguiu o plano de Deus e observou os soldados midianitas se matarem (versículos 19-22).
O sonho da estátua de Nabucodonosor (Daniel 2)
Ocasionalmente, Deus falou aos profetas por meio de sonhos, mas talvez a ninguém mais do que a Daniel (Daniel 1:17). Quando Nabucodonosor pediu a seus sábios que revelassem tanto o sonho quanto o seu significado, Daniel concordou. O sonho do rei era uma estátua de um homem: cabeça de ouro, peito e braços de prata, corpo e coxas de bronze, pernas de ferro, pés de ferro e barro. Uma pedra cortada, não à mão, atingiu os pés da estátua, e a estátua desmoronou, mas a pedra se tornou uma poderosa montanha. Daniel revelou que diferentes partes da estátua eram diferentes reinos terrestres chegando ao poder, tornando esse sonho uma profecia sem precedentes. A cabeça de ouro era a Babilônia, o peito e os braços de prata eram a Medo-Pérsia, as coxas eram a Grécia e as pernas eram Roma. A identidade exata dos pés ainda não foi revelada; parece estar relacionada ao Império Romano (ambos os pés e as pernas contêm ferro), e os dez dedos parecem corresponder aos dez chifres mencionados em Daniel 7 e Apocalipse 13. Sabemos que o reino final do mundo será governado pelo Anticristo. A pedra dos sonhos, aquela que destrói todos os reinos e enche a terra, é o reino de Deus, estabelecido quando Jesus voltar para governar a terra para sempre.
O sonho de Nabucodonosor da árvore caída (Daniel 4)
Pessoalmente, o segundo sonho de Nabucodonosor foi muito mais perturbador do que o primeiro. O rei viu uma árvore cortada e sem folhas nem frutos, restando apenas um tronco amarrado com ferro e bronze. Relutantemente, Daniel revelou a interpretação do sonho: era um aviso de que Deus atacaria Nabucodonosor com algum tipo de loucura. Por sete anos, o orgulhoso Nabucodonosor perdeu a cabeça e viveu como um boi no campo. Após sua humilhação, o rei recuperou sua sanidade e sua posição no palácio, e teve o bom senso de louvar o Deus de Daniel.
O sonho de Daniel sobre os quatro animais (Daniel 7:1-8)
Daniel teve vários sonhos e visões de eventos do fim dos tempos que ele não conseguia entender. Um deles era de quatro grandes animais: um leão com asas de águia, um urso com três costelas nos dentes, um leopardo com quatro asas de pássaro e quatro cabeças e um monstro com dentes de ferro e dez chifres. Um mensageiro do céu interpreta o sonho de Daniel: "Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra" (Daniel 7:17). O leão era Nabucodonosor; o urso era o Império Medo-Persa (as três costelas devoradas eram Babilônia, Lídia e Egito); o leopardo era a Grécia (as quatro cabeças representavam como o Império Grego se dividiu em quatro partes após a morte de Alexandre, o Grande); e o último foi o Império Romano, embora com uma reviravolta. Embora a besta fosse Roma, os dez chifres falam de eventos futuros. Eles serão dez líderes mundiais que reviverão o Império Romano e darão à luz o Anticristo, o "chifre pequeno" do versículo 8.
A Bíblia menciona outros exemplos de visões e sonhos. Embora Deus tenha revelado Seus planos em sonhos para algumas pessoas, Ele também deu fortes advertências contra aqueles que falsamente alegam ter sonhos proféticos. Na Lei mosaica, se um profeta afirmasse ter uma mensagem de Deus por meio de um sonho, mas, mesmo que o que dissesse se tornasse realidade, ele exortasse o povo a adorar outros deuses, esse profeta deveria ser condenado à morte (Deuteronômio 13:1-5). Se um profeta afirmasse falar por Deus, mas não viesse realmente de Deus, o que era demonstrado pelo fato de que o que ele disse não se cumpriu, esse profeta deveria ser morto (Deuteronômio 18:20-22).
O apóstolo Pedro escreveu: “Assim, temos ainda mais segura a palavra profética, e vocês fazem bem em dar atenção a ela, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês. Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:19-21). 2 Timóteo 3:16-17 também afirma a inspiração e a suficiência da Escritura: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." Pedro também escreveu que: "Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2 Pedro 1:3). Não é preciso buscar sonhos para ouvir a Deus. A palavra escrita de Deus, transmitida pelos apóstolos e profetas, é a nossa regra de fé e prática. A habitação do Espírito Santo ilumina a Palavra de Deus e nos ajuda a viver a vontade de Deus para nossas vidas.
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