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Pergunta

O que é a inculturação? A inculturação é bíblica?

Resposta


Em contextos religiosos, especialmente na Igreja Católica Romana, a inculturação refere-se à adaptação da doutrina e do ritual da igreja a culturas não alcançadas ou não cristãs. No catolicismo, a inculturação envolve a adaptação da liturgia a diferentes culturas e a tolerância de várias práticas pagãs que são consideradas parte da cultura tradicional. Mas a inculturação não é uma prática exclusivamente católica. Sempre que o evangelho é apresentado em uma nova cultura, a questão da inculturação deve ser abordada.

Quando o apóstolo Paulo tentou evangelizar os gregos em Atenas, ele estava envolvido em inculturação até certo ponto (Atos 17:22–33). Paulo começou observando que os gregos tinham um altar dedicado ao "deus desconhecido" no qual eles adoravam. Desta forma, Paulo se relacionou com os gregos e a cultura deles. A partir daí, passou a falar sobre a verdade do seu "deus desconhecido", proclamando a realidade do Deus que os criou e providenciou para a salvação deles. Paulo também citou alguns filósofos do dia (Atos 17:28) para reforçar ainda mais a sua mensagem.

A inculturação ou contextualização do evangelho por Paulo começou com os gregos compreendendo que existia um Deus, embora eles não o conhecessem, e construindo com base nesse conhecimento limitado. Paulo aproveitou o conhecimento universal da existência de Deus (Romanos 1:19–20) e explicou que Deus é o Criador (Atos 17:24), que Ele é autossuficiente (versículo 25), e que Ele ordena os meios para os homens chegarem ao conhecimento dEle (versículos 26–27). Ele continuou a explicar a providência de Deus na questão da salvação e depois foi direto ao assunto - o julgamento futuro do mundo através de Jesus Cristo, que ressuscitou dos mortos, e a necessidade de todos os homens se arrependerem (versículos 30–31). Quando os gregos ouviram falar sobre a ressurreição, as opiniões foram mistas: alguns deles zombaram, alguns o deixaram para depois, e alguns acreditaram (versículos 32–34).

Os elementos da mensagem de Paulo no Areópago apontam para algumas verdades essenciais sobre a inculturação. Em primeiro lugar, Paulo usou algo de sua própria cultura para abrir o caminho para suas mentes e corações. Ele então relacionou essa porta aberta com o evangelho de Jesus Cristo. Mas o mais importante, a inculturação não exigiu transigência. O evangelho não mudou, embora a apresentação de Paulo tenha mudado. Paulo proclamou corajosamente as verdades eternas do evangelho, sem pedir desculpas ou aliviar a mensagem. Existem algumas verdades duras contidas na mensagem de salvação pela fé somente em Cristo, e muitos rejeitarão essas verdades imediatamente. Alguns irão procrastinar até que seja tarde demais. Mas os eleitos de Deus se alegrarão com a verdade do evangelho e a abraçarão e seguirão a Cristo.

Entender que Deus ordena os meios de salvar aqueles que Ele predestinou é um componente crucial no processo de inculturação (Romanos 8:29–30). Esforços para tornar o evangelho "identificável" às várias experiências culturais de homens e mulheres pecadores nunca devem resultar no abrandamento de suas verdades duras ou na alteração delas de tal forma que suavize sua mensagem. A inculturação torna-se errada quando envolve a tolerância do pecado. A idolatria é sempre errada, não importa qual cultura a pratique, e ela não deve ser parte da mensagem do evangelho para ganhar uma audiência mais ampla. Nenhuma quantidade de inculturação impedirá alguns de verem a mensagem da cruz como tolice, mas "para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus" (1 Coríntios 1:18).

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