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Pergunta

Como os cristãos devem ver o Livro de Mórmon?

Resposta


Quando os missionários Mórmons (apropriadamente chamados de Santos dos Últimos Dias ou simplesmente "SUD") chegam à sua porta, eles geralmente oferecem uma cópia gratuita do Livro de Mórmon e falam sobre o seu autor, Joseph Smith. Smith, assim dizem, traduziu o Livro de Mórmon de placas de ouro que desenterrou em uma colina em Nova Iorque, EUA, no início de 1800. Supõe-se que isso confirma o seu chamado de Deus como o novo profeta na terra nestes últimos dias. Além disso, dizem também que o Espírito Santo confirmará a veracidade do Livro de Mórmon ao produzir bons sentimentos em você. Em seguida virá o convite para “ler o Livro de Mórmon, orar e pedir a Deus que lhe mostre que é verdade”. Claro que isso deve ser feito com sinceridade, ou não vai funcionar.

Antes de se ajoelhar, há algumas coisas que você precisa saber que não estão lhe dizendo (e não vão, a menos que você pergunte). A primeira diz respeito a muitas crenças SUD que as separam do cristianismo histórico e ortodoxo. Essas crenças não são encontradas no Livro de Mórmon. Na verdade, há muito pouco nesse livro que seja doutrinariamente desagradável para os cristãos ortodoxos. A verdadeira substância do Mormonismo é encontrada em suas outras escrituras, Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor. Esses livros, no entanto, os mórmons não distribuem na porta – e por boas razões. Se as pessoas soubessem de antemão no que realmente serão solicitadas a acreditar (coisas como Deus uma vez sendo um homem, a negação da Trindade, Satanás sendo irmão de Jesus, a pré-existência de almas, etc.), então provavelmente não estarão tão dispostas a deixar de lado o seu ceticismo.

A segunda coisa a perceber é que, ao aceitar o Livro de Mórmon, estamos, de fato, aceitando Joseph Smith como profeta. Então, o que dizer deste teste de um profeta? Não é legítimo "entregar esta questão a Deus?" Não, não é. Isso ocorre porque Deus já revelou o Seu teste para pretensos profetas, e não tem nada a ver com oração ou sentimentos, e Deus não tem obrigação de responder a orações que já respondeu! Não temos que perguntar a Deus se devemos ou não roubar um banco ou matar alguém. Em vez disso, Tiago 1:5 diz: "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida." Sabedoria é conhecimento aplicado, não a falta dele.

Deus nunca nos diz para orar sobre o que é verdade. Quando queremos saber a altura de uma parede, não oramos sobre isso; pegamos algo que sabemos ser verdade (uma régua) e comparamos com a parede. A Bíblia, a Palavra de Deus, é verdadeira. Essa é a nossa medida para a verdade. Veja Atos 17:11, por exemplo, que descreve um grupo de pessoas que eram consideradas nobres porque, quando Paulo veio a elas com a mensagem cristã, "receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim."

Os sentimentos não são confiáveis porque são subjetivos, fáceis de produzir e não servem para descobrir fatos, mas para nos dizer como nos sentimos em relação aos fatos. Técnicas de persuasão psicológica, intensidade, contato visual ou mero desejo podem produzir sentimentos que parecem reais porque são reais! No entanto, os sentimentos reais ainda estão apenas nos informando como estamos reagindo a algo, não a veracidade dessa coisa. O manual missionário mórmon detalha especificamente essas técnicas, e os missionários passam por treinamento sobre como persuadir as pessoas antes de que saiam de casa.

Quais são os testes bíblicos para um profeta? Eles estão na Palavra de Deus: Deuteronômio 18:21-22 diz: “Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”. Joseph Smith alguma vez afirmou "em nome do Senhor" que algo aconteceria quando não aconteceu? Sim — muitas vezes, na verdade.

Joseph Smith profetizou que Nova Iorque seria destruída se as pessoas de lá rejeitassem o evangelho [Mórmon] (D&C 84:114-115). Ele também profetizou que a rebelião da Carolina do Sul e a Guerra entre os Estados resultariam na guerra sendo derramada sobre todas as nações; os escravos se revoltariam; os habitantes da terra chorariam; fome, praga, terremoto, trovão, relâmpago e o fim total de todas as nações resultariam (D&C 87). Estranhamente, esta profecia é a mais citada pelos mórmons para provar o poder profético de Joseph Smith!

Além disso, Deuteronômio 13:1-3 diz que "Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma." Joseph Smith conduziu seus seguidores a outros deuses? Sim.

Joseph Smith era politeísta. A História da Igreja 6:474 registra Smith afirmando: "Desejo declarar que sempre e em todas as congregações quando preguei sobre o assunto da Deidade, foi a pluralidade de Deuses". Joseph Smith declarou que "o próprio Deus já foi como nós somos agora, e é um homem exaltado, e está entronizado nos céus!" (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 345 em inglês). Este claramente não é o Deus bíblico.

Gálatas 1:6-7 diz que as pessoas podem estar "passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo". E Paulo pronunciou uma maldição sobre eles por fazerem isso. Em Romanos 1:16 Paulo nos diz que o evangelho é "o poder de Deus para salvação" — isso é muito importante. Joseph Smith ensinou um "evangelho diferente"? Sim.

Os Mórmons acreditam que o Livro de Mórmon contém a "plenitude do evangelho". O próprio Livro de Mórmon diz isso em sua introdução (veja também Doutrinas e Convênios 20:9; 27:5; 42:12 e 135:3). Então, o que é o evangelho de acordo com o mormonismo? É uma pergunta difícil para muitos SUD responderem. De acordo com o apóstolo mórmon Bruce McConkie, autor do livro Doutrina Mórmon, o evangelho é "o plano de salvação [que] abrange todas as leis, princípios, doutrinas, ritos, ordenanças, atos, poderes, autoridades e chaves necessárias para salvar e exaltar os homens." Em outras palavras, toda a teologia Mórmon. No evangelho Mórmon vemos crença + arrependimento + batismo + imposição de mãos + trabalho no templo + trabalho missionário + ministério da igreja + dízimo + cessação do pecado + abstenção do uso de intoxicantes e bebidas fortes e tabaco e cafeína + confessar Joseph Smith como Profeta + casamento no templo + batismo pelos mortos + pesquisa genealógica . . . a lista é muito longa. Somente após a conclusão de todas essas coisas, os mórmons podem alcançar o terceiro e mais alto nível do céu, atingindo assim o objetivo final do evangelho mórmon — a divindade (veja McConkie, Doutrina Mórmon 116-117; Livro de Mórmon [3 Néfi 27:13- 21]; Doutrinas de Salvação 1:268; 18:213; A 4ª Regra de Fé; Smith, Doutrina do Evangelho, página 107; Brigham Young, Jornal de Discursos 3:93; 3:247; 9:312; Princípios do Evangelho 290; Doutrina e Convênios 39:5-6; 132:19-20). Em essência, a morte de Cristo não significa nada mais para um mórmon do que ganhar a habilidade de ser ressuscitado para que suas obras sejam julgadas.

Embora não possamos julgar os motivos de outra pessoa, podemos e devemos julgar o que uma pessoa faz ou diz. Joseph Smith e, portanto, o Livro de Mórmon, falha nos testes duplos de Deuteronômio 13 e 18. Deus leva os falsos profetas muito a sério. Deuteronômio 13:1-3 diz: "Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma." Deuteronômio 18:19-21 diz: "De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas. Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto...” E Gálatas 1:8-9 diz: "Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema."

O evangelho é o poder de Deus para nos levar a Ele. Ele não apoiará aqueles que o pervertem. Ele nos deu a capacidade e a responsabilidade de discernir se o evangelho está ou não sendo adulterado. Devemos investigar cuidadosamente as reivindicações dos SUD se quisermos seguir o que Deus ordenou. De fato, os mórmons convidam os não-mórmons a examinar suas afirmações: "Convença-nos de nossos erros de doutrina, se houver algum" (Apóstolo SUD Orson Pratt, The Seer (o Vidente) p.15 em inglês).

(Nota do editor: muitas das referências em nossos artigos sobre o mormonismo são publicações mórmons, como a Doutrina Mórmon, Regras de Fé, Doutrinas de Salvação, História da Igreja, Doutrina e Convênios e assim por diante. Outras são do Livro de Mórmon em si, por exemplo, livros como 1 Néfi, 2 Néfi e Alma.)

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