Resposta:
Os Analectos de Confúcio é uma coleção de ditos atribuídos ao filósofo chinês Confúcio. O termo analectos deriva de uma palavra grega que significa "reunir". Os Analectos de Confúcio foram compilados pelos contemporâneos, alunos e seguidores de Confúcio. As observações individuais nos Analectos formam a base do confucionismo, que redefiniu a antiga visão de mundo chinesa.
A história exata dos Analectos de Confúcio é obscura. Confúcio morreu no início do século V a.C. e, no século III a.C., o imperador chinês ordenou a destruição generalizada de livros. Embora cópias limitadas de algumas obras tenham sido mantidas, esse evento eliminou muitos textos que poderiam ter sido usados para traçar a história do pensamento confucionista. Os Analectos também são praticamente a única fonte de informações biográficas sobre o próprio Confúcio. Parece que havia várias versões concorrentes dos Analectos em circulação até que um estudioso compilou a versão hoje considerada "oficial", por volta da época de Cristo.
Os Analectos de Confúcio contêm diálogos ou declarações breves e separados. Cada um deles tem o objetivo de explicar algum aspecto da filosofia confucionista, que se concentra basicamente no humanismo e no altruísmo. O livro contém pouca referência ao mundo espiritual ou ao sobrenatural. O foco é a conduta ética e a maneira correta de viver no mundo atual.
Às vezes, afirma-se que Confúcio expressou a mesma ideia encontrada na Regra de Ouro da Bíblia. Na declaração 15:23, Confúcio se refere à "reciprocidade" como um ideal ético e depois diz: "O que você não quer que seja feito a você, não faça aos outros". Embora isso seja superficialmente semelhante ao comando dado nas Escrituras, é negativo, sem o mandato de ação positiva encontrado na Bíblia (Mateus 7:12). A regra de Confúcio controla nossas ações; a Regra de Ouro de Jesus exige que ajamos.
Como os Analectos não são uma narrativa única e contínua, muitos leitores dependem de comentários para explicar seu significado. Isso cria um paralelo interessante com o Alcorão, conforme usado no Islã. Ambos os textos são compilações de declarações orais e não têm uma estrutura rígida; ambos são compreendidos mais por meio de comentários do que pelo estudo direto. Ao contrário do Alcorão, entretanto, os confucionistas não consideram os Analectos de Confúcio inspirados, perfeitos ou divinos. Tampouco se acredita que o texto seja uma transcrição exata; em vez disso, as declarações nos Analectos são consideradas resumos e paráfrases.
Com o tempo, essa coleção de declarações de Confúcio ganhou popularidade e importância. Na Idade Média, os Analectos eram um texto fundamental da sociedade chinesa. Embora as visões de mundo modernas, como as relacionadas ao comunismo, tenham procurado deixar esses textos de lado, a influência do confucionismo e dos Analectos ainda é uma força dominante na cultura chinesa.