Pergunta: O Antigo Testamento não punia a blasfêmia com a morte? Qual é a diferença entre isso e o Islã radical?
Resposta:
Levítico 24:16 diz: "Aquele que blasfemar contra o nome do SENHOR certamente será morto; toda a comunidade o apedrejará. Tanto o estrangeiro como o natural que blasfemar contra o nome do SENHOR será morto." Portanto, sim, a Lei Mosaica exigia a pena de morte para aqueles que blasfemassem o nome de Deus.
Primeiro, devemos nos lembrar de que os israelitas na época de Moisés viviam sob uma teocracia. O povo de Deus no Antigo Testamento, antes da vinda de Cristo, era identificado externamente por meio de sua adesão à Lei. A teocracia abrangia tudo, desde os ritos religiosos cerimoniais até as leis cívicas. A Lei regulamentava o código de vestimenta, as dietas, os relacionamentos, os contratos e até mesmo a benevolência. A Lei previa penalidades severas para atos ilícitos, inclusive o pecado da blasfêmia. Um dos objetivos da Lei era estabelecer a convicção de que Deus é santo. O nome de Deus, como uma expressão de Sua natureza, também é santo (Salmo 99:3; Lucas 1:49).
A vinda de Cristo sinalizou uma transição na forma como o povo de Deus é identificado. Ele havia sido identificado anteriormente por meio da cultura judaica e de um casamento teocrático entre a "igreja" e o Estado. Com Jesus, veio a Nova Aliança, e o povo de Deus foi identificado internamente: "Pois o reino de Deus está entre vós" (Lucas 17:21). A fim de proporcionar acesso aberto a Deus, Jesus cumpriu a Lei do Antigo Testamento (Mateus 5:17). Não eram mais necessários sacrifícios porque Ele era o sacrifício único. Não eram mais necessários requisitos específicos de vestimenta. E o povo de Deus não era mais identificado por um estado sob um governo teocrático. Certamente, a propagação do evangelho foi auxiliada pelo fato de que ele não exigia uma reformulação das autoridades governamentais do estado em outras nações.
O cristianismo não deve ser associado à revolução em nível civil. Esse é o problema do Islã. Ele só pode ser difundido por meio da conquista e da submissão forçada. A fé não é necessária, apenas a rendição. Isso é falso e opressivo. Os cristãos são instruídos a se submeterem às autoridades governamentais (Romanos 13) e a trabalharem dentro do sistema político. O governo nunca foi planejado para ser um meio de evangelismo. A igreja é. E a igreja deve ser flexível o suficiente para se adaptar a qualquer cultura. O cristianismo traduz, enquanto o Islã domina. Qualquer religião que dependa do poder do Estado para garantir a adesão obviamente não tem confiança no poder de seu Deus para governar os corações.
Os cristãos não buscam uma teocracia nem a igreja deve se preocupar excessivamente com questões civis/legais. Podemos falar sobre questões civis, mas a aplicação da lei civil não é da nossa conta. Da mesma forma, o respeito a Deus, o dízimo, a frequência à igreja e outras expressões externas de piedade pessoal não são questões civis. Jesus anulou a abordagem teocrática porque ela havia cumprido seu propósito. Ele, por sua vez, estabeleceu uma abordagem eclesiástica porque somente a igreja local pode alcançar efetivamente os povos locais dentro do contexto de seus costumes e circunstâncias particulares.