Pergunta: O que é o israelismo britânico e ele é bíblico?
Resposta:
O israelismo britânico, também conhecido como anglo-israelismo, é a crença de que as "dez tribos perdidas" de Israel migraram para a Europa e depois para a Inglaterra e se tornaram os principais ancestrais do povo britânico e, portanto, dos Estados Unidos. O israelismo britânico foi popularizado pela Igreja Mundial de Deus e por Herbert Armstrong, mas outros grupos também defendem essa doutrina.
O israelismo britânico é verdadeiro e bíblico? Para determinar isso, precisamos examinar as duas alegações principais: (1) As dez tribos se perderam e (2) as dez tribos migraram para a Inglaterra.
(1) 2 Reis 17:18 afirma que Israel foi deportado para a Assíria em 722 a.C. Depois dessa época, a menção às dez tribos do norte (Israel) é rara nas Escrituras. No entanto, outras Escrituras (e registros históricos) indicam que algumas das pessoas das dez tribos do norte permaneceram na terra. Segundo Crônicas 35:18 registra Israel celebrando a Páscoa com Judá aproximadamente 90 anos após a deportação assíria. É provável que muitas pessoas das dez tribos do norte tenham fugido para Judá para escapar dos assírios, e um número ainda maior tenha fugido para a segurança de Judá depois que os assírios saquearam Israel. Segundo Crônicas 15:9 registra que pessoas de Efraim, Manassés e Simeão se estabeleceram em Judá muito antes da invasão assíria. No Novo Testamento, diz-se que a profetisa Ana era da tribo de Aser (Lucas 2:36), uma das supostas dez tribos perdidas. Portanto, sim, muitas pessoas das dez tribos do norte foram deportadas para a Assíria, para nunca mais serem mencionadas. Ao mesmo tempo, há evidências suficientes nas Escrituras para provar que as dez tribos não se perderam, mas se juntaram novamente a Judá no sul. É provável que, quando Judá foi deportado pelos babilônios, o povo tenha procurado os israelitas na Assíria (muito perto da Babilônia) e se juntado a eles. Nos retornos a Israel registrados em Esdras e Neemias, as Escrituras em nenhum lugar limitam os retornados como sendo inteiramente da tribo de Judá.
(2) É possível que alguns dos israelitas deportados tenham emigrado para a Europa, até mesmo para a Inglaterra? Sim. É provável? Não. Uma viagem da Assíria para a Inglaterra teria sido extremamente difícil nos tempos antigos, especialmente para um grande número de pessoas. Geograficamente falando, o israelismo afegão e até mesmo o israelismo japonês têm uma possibilidade maior de serem verdadeiros. Além disso, por que a Assíria, ou mais tarde a Babilônia, ou mais tarde a Pérsia permitiriam que os israelitas migrassem para fora de seus territórios? Além disso, se os israelitas tinham a capacidade de migrar, por que viajariam para a Europa/Inglaterra em vez de voltar para sua terra natal ancestral? Portanto, embora seja possível que alguns israelitas tenham migrado para a Europa/Inglaterra, é altamente improvável que isso tenha ocorrido em um grau significativo.
O principal objetivo por trás do israelismo britânico é afirmar que a Inglaterra e os Estados Unidos herdaram as promessas de aliança que Deus fez a Israel. Embora a Inglaterra e os Estados Unidos tenham sido abençoados por Deus de muitas maneiras, isso não se deve ao fato de as promessas de Deus a Israel terem sido transferidas para essas duas nações. Os convênios de Deus com Israel sempre envolveram a terra específica de Israel. Os descendentes de Abraão herdariam a terra. As bênçãos de Deus para Israel sempre estiveram relacionadas à terra específica que foi prometida. Essas promessas, portanto, não podem se aplicar à Inglaterra ou aos Estados Unidos, pois essas duas nações não possuem a terra prometida. Além disso, embora um número significativo de americanos tenha herança inglesa, há muito mais imigrantes americanos de outras nações combinadas do que da Inglaterra.
O israelismo britânico (e outras formas de israelismo) deve ser rejeitado porque não tem uma base sólida bíblica ou histórica.
