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Pergunta: Quem foi Ellen G. White?

Resposta:
Ellen G. White tornou-se líder de um segmento dos mileritas (que se autodenominavam adventistas) em maio de 1863. Suas muitas visões e escritos influenciaram a formação do Adventismo do Sétimo Dia e moldaram muito sua doutrina. Atualmente, a maioria dos adventistas do sétimo dia ainda considera Ellen White uma profetisa de Deus.

Ellen G. White era metodista, mas depois se converteu ao adventismo por meio da pregação de William Miller, um falso profeta que havia predito que Cristo voltaria em 1843 ou 1844. Quando a previsão de Miller sobre o segundo advento de Cristo não se concretizou, os mileritas se dispersaram em desânimo; no entanto, alguns dos seguidores de Miller alegaram ter visões para explicar a profecia fracassada. Uma dessas videntes foi Ellen G. Harmon, de 17 anos, que teve a primeira de suas 2.000 supostas visões em uma reunião de oração logo após a desgraça de Miller. Em sua visão, Ellen afirmou ter visto os adventistas em uma jornada para a cidade de Deus. Ellen G. Harmon logo se tornou o farol de esperança para os mileritas desapontados, a unificadora das facções adventistas e a guia espiritual de um novo grupo religioso.

Em 1846, Ellen se casou com Tiago White, um pregador adventista. Juntos, eles começaram a estudar os ensinamentos de Joseph Bates, que promovia a observância do sábado para todos os cristãos. Convencidos de que Bates estava correto, Tiago e Ellen White começaram a observar o sábado. Pouco tempo depois, em 1847, Ellen G. White teve outra visão, que confirmou sua nova crença: ela afirmou ter visto a lei de Deus em um santuário celestial, e o quarto mandamento (referente ao sábado) estava rodeado por um halo de luz. Os Whites começaram a defender a guarda do sábado como doutrina principal.

Ellen G. White foi uma escritora prolífica. Seu primeiro livro. A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White (Um Esboço da Experiência Cristã e Visões de Ellen G. White), foi publicado em 1851. Ela viria a escrever cerca de 60 livros no total. Os White viajavam muito, e Ellen escrevia constantemente para contar às pessoas o que Deus supostamente estava lhe dizendo. Em 1855, Tiago e Ellen G. White se estabeleceram em Battle Creek, Michigan. Nos 55 anos seguintes, Ellen G. White escreveu cerca de 10.000 páginas de material profético, grande parte delas publicada nos nove volumes de Testimonies for the Church (Testemunhos para a Igreja).

Durante um serviço funerário em Ohio, em 1858, Ellen G. White teve mais uma visão, que mais tarde detalhou em seu livro de 219 páginas Spiritual Gifts, Volume 1: The Great Controversy Between Christ and His Angels and Satan and His Angels (Dons Espirituais, Volume 1: O Grande Conflito entre Cristo e Seus Anjos e Satanás e Seus Anjos). Nessa visão, a Sra. White viu uma guerra cósmica sendo travada ao longo das eras entre Jesus e Seu exército angelical e Satanás e o dele. O Grande Conflito, disse a Sra. White, será vencido quando os cristãos ajudarem Jesus.

Em maio de 1863, a Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia foi oficialmente incorporada. Ellen G. White nunca se considerou a líder do novo grupo, mas suas visões foram definitivamente fundamentais para sua fundação e orientação inicial. Os adventistas do sétimo dia consideravam a Sra. White uma verdadeira profetisa de Deus. Os adventistas modernos ainda a consideram como tendo o dom da profecia. Os Adventistas do Sétimo Dia interpretam "o testemunho de Jesus é o espírito de profecia" em Apocalipse 19:10 como uma referência aos escritos de Ellen G. White. A seguinte declaração foi aprovada pela sessão da Conferência Geral na Holanda em junho de 1995: "Consideramos o cânone bíblico fechado. Entretanto, também acreditamos, assim como os contemporâneos de Ellen G. White, que seus escritos têm autoridade divina, tanto para a vida piedosa quanto para a doutrina. Portanto, recomendamos . . . que, como igreja, busquemos o poder do Espírito Santo para aplicar mais plenamente em nossa vida os conselhos inspirados contidos nos escritos de Ellen G. White" (citado em http://www.apologeticsindex.org/3100-seventh-day-adventism#return-note-3100-17, acessado em 2 de junho de 2016).

Ellen G. White continuou a ter visões que ela atribuía à inspiração divina. Algumas dessas visões tratavam da necessidade de hábitos alimentares saudáveis, que a Sra. White chamou de "o evangelho da saúde" (Testemunhos para a Igreja, Vol. 6, p. 327 em inglês). Suas exigências de saúde incluíam restrições ao consumo de carne, ou "alimento cárneo", como os adventistas o chamam. "O alimento cárneo é prejudicial à saúde, e tudo o que afeta o corpo tem um efeito correspondente na mente e na alma" (O Ministério da Cura, Capítulo 24: “A Carne como Alimento", p. 316 em inglês). Não é de se surpreender que, tendo exigido a observância do sábado, a teologia adventista tenha começado a permitir que outros elementos da observância da lei também fossem incorporados. Curiosamente, os flocos de milho foram uma criação de John Harvey Kellogg, um médico adventista do sétimo dia em Battle Creek que procurou oferecer uma alternativa vegetariana "saudável" para os cafés da manhã carregados de carne. Em outras visões, a Sra. White recebeu as doutrinas não ortodoxas do sono da alma e do aniquilacionismo.

Após a morte de seu marido em 1881, Ellen G. White se comprometeu a continuar a promover o adventismo e o sabatarianismo. Ela viajou para a Europa e Austrália, incentivando os adventistas do sétimo dia, organizando escolas e estabelecendo trabalhos médicos. Ela continuou a falar em reuniões adventistas e a escrever suas profecias até sua morte em 1915.

Ellen G. White foi uma falsa profetisa. Sua promoção da guarda do sábado como doutrina principal na igreja vai contra o ensino claro do Novo Testamento sobre o assunto (Romanos 14:5). Sua "revelação" de que o inferno não é eterno contradiz as palavras de Jesus sobre "punição eterna" em Mateus 25:46. Seu ensino de que os pecados dos crentes serão colocados sobre Satanás, o "bode expiatório" (O Grande Conflito, p. 422, 485 em inglês), é o oposto do que a Bíblia diz sobre quem carregou nossos pecados (veja 1 Pedro 2:24). Sua identificação de Jesus como o arcanjo Miguel (Judas 1:9, Clear Word Bible, publicado pela Review and Herald Publishing Association, 1994) é uma negação da verdadeira natureza de Cristo. Seu repúdio à inspiração verbal da Bíblia (Mensagens Escolhidas, Livro 1, p. 21 Manuscrito 24, 1886) está em desacordo com passagens como 2 Timóteo 3:16 e Salmo 12:6.

Mais basicamente, os seguidores de Ellen G. White enfrentam uma questão muito real com relação à suficiência das Escrituras. A Bíblia é suficiente para nossa fé e prática, ou precisamos de mais revelação na forma de 2.000 visões de uma autoproclamada profetisa? A posição oficial dos Adventistas do Sétimo Dia é que "as Escrituras Sagradas são a revelação suprema, autorizada e infalível de Sua vontade. Elas são o padrão de caráter, o teste de experiência, o revelador definitivo de doutrinas e o registro confiável dos atos de Deus na história" (https://www.adventist.org/en/beliefs/god/holy-scriptures/, acessado em 2 de junho de 2016). No entanto, ao mesmo tempo, a maioria dos Adventistas do Sétimo Dia aceita as obras de Ellen G. White como autoritativas e obrigatórias. Do mesmo site oficial: "Seus escritos falam com autoridade profética e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à igreja" (https://www.adventist.org/en/beliefs/church/the-gift-of-prophecy/, acessado em 2 de junho de 2016). O que é "autoridade profética" se não o direito de impor crenças com base em palavras divinas dadas por meio de um ser humano? Como as declarações de Ellen G. White diferem das declarações de verdade da Bíblia?

O Adventismo do Sétimo Dia é um movimento diversificado, e nem todos os grupos de Adventistas do Sétimo Dia seguem todos os ensinamentos de Ellen G. White. Mas dois fatos devem fazer com que os adventistas do sétimo dia parem para pensar: A Sra. White, uma professora de doutrina aberrante, é co-fundadora de sua igreja; e sua igreja tem suas raízes nas profecias fracassadas de William Miller.



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