Resposta:
O Falun Gong (também chamado de Falun Dafa) é uma mistura de budismo, taoismo e Qigong chinês que se concentra fortemente na meditação e no pensamento moral. Quando surgiu, no início da década de 1990, o Falun Gong não recebeu praticamente nenhuma atenção das autoridades chinesas. À medida que a prática se tornou mais popular, o estado comunista passou a considerá-la uma ameaça. Desde então, o Falun Gong se tornou outro sistema espiritual fortemente perseguido na China.
O termo qigong é um tanto genérico, pois os princípios básicos são usados por várias disciplinas espirituais orientais diferentes. As abordagens típicas do qigong concentram-se na meditação, no controle da respiração e nos movimentos relaxados. Essas práticas foram incorporadas ao confucionismo, ao taoismo e ao budismo. O Falun Gong ou Falun Dafa se distingue de outras formas de qigong por sua maior ênfase na moralidade, em vez de na mera "energia vital".
Espiritualmente, o Falun Gong é mais parecido com o budismo e, no final das contas, deixa a desejar pelos mesmos motivos. Ele ensina que os desejos humanos são a fonte do sofrimento e que os "apegos" são um obstáculo espiritual que deve ser descartado. Os praticantes do Falun Gong acreditam que acumulam duas forças opostas: carma e virtude, cujo equilíbrio determina sua sorte e eventual reencarnação. As três virtudes mais elevadas do Falun Gong são a Verdade, a Compaixão e a Tolerância. Ao praticar essas virtudes, juntamente com a manutenção de certos exercícios físicos, o adepto do Falun Gong espera melhorar sua saúde e sorte e, por fim, chegar ao fim do ciclo de reencarnação.
Ao contrário do budismo clássico, entretanto, o Falun Gong reivindica especificamente certos benefícios físicos e até mesmo preternaturais. Enquanto o budismo clássico é puramente filosófico, o Falun Gong é fortemente espiritual, tratando a "energia vital", também conhecida como chi ou qi, como algo sujeito à manipulação por meio desses exercícios. Esse desenvolvimento do qi supostamente permite os muitos benefícios alegados nos ensinamentos da religião. Alguns dos benefícios do Falun Gong, supostamente, são acessíveis apenas para aqueles que leram os livros do fundador da prática, Li Hongzhi.
Um princípio característico do Falun Gong é o pacifismo total. Os praticantes são instruídos a nunca reagir à violência física da mesma forma. Eles também são ensinados a não devolver palavras agressivas ou raivosas. Embora o vegetarianismo esteja implícito em muitos dos ensinamentos do Falun Gong, os adeptos não precisam ser vegetarianos, embora não possam matar nenhum animal pessoalmente.
Como é comum nas religiões orientais, as crenças e práticas reais de qualquer entusiasta do Falun Gong em particular variam. Essa abordagem do qigong é particularmente autossuficiente e não dá nenhuma importância especial às conexões com outras pessoas ou à regulamentação daqueles que afirmam segui-la. Tampouco faz qualquer esforço específico em direção à ortodoxia. Portanto, em certas culturas, pode ser difícil até mesmo classificar o Falun Gong como uma "religião", embora a ênfase na espiritualidade o torne, na prática, exatamente isso.
O Falun Gong tem sido alvo de uma perseguição excepcionalmente brutal por parte do governo chinês. Isso é parcialmente explicado pelo caráter mais "religioso" do Falun Gong em comparação com outros estilos de qigong. A motivação específica para essa agressão não é clara. No entanto, o governo no poder provavelmente considera que a ênfase na ação pessoal, em vez da lealdade ao grupo, combinada com o foco na moralidade, é politicamente perigosa. O pacifismo, da mesma forma, costuma ser uma característica condenada por governos opressores, pois implica uma falta de disposição para lutar pela causa do governo. Pode-se argumentar também que os três conceitos centrais do Falun Gong ou Falun Dafa (Verdade, Compaixão e Tolerância) são prejudiciais, na prática, ao ideal comunista. Os praticantes do Falun Gong na China foram presos, torturados e até mortos.
O símbolo do Falun Gong é muitas vezes confuso para os ocidentais. O logotipo mais comumente usado inclui vários símbolos Yin-Yang, bem como várias suásticas. Para os ocidentais modernos, a suástica é normalmente associada ao Partido Nazista e ao supremacismo branco. No entanto, o símbolo faz parte das religiões orientais há muitos séculos, denotando vários ideais espirituais benignos. Nem o Falun Gong nem seu logotipo têm qualquer associação com o fascismo europeu ou o nazismo.
