Resposta:
Duas passagens nos Evangelhos e uma nas Epístolas (Hebreus 5:7) ensinam que Jesus chorou. Nos Evangelhos, nosso Senhor chorou ao ver a miséria do homem, e ambos os exemplos demonstram a natureza humana (amorosa) de nosso Senhor, Sua compaixão pelas pessoas e a vida que Ele oferece àqueles que crêem. Quando Jesus chorou, Ele demonstrou todas essas coisas.
João 11:1-45 trata da morte e ressurreição de Lázaro, irmão de Maria e Marta e amigo de nosso Senhor. Jesus chorou (João 11:35) quando se reuniu com as irmãs e outras pessoas que lamentavam a morte de Lázaro. Jesus não chorou pela morte em si, pois sabia que Lázaro logo seria ressuscitado e, por fim, passaria a eternidade com Ele no céu. No entanto, Ele não pôde deixar de chorar quando se deparou com as lamentações e os soluços de Maria, Marta e dos outros enlutados (João 11:33). O idioma original indica que nosso Senhor chorou "lágrimas silenciosas" ou lágrimas de compaixão por Seus amigos (Romanos 12:15).
Se Jesus estivesse presente quando Lázaro estava morrendo, Sua compaixão O teria levado a curar o Seu amigo (João 11:14-15). Mas impedir uma morte poderia ser considerado por alguns como uma circunstância casual ou apenas um milagre "menor", e esse não era um momento para dúvidas. Assim, Lázaro passou quatro dias no túmulo da morte antes que Jesus o chamasse publicamente de volta à vida. O Pai queria que essas testemunhas soubessem que Jesus era o Filho de Deus, que Jesus foi enviado por Deus e que Jesus e o Pai tinham a mesma vontade em tudo (João 11:4, 40-42). Somente o único Deus verdadeiro poderia ter realizado um milagre tão impressionante e de tirar o fôlego, e por meio desse milagre o Pai e o Filho foram glorificados, e muitos creram (João 11:4, 45).
Em Lucas 19:41-44, o Senhor está fazendo Sua última viagem a Jerusalém pouco antes de ser crucificado por insistência de Seu próprio povo, o povo que Ele veio salvar. Anteriormente, o Senhor havia dito: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes eu quis ajuntar teus filhos, como a galinha ajunta seus filhotes debaixo das asas, e não quiseste!" (Lucas 13:34). Quando nosso Senhor se aproximou de Jerusalém e pensou em todas aquelas almas perdidas, "viu a cidade e chorou sobre ela" (Lucas 19:41). Aqui, "chorou" é a mesma palavra usada para descrever o choro de Maria e dos outros em João 11:33, portanto, sabemos que Jesus chorou em voz alta, angustiado com o futuro da cidade. Esse futuro estava a menos de 40 anos de distância; no ano 70 d.C., mais de 1.000.000 de habitantes de Jerusalém morreram em um dos cercos mais horríveis da história registrada.
Nosso Senhor chorou de forma diferente nesses dois casos porque os resultados eternos eram totalmente diferentes. Marta, Maria e Lázaro tinham vida eterna porque acreditavam no Senhor Jesus Cristo, mas a maioria dos habitantes de Jerusalém não acreditava e, portanto, não tinha vida. O mesmo acontece hoje: "Jesus declarou: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, mesmo que morra, viverá" (João 11:25).