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Pergunta: O que é o maniqueísmo?

Resposta:
O maniqueísmo é uma religião antiga que surgiu vários séculos depois de Cristo. A fé era uma mistura proposital do zoroastrismo e do cristianismo, tomando emprestados conceitos e terminologia de ambos. Os maniqueístas acreditavam que o universo era dominado por duas forças concorrentes do bem e do mal, representadas pela luz e pelas trevas, respectivamente. Embora a religião do maniqueísmo não tenha sobrevivido por muito tempo, historicamente falando, sua reputação perdurou. O termo maniqueísta é usado hoje principalmente para criticar um ponto de vista por ser muito preto e branco ou excessivamente simplificado.

O maniqueísmo surgiu na Pérsia em meados do século III. Como outras heresias antigas, como o gnosticismo, ele ensinava que o mundo físico era inerentemente mau e que a salvação é obtida principalmente por meio do conhecimento. O fundador do maniqueísmo é conhecido apenas como Mani, que, na verdade, é um título que significa algo como "Rei da Luz" ou "Um Brilhante". Seus ensinamentos criticavam especialmente o cristianismo. Mani criticou especificamente a Bíblia por sugerir que algumas verdades do universo poderiam não ser facilmente compreendidas pelos seres humanos.

Essa crítica é um tanto irônica, pois o maniqueísmo é uma das religiões mais complexas e complicadas da história. A fé é uma história intrincada da batalha entre duas forças concorrentes, uma da bondade e da luz, a outra do mal e das trevas. Isso inclui pelo menos três "criações" distintas, todas baseadas nos detalhes dessas batalhas cósmicas. A intenção de Mani era criar uma religião universal, combinando muitas das ideias básicas do zoroastrismo com a terminologia do cristianismo. Para isso, Mani frequentemente afirmava ser a reencarnação de figuras religiosas como Jesus ou Buda.

O maniqueísmo tem muito mais em comum com crenças como o zoroastrismo do que com a teologia cristã. Com exceção de certas palavras e frases, há pouca conexão entre a Bíblia e os ensinamentos de Mani. Como resultado, o maniqueísmo foi muito mais bem-sucedido no Oriente. Com o desaparecimento do paganismo, ele foi substituído principalmente pelo cristianismo no Ocidente. O maniqueísmo, por um breve período, foi o principal concorrente do evangelho cristão. Entretanto, essa foi uma época relativamente curta e, em poucos séculos, o maniqueísmo estava praticamente extinto.

O legado do maniqueísmo vem de duas formas principais: histórica e retórica. Algumas das primeiras obras teológicas cristãs foram compostas especificamente para apontar erros e heresias no maniqueísmo. De fato, um dos primeiros grandes apologistas cristãos, Agostinho, foi um convertido do maniqueísmo. Antes de se comprometer com Cristo, Agostinho fazia parte do maniqueísmo como "ouvinte", ou seja, alguém que participava sem fazer nenhum voto explícito em relação à fé.

Nos tempos modernos, o maniqueísmo é usado principalmente como um termo depreciativo. Quando algum ponto de vista específico está sendo criticado por ignorar tons de cinza ou por adotar uma forte mentalidade de "nós contra eles", ele é frequentemente chamado de "maniqueísta" ou "neomaniqueísmo". Essa palavra é frequentemente aplicada a seitas que tomaram emprestadas ideias de Mani e seus ensinamentos, especialmente no início da história cristã. No entanto, como é usado atualmente, o termo geralmente tem pouco a ver com religião e muito mais com política e filosofia.



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