Resposta:
O termo Sinédrio vem de uma palavra grega que significa "assembleia" ou "conselho" e data do período helenístico, mas o conceito remonta à Bíblia. Na Torá, Deus ordena a Moisés: "Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo" (Números 11:16). Além disso, no décimo sexto capítulo de Deuteronômio, lemos no versículo 18: "Juízes e oficiais constituirás em todas as tuas cidades que o Senhor, teu Deus, te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com reto juízo." A terra foi dividida entre as tribos e, nas áreas onde as tribos estavam presentes, havia cidades e vilarejos, e em cada cidade e vilarejo deveria haver um tribunal. Se houvesse 120 homens como chefes de família, eles tinham um tribunal local chamado Sinédrio. Em cidades menores, onde não havia 120 homens como chefes de família, havia três juízes, se a cidade fosse muito pequena, ou sete juízes que se sentavam como um tribunal, tanto juiz quanto júri, em todas as questões legais.
O Grande Sinédrio era o tribunal supremo da antiga Israel, composto por 70 homens e o sumo sacerdote. No período do Segundo Templo, o Grande Sinédrio se reunia no Templo em Jerusalém. O tribunal se reunia todos os dias, exceto nos festivais e no sábado. O Sinédrio, como um corpo, reivindicava poderes que os tribunais judaicos menores não tinham. Como tal, eles eram os únicos que podiam julgar o rei ou ampliar os limites do Templo e de Jerusalém, e eram os únicos a quem todas as questões de lei eram finalmente apresentadas. A última decisão vinculativa do Sinédrio foi em 358, quando o calendário hebraico foi adotado. O Sinédrio foi dissolvido após a perseguição contínua do Império Romano. Ao longo dos séculos, houve tentativas de reviver a instituição, como o Grande Sinédrio convocado por Napoleão Bonaparte.
No Novo Testamento, o Sinédrio é mais conhecido por sua participação na série de julgamentos simulados que resultaram na crucificação de Jesus. O Sinédrio começou com um exame informal de Jesus diante de Anás, o sumo sacerdote em exercício (João 18:12-14, 19-23), seguido de uma sessão formal diante de todo o Sinédrio (Mateus 26:57-68). Ali foi tomada a decisão de entregar Jesus às autoridades romanas para ser julgado e crucificado.