Resposta:
Um culto à fertilidade é um tipo de adoração da natureza que tenta proteger a fertilidade ou a produtividade de plantas, animais e pessoas. Os cultos à fertilidade geralmente se concentram em uma determinada divindade, e os seguidores acreditam que, ao propiciar esse deus ou deusa, o resultado será a fecundidade.
Os cultos à fertilidade eram comuns nas antigas religiões pagãs, em que certos ritos eram realizados em determinados momentos para garantir a fertilidade e evitar a seca e a esterilidade. Os rituais comuns incluíam o sacrifício de animais e, às vezes, de seres humanos, bem como a prostituição em santuários. Foram encontradas evidências de cultos à fertilidade em todo o mundo, inclusive no Egito, nas Américas, na Europa, na Índia, na China e no Oriente Médio.
No Antigo Testamento, as religiões cananéias incluíam cultos de fertilidade, geralmente focados em Baal e Asherah. Quando o rei Josias trouxe reformas para Judá, ele teve de limpar o templo de muitas coisas associadas aos cultos de fertilidade (2 Reis 23:4-7). Na época de Jeremias, um grupo rebelde de judeus insistia em adorar a "Rainha dos Céus". Observe como eles associam suas cerimônias à fecundidade: "Não obedeceremos à palavra que nos anunciaste em nome do SENHOR. Pelo contrário, certamente faremos tudo o que prometemos: queimaremos incenso à rainha do céu e lhe apresentaremos ofertas derramadas. É isso que nós e nossos pais, nossos reis e nossos chefes fazíamos nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém. Naquele tempo, tínhamos fartura de pão, prosperávamos e não vimos catástrofe alguma. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha do céu e de lhe apresentar ofertas derramadas, temos tido falta de tudo e temos sido consumidos pela espada e pela fome" (Jeremias 44:16-18). Essa adoração à Rainha do Céu era um culto à fertilidade.
Os deuses gregos e romanos da época do Novo Testamento incluíam deusas da fertilidade, como Afrodite (Vênus), Ártemis (Diana) e Deméter (Ceres). A maioria dos cultos à fertilidade enfatizava a mudança das estações, a natureza e a produtividade das colheitas. O centro de adoração a Diana ficava em Éfeso, para onde Paulo acabou levando o evangelho. Os ourives que faziam ídolos de Diana se opunham ao que Paulo estava fazendo (Atos 19:23-24). Os ourives estavam com medo de perder negócios e iniciaram um motim contra Paulo, pois muitas pessoas estavam confiando em Jesus e se afastando de Diana (Atos 19:25-41).
Na Bíblia, Deus condena corretamente os cultos e rituais de fertilidade. Grande parte da Lei Mosaica tratava das práticas detestáveis das religiões pagãs cananéias. Especificamente, Deus ordenou aos israelitas que não erguessem altares a Baal ou plantassem árvores para Asherah (Deuteronômio 16:21). As Escrituras condenaram repetidamente a horrível prática de sacrificar crianças a Moloque, o que era feito, em parte, como um ritual de fertilidade (Levítico 18:21). Além disso, Deus também denunciou a prostituição em santuários e proibiu qualquer israelita de se tornar uma prostituta em santuários (Deuteronômio 23:17). Apesar dessas ordens, os israelitas frequentemente desobedeciam a Deus e participavam desses cultos de fertilidade. Certa vez, os israelitas "se juntaram a Baal de Peor" (Números 25:5), sacrificando a Baal e se envolvendo em imoralidade flagrante. Como julgamento, Deus enviou uma praga que matou 24.000 pessoas (Números 25:9).
Embora a maioria dos cultos à fertilidade tenha desaparecido com o tempo, alguns elementos ainda são encontrados em seitas menores dentro de religiões como o budismo tibetano e o hinduísmo. Os rituais de fertilidade ainda são praticados atualmente em alguns grupos wiccanos e neopagãos. Qualquer ensinamento que personifique a terra e a natureza ou que fale de uma "deusa-mãe" está remetendo aos antigos cultos de fertilidade.
Deus é o único que pode gerar fertilidade. A vida e a morte estão em Suas mãos (Deuteronômio 32:39). As tentativas dos cultos de fertilidade de garantir a fecundidade foram e são inúteis porque o Senhor está no controle de todas as coisas. Ele determina as estações do ano (Daniel 2:21), a chuva (Mateus 5:45) e as colheitas (Levítico 26:3-4). Somente Deus é responsável por abrir e fechar o ventre de seres humanos e animais (ver Gênesis 29:31; 30:22; Êxodo 34:19; 1 Samuel 1:5). Adorar falsos deuses só traz escravidão espiritual, e Baal, Asherah e os deuses gregos e romanos não eram deuses verdadeiros de forma alguma.
