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Pergunta: O que significa "do rio ao mar"?

Resposta:
Os ataques terroristas do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 levaram a uma invasão maciça da Faixa de Gaza por Israel. Esses eventos colocaram o conflito árabe-israelense mais amplo sob maior escrutínio - se é que é possível dar maior atenção. Em relação a esses incidentes, grupos, comícios e protestos pró-palestinos às vezes usam a frase "do rio ao mar". Essa frase pode ser combinada com Palestina será livre.

O território de Israel é delimitado pelo Mar Mediterrâneo, a oeste, e pelo Rio Jordão, a leste. Alguns interpretam as palavras do rio ao mar como um apelo à paz e à igualdade de direitos para os palestinos. Para outros, a única coisa em que pensam quando ouvem "do rio ao mar" é o assassinato genocida de todos os judeus que atualmente ocupam a nação de Israel.

O uso comum da linguagem nem sempre segue definições rígidas; os slogans estão especialmente sujeitos a interpretações. Independentemente da boa intenção, no entanto, "do rio ao mar" está associado a ideais profundamente antissemitas. Como resultado, os seguidores de Cristo não devem usar essa expressão. Ao mesmo tempo, os cristãos devem ser gentis ao responder àqueles que a repetem (Filipenses 4:5), sem presumir uma intenção antissemita e/ou genocida.

A frase "do rio ao mar" tornou-se popular nos anos anteriores à Guerra dos Seis Dias. Em teoria, era um grito de guerra entre os árabes que se sentiam dominados pelas nações do Oriente Médio, como Jordânia e Israel. Mas ele não foi usado em um vácuo político, nem sempre falado com intenção positiva. As nações árabes que cercavam Israel na década de 1960 pediam abertamente sua aniquilação. Muitos grupos e governos ainda fazem isso hoje. "Do rio ao mar" tem sido usado como um slogan para a obliteração total de Israel por grupos terroristas como o Hamas e a Jihad Islâmica.

O uso da frase é provocativo. A crise atual amplia os sentimentos de ambos os lados da questão. O contexto é fundamental para entender qualquer combinação de palavras. É possível que alguém use a frase "do rio ao mar" sem más intenções. O simples fato de falar, escrever ou cantar essa expressão não prova que a pessoa seja antissemita. Tampouco toda referência possível a mares ou rios é uma referência a genocídio. Entretanto, o bom senso torna impossível ignorar o contexto histórico no qual Israel existe e no qual a frase "do rio ao mar" foi usada.

Como paralelo, considere um exemplo da cultura ocidental moderna: a expressão "vidas negras importam". Esse conjunto específico de palavras está associado a um movimento político e social. Independentemente de se concordar ou discordar dessa ideologia, o uso dessa frase ou de variantes óbvias evoca essas ideias. Isso é verdade independentemente da intenção do orador. O mesmo acontece com outras frases, como "Não consigo respirar", "mãos para cima", "não atire" e assim por diante. Em 1995, ou mesmo em 2012, essas frases não teriam trazido à mente as mesmas ideias que trazem agora. Hoje, elas estão imbuídas de significado político e racial. A ingenuidade é uma coisa, mas usar deliberadamente frases rejeitando sua conotação é contraproducente.

É possível que algumas pessoas - talvez até a maioria - simplesmente repitam a expressão "do rio ao mar" sem saber nada sobre sua história ou uso. Outras podem entender a controvérsia, mas sinceramente se apegam a um significado idealizado da expressão. Infelizmente, para alguns, a expressão é usada na esperança de apagar os judeus daquela região. Em resposta à expressão "do rio ao mar", em vez de colocar lenha na fogueira (Romanos 12:18), os crentes devem falar a verdade em amor (Efésios 4:15) sem julgar indevidamente ninguém pelas primeiras impressões (1 Samuel 16:7; João 7:24; Provérbios 18:13, 17).



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