Resposta:
Nazaré existiu durante a vida de Jesus? Como podemos saber? O que as evidências dizem? Estas são perguntas que os cristãos são cada vez mais instados a responder pelos “céticos” autoproclamados do nosso mundo atual. É curioso que a historicidade de Jesus no primeiro século seja objeto de tanta controvérsia, uma vez que essa questão já foi resolvida há muito tempo.
Existem várias razões frequentemente apresentadas para duvidar da historicidade de Nazaré no primeiro século, e essas razões são construídas, em grande parte, sobre argumentos do silêncio. Por exemplo, Nazaré nunca é mencionada nos escritos de Josefo, nem é mencionada em qualquer outro escrito do primeiro século. Os críticos também argumentam que a geografia bíblica está errada, pois não há um precipício perto da sinagoga para onde Jesus teria sido supostamente levado, conforme retratado em Lucas 4:24–30.
Em geral, os argumentos do silêncio são fracos. Devemos perguntar qual seria a expectativa de menção de Nazaré pelos escritores contemporâneos. Nazaré era uma vila pequena e insignificante, e Josefo não tinha motivo real para mencioná-la. A insignificância da cidade é evidente no primeiro capítulo do Evangelho de João, quando Natanael pergunta: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (João 1:46).
Deixando de lado os problemas do argumento do silêncio, devemos também notar que a alegação de que não há evidências do primeiro século para Nazaré não é totalmente correta. Em 70 d.C., no final da guerra judaica com os romanos, o templo em Jerusalém foi destruído, e isso significou que os sacerdotes judeus e suas famílias tiveram que ser realocados. Uma inscrição foi descoberta em 1962 em Cesaréia Marítima que documenta que os sacerdotes da ordem de Elkalir passaram a viver em Nazaré. Isso só foi confirmado por descobertas posteriores. Por exemplo, em 2009, a primeira casa nazarena da era de Jesus foi escavada por arqueólogos. A casa era uma estrutura simples, constituída de dois pequenos quartos e um pátio.
A reivindicação de geografia incorreta carrega um pouco mais de peso do que o argumento do silêncio. O precipício mais próximo de Nazaré para onde Jesus poderia ter sido levado fica a aproximadamente 4 quilômetros de distância da sinagoga; no entanto, não há razão para Jesus não ter sido levado tão longe.
Em conclusão, a reivindicação de que não há evidências históricas para a existência da cidade de Nazaré no primeiro século é refutada pelos dados arqueológicos, e muitos dos críticos ateus mais informados, mesmo entre aqueles que negam a historicidade de Jesus, aconselham cautela ao usar esse argumento.