Resposta:
No hinduísmo, um guru é um professor ou guia espiritual pessoal. Embora sejam mais frequentemente associados ao hinduísmo, os gurus também existem nas tradições budista, jainista e sikh. A palavra guru significa "dissipador de escuridão" ou "grande, pesado, longo, estendido, importante, proeminente"; essas definições influenciam muito o papel do guru como professor.
Desde pelo menos 1000 a.C., a Índia tem enfatizado a importância do método tutorial no ensino religioso. A educação religiosa na Índia antiga, e até a última parte do século XX, consistia na transmissão oral dos Vedas - a escritura revelada do hinduísmo - do guru para o aluno. Tradicionalmente, os alunos, chamados de shishya, moram com o guru por um tempo e o servem obedientemente enquanto ele dá instruções baseadas no que o aluno precisa aprender para avançar espiritualmente. A linhagem dos professores, denominada guru-shishya parampara, é de grande importância. Geralmente, os gurus são os antigos shishya de outro guru da mesma linhagem.
Nos tempos modernos, a transmissão oral ainda é muito valorizada, mas os gurus têm escrito extensivamente sobre seus ensinamentos e até mesmo dão palestras ao vivo ou gravadas on-line, de modo que alcançam um público muito mais amplo. Não é mais necessário que os alunos se encontrem com os gurus pessoalmente, muito menos que morem com eles. O hinduísmo agora pode ser um passatempo em vez de uma busca espiritual intensa.
O trabalho de um guru é conduzir os alunos em um caminho espiritual para ajudá-los a alcançar "deus" ou realizar seu atman. Os hindus afirmam que o atman é o eu eterno, o espírito ou a essência de uma pessoa. No caminho para a liberação - também chamado de moksha, nirvana ou autorrealização - o estágio final é perceber que o atman é, na verdade, brahman, a única e verdadeira realidade e a força subjacente a todas as coisas. O hinduísmo afirma que é necessário um guru para alcançar essas verdades espirituais.
Na verdade, não há um equivalente bíblico para o guru do hinduísmo. Jesus nos disse para "fazer discípulos" (Mateus 28:19), mas o caminho para Deus é por meio de Cristo, não de outros mestres (João 14:6). Os cristãos têm um mediador diante de Deus: Jesus Cristo (1 Timóteo 2:5). Os gurus do hinduísmo afirmam ser necessários para levar os outros à iluminação espiritual, mas os cristãos têm a Bíblia, que é "proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Timóteo 3:16). Temos também esta promessa: "Quanto a vós, a unção que dele recebestes mantém-se em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas, a unção que vem dele é verdadeira, não é baseada na mentira, e vos ensina a respeito de todas as coisas; permanecei nele assim como ela vos ensinou" (1 João 2:27; cf. 1 Coríntios 2:12). E é claro que há uma grande diferença no conteúdo do ensino: os gurus do hinduísmo aconselham seus alunos a buscar a divindade dentro de si; os professores cristãos apontam para Cristo, o divino Filho de Deus.
