Resposta: Pikuach nefesh é a expressão hebraica para "salvar uma vida". Vem do princípio rabínico de pikkuah nefesh doheh Shabbat - "salvar uma vida em perigo tem precedência sobre o sábado". O princípio vem de uma interpretação rabínica de Levítico 18:5: "Guardareis os meus estatutos e as minhas normas, pelas quais o homem viverá, se obedecer a eles. Eu sou o SENHOR." O Talmude Babilônico ressalta que Deus diz que Seu povo "viverá pela" Lei - em vez de "morrer por" ela. Assim, a Lei foi criada para promover a vida, e a preservação da vida humana é uma prioridade maior do que a observância da Lei.
Na Lei de Moisés, Deus disse a Israel para não trabalhar no sábado, e a penalidade por trabalhar no sábado era a morte (Números 15:32 e seguintes). Entretanto, pikuach nefesh diz que, se a vida de alguém estiver em perigo, é permitido quebrar o sábado a fim de salvar a vida dessa pessoa. Por exemplo, os motoristas de ambulância judeus podem trabalhar e carregar fardos no sábado, e as enfermeiras judias podem dar atenção médica a seus pacientes no sábado. Entretanto, pikuach nefesh sugere mais do que a permissão para violar a Lei; ela exige sua violação quando há uma vida em jogo. Em questões de vida e morte, cabe a nós agir, mesmo quando essa ação viola a letra da Lei.
Jesus seguiu o princípio do pikuach nefesh quando curou pessoas no sábado (Lucas 13:10-13). Quando um líder da sinagoga se opôs, Jesus defendeu Suas ações com este desafio: "O Senhor, porém, lhe respondeu: Hipócritas! No sábado cada um de vós não desprende da estrebaria o seu boi, ou jumento, para levá-lo para beber?" (Lucas 13:15). Se alguém pode violar o sábado por causa dos animais, quanto mais por causa dos seres humanos, criados à imagem de Deus? Como Jesus salientou, o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado (Marcos 2:27).
É claro que os crentes em Jesus não precisam mais guardar o sábado. Estamos sob uma nova lei - a Lei de Cristo, na qual "carregamos os fardos uns dos outros" (Gálatas 6:2; veja também Colossenses 2:16). Como os cristãos não estão sujeitos à Lei Mosaica, a regra do pikuach nefesh não se aplica realmente a eles. Entretanto, sob a Antiga Aliança, Jesus deu ao pikuach nefesh o Seu selo de aprovação como um princípio que refletia a misericórdia e a compaixão de Deus.